Capítulo 20

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    Estou na minha aula de poções quando sou chamada para a diretoria, todos me encaram e cochicham. Sinto minhas bochechas esquentarem enquanto junto minhas coisas e caminho para a sala da diretora.
    –Em minha defesa, ele estava completamente bêbado, senhora Luna. Eu apenas tentava proteger minha colega de quarto – digo assim que entro na sala.
    – Não é sobre isso que eu queria falar – ela diz enquanto fecho a porta. Não é sobre isso? O que mais poderia ser? – Por favor sente-se.
    – Prefiro ficar em pé – digo e percebo que Sebastian e Elizabeth estão sentados em um sofá no canto, os dois com uma expressão preocupada.
    – Eu insisto – ela diz chamando minha atenção, obedeço-a e me sento.
    – Há mais de mil anos atrás, existia uma lenda– ela começa – Ela falava sobre duas pessoas, obras do Mal Maior. Hoje sabemos que esse "Mal" se trata de Voldemort.
    – Mas Voldemort não teve filhos! – eu a interrompo sem saber onde ela quer chegar.
    – Você está certa, ele não teve filhos. Essa lenda dizia que essas crias seriam a verdadeira destruição do mundo. Mais fortes que qualquer bruxo já existente. Elas poderiam destruir o mundo em apenas um estalar de dedos se quisessem, mas para isso precisariam estar juntas. Por centenas de anos, todos vigiavam os bruxos que nasciam. Procurando qualquer sinal desse poder, mas hoje essa lenda só é conhecida pelos diretores e alguns professores mais velhos. A lenda também dizia que se uma dessas crias morresse, a outra sentiria uma perda tão grande que não seria capaz de viver, como se uma parte de si mesma tivesse morrido. Essa seria a única maneira de acabar com elas. – ela termina e um silêncio profundo recai sobre a sala.
    – Ainda não entendo qual a minha ligação com essa lenda, Diretora – digo com medo da resposta.
    – Você, Mackenzie Malfoy, é uma das crias de Voldemort – ela diz me encarando. Rio com escárnio
    – Tenho certeza que não, não sei se já me olhou, mas tenho cabelos brancos como os da família Malfoy. Portanto, não poderia ser filha de Voldemort, como a Senhora diz – encaro-a sorrindo, mas ela continua seria – N-n-não, isso seria impossível, certo? – me viro para Elizabeth e Sebastian, eles trocam um olhar antes de me devolverem um olhar de pena.
    – Na época em que vocês nasceram... havia um boato. Um boato que dizia que Voldemort, antes de morrer, colocou um pouco de seu sangue em dois frascos, e deu para um de seus ajudantes. Eles, por sua vez, escolheram duas crianças saudáveis e fortes e colocaram o sangue de Voldemort nelas – ela me lança um olhar de compaixão que apenas me deixa irritada, por que todos tem que ter tanta piedade de mim? – Eu deveria ter percebido antes, não sabia que todo esse poder conseguiria se esconder tão bem. Ontem, quando você atingiu aquele aluno, você usou esse poder. Por isso ele voou para longe, ao invés de apenas sua varinha cair. Foi então que percebi quem você era – ela olha para Elizabeth antes de voltar a falar – E decidi que o correto a se fazer é te matar. Eu realmente sinto muito.
    – Não! Isso não pode ser verdade. Isso não pode estar acontecendo de verdade. N-não. – me viro e olho para Elizabeth. Ela se levanta e vem até mim.
    Ela não consegue me alcançar antes do chão cair, olho para ela e Sebastian despencando juntos de mim. Tento segurar em suas mãos mas não consigo. Elizabeth parece estar desesperada. Sinto vontade de chorar, quero correr e abraçá-la. Dizer que eu não vou morrer de verdade, e que tudo isso não passa de um pesadelo.
    Mas ela saberia que não é verdade.
    Então olho para cima, e lá está a Diretora Luna, me encarando com pena e tristeza.
    Rezo para que isso não passe de um pesadelo.
    Isso não pode ser verdade.
    Mas... e se for?

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