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a    d e s c o b e r t a    d e    b l a i s e

Nas demais aulas de Poções da semana, Harry continuou a seguir as instruções do Príncipe Mestiço sempre que divergiam das de Libatius Borage, e, em consequência, por volta da quarta aula, Slughorn estava delirante com a capacidade de Harry, e comentava que raramente ensinara a alguém tão talentoso. Nem Ron nem Hermione ficaram muito satisfeitos com isso. Harry teria compartilhado com eles o livro, mas Draco deixou bem claro que era melhor não mostrar o caderno a ninguém mais, então se manteve quieto.

Pansy e Blaise estavam suspeitos e curiosos, mas pareciam satisfeitos demais com a proximidade renovada de Harry e Draco para arriscar falar qualquer coisa. Os dois meninos haviam se unido pelo segredo compartilhado do livro. Embora a quantidade de deveres de casa que tinham recebido os impedisse de ler todo o exemplar de Estudos avançados no preparo de poções, eles estudaram suficiente para ver que não havia praticamente página alguma em que o Príncipe não tivesse feito anotações, que nem sempre se referiam ao preparo de poções. Aqui e ali havia instruções para feitiços que pareciam inventados por ele mesmo. Harry se perguntava sem grande interesse quem era o Príncipe Mestiço.

Era cinco para às oito da noite de um sábado quando Harry deixou Draco com o caderno e saiu das Masmorras para se reunir com Dumbledore. Ele não estava muito animado, mas uma pequena parte dele se questionava o que o diretor queria.

Harry atravessou os corredores desertos, embora tenha precisado se esconder ligeiro atrás de uma estátua quando a professora Trelawney surgiu, de repente, numa curva do corredor, murmurando e misturando as cartas de um baralho ensebado que lia enquanto andava.

"Dois de espadas: conflito." Murmurou ao passar pelo lugar em que Harry se escondera agachado. "Sete de espadas: mau augúrio. Dez de espadas: violência. Valete de espadas: um rapaz moreno, possivelmente perturbado, que não gosta da consulente. Ela parou de repente, do lado oposto da estátua de Harry. "Bem, não pode estar certo..." Disse contrariada, e Harry ouviu-a embaralhar energicamente ao recomeçar a caminhada, deixando atrás de si apenas um aroma de xerez barato para uso culinário.

Harry esperou até se certificar de que ela se fora, então recomeçou a correr até chegar ao ponto do corredor do sétimo andar em que havia apenas uma gárgula na parede. "Acidinhas." Disse Harry. A gárgula saltou para o lado; a parede oculta se abriu, e surgiu uma escada circular de pedra, na qual Harry pôs os pés para ser levado até a porta com a aldrava de latão que dava acesso ao escritório de Dumbledore. Harry bateu.

"Entre." Ouviu-se a voz do diretor.

"Boa-noite, senhor." Cumprimentou Harry com o máximo de educação que pôde conjurar, entrando no escritório.

"Ah, boa-noite, Harry. Sente-se." Disse Dumbledore, sorrindo. "Espero que sua primeira semana na escola tenha sido prazerosa."

"Foi."

Harry procurava disfarçadamente alguma indicação do que Dumbledore pretendia fazer com ele naquela noite. O escritório circular tinha a aparência de sempre: os delicados instrumentos de prata sobre mesinhas de pernas finas soltavam fumaça e zumbiam; os antigos diretores e diretoras cochilavam em seus quadros; e a magnífica fênix do diretor, Fawkes, no poleiro atrás da porta, observava Harry com vivo interesse. Pelo visto, Dumbledore nem sequer abrira um espaço para duelar.

"Então, Harry..." Disse o diretor em tom objetivo. "Você certamente tem se perguntado o que planejei para as suas... por falta de uma palavra melhor... aulas."

Harry apenas arqueou uma sobrancelha e esperou que o homem continuasse.

"Bem, agora que você sabe o que induziu Lorde Voldemort a tentar matá-lo há quinze anos, concluí que já é tempo de lhe passar certas informações."

Draco Black e o Enigma do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora