11

4.1K 538 843
                                    

b e z o a r

Os dias que completaram o feriado foram os melhores que Draco havia tido desde seu retorno à vida comum. Não se preocupou com missões, ou Theo e suas tentativas de assassinar o diretor de Hogwarts. Até mesmo a dor em seu braço pareceu amenizar, apesar das veias negras ainda preencherem sua pele, dando a ele uma aparência morta. Conseguiu esconder os leves sangramentos em seu nariz, e todos estavam felizes em sua ignorância contínua.

Exceto por Blaise, claro. Ele ainda insistia em conferir como Draco estava, apesar dos dois saberem que isso não faria nada para mudar a condição do menino. Nenhum milagre estaria acontecendo em breve.

Na manhã de Natal, o ministro Scrimgeour foi até a Toca procurando por Harry, já que a localização de Grimmauld permanecia sob o feitiço do Fidelius. Ron chegou no dia seguinte com uma carta do homem, uma que Harry jogou no fogo quase imediatamente após de ler, dizendo apenas que o ministro queria que ele fosse seu garoto de programa. Draco não estava surpreso... Perdeu a fé no Ministério anos atrás.

Harry respondeu com uma carta que, se Draco tivesse que resumir, diria apenas que o recado geral era: "Pode ir tomar no cu. Respeitosamente, Harry Potter".

No final da tarde, poucos dias depois do Ano-Novo, os garotos se enfileiraram ao lado do fogão da cozinha para regressar a Hogwarts. O Ministério providenciara essa conexão com a Rede de Flu para os estudantes poderem se transportar à escola com rapidez e segurança. Apenas Molly, Sirius, Andrômeda e Remus estavam presentes para se despedir, porque Arthur, Fred, George, Bill, Tonks, Gemma, Ted e Fleur estavam no trabalho. A sra. Weasley debulhou-se em lágrimas no momento da separação. Nos últimos tempos, era preciso muito pouco para fazê-la chegar às lágrimas; andava chorando a toda hora desde que Percy se retirara bruscamente de casa no dia de Natal - quando apareceu com o ministro -, com os óculos sujos de purê de pastinaca (pelo que Fred, George e Ginny se diziam responsáveis).

"Não chore, mamãe." Consolava-a Ginny, dando palmadinhas nas costas da mãe chorosa ao seu ombro. "Tá tudo bem."

"É, não se preocupe conosco." Disse Ron, deixando a mãe plantar-lhe um beijo muito molhado na bochecha. "Nem com o Percy. Ele é tão babaca que não se perde grande coisa, não é?"

A sra. Weasley soluçou ainda mais forte ao abraçar Harry. "Prometa que vai se cuidar..." Ela passou para Draco e o menino se forçou a aceitar o carinho sem nervosismo e retribuir com um sorriso. "Não se metam em confusões..."

"Pelo amor de Merlim, ou seu padrinho vai ter um infarto." Falou Remus, dando um sorriso ao abraçar Harry.

"Realmente tenho o coração fraco." Disse Sirius, tomando o lugar de Molly e apertando tanto Draco que o menino temeu que estivesse esmagando suas costelas. "Cuidado. Todos vocês."

"Eu sempre me cuido." Falou Harry, abrindo um sorriso. Draco se desvencilhou de Sirius. "Gosto de levar uma vida tranquila, a senhora me conhece."

Draco sorriu, divertido e entrou nas chamas verde-esmeralda. "Hogwarts." Declarou. rodopiando velozmente, captou vislumbres difusos de outros aposentos de bruxos, que sumiam de vista antes que ele pudesse vê-los direito; por fim desacelerou e parou alinhado com a lareira da sala da professora McGonagall. Ela mal ergueu os olhos do seu trabalho quando ele saiu engatinhando da lareira.

"Noite, Black. Procure não deixar muita cinza no tapete."

"Sim, professora."

Draco esperou Harry e seus amigos aparecerem antes de deixar a sala. Os dois seguiram com Blaise, Pansy e as irmãs Greengrass após se despedirem de Hermione e Ron para a comunal da Sonserina nas masmorras. Nenhum deles sabia qual era a senha atual, então apenas deixaram Harry sussurrar algo na linha das cobras para abrir as portas.

Draco Black e o Enigma do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora