Draco Black e o Enigma do Príncipe

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N/A: Esse tá bem pequeno gente, mas é meio q um extra mostrando um pouco do Nev e do Theo!! Enfim, aproveitem.

Ó d i o    o u    A m o r

Draco estava imensamente satisfeito que Harry fez progresso com a descoberta das Horcruxes, já que pareceu distraí-lo um pouco do fato da vida de seu melhor amigo ter prazo de validade. O menino pareceu levemente culpado, mas o loiro lhe garantiu que Snape estava progredindo, e não precisava de ajuda. Hermione o reprimiu pela mentira, mas ele não se arrependeu.

Harry precisava voltar a ter sua própria vida.

Não que a situação tenha melhorado muito. Harry agora apenas focava em duas coisas e empurrava seus sentimentos para o fundo de sua mente, trancados a sete chaves. Draco sabia muito bem que iria chegar um momento em que o garoto iria explodir, mas não havia nada que pudesse fazer além de esperar.

Enquanto isso, Ron pareceu finalmente tomar coragem - depois de uma longa discussão com Pansy - e terminou com Lavender. Os dois parecem ter tido uma conversa madura e se separaram em bons termos, o que deixou o ruivo imensamente aliviado.

Porém, nem todo mundo estava lidando muito bem com relações amorosas. Neville Longbottom estava a caminho do jogo Sonserina e Grifinória depois de deixar a Sala Unitatis quando cruzou com Hannah.

"Pensei que já estava no jogo. O que está fazendo aqui?" Perguntou ele, franzindo a testa.

A amizade de Hannah e Neville havia ficado estranha por um tempinho, mas ambos pareceram superar tudo quando o menino se aproximou de Theo. Ela estava feliz com Pansy - apesar de não estarem namorando, as duas tinham uma relação complicada de uma amizade que todos sabiam que era mais -, e Neville estava feliz por ela.

"Vi Theo." Disse ela. Neville imediatamente se tornou alerta. "Ele não parecia nada bem. O vi entrando no banheiro da Murta."

Neville não esperou para ouvir mais nada antes de partir. Ele desceu correndo a escadaria de mármore e entrou pelo corredor abaixo. Do lado de fora do banheiro, colou o ouvido à porta. Não conseguiu ouvir nada. Então, empurrou-a silenciosamente.

Theo estava parado de costas, com as mãos apoiadas dos lados da pia e a cabeça curvada.

"Não." Murmurou a Murta Que Geme, de um dos boxes. "Não... me conte qual é o problema... posso ajudar você..."

"Ninguém pode me ajudar." Respondeu Theo. Todo o seu corpo tremia. "Não posso fazer isso... não posso... não vai dar certo... e se eu não fizer logo... ele diz que vai matar Theo..."

E Neville percebeu, com um choque tão colossal que pareceu pregá-lo no chão, que o garoto estava chorando, realmente chorando, as lágrimas escorriam do seu rosto pálido para a pia encardida. Não era como se ele e Theo nunca tivesse quebrado na frente dele, os dois já tinham tido tantas conversas que quebravam o coração do lufano apenas ao lembrar. Mas nunca, nem uma vez sequer, ele havia visto o sonserino chorar.

Theo ofegou e engoliu em seco e, então, com um estremeção, olhou para o espelho rachado e viu Neville encarando-o por cima do seu ombro. Instintivamente, ele girou no calcanhar e empunhou sua varinha.

Neville se forçou a permanecer parado. Ele sabia que o que fez Theo apontar a varinha para ele não era raiva... era medo. O lufano tinha toda a certeza do mundo que o menino não iria machucá-lo. O modo como suas mãos tremiam era apenas uma prova disso.

"Sai daqui."

"Não." Neville respondeu imediatamente. "Se quiser me azarar, vá em frente. Não vou duelar com você."

Os momentos de silêncio que seguiram foram os mais longos da vida de Neville, mas ele se recusou a desviar os olhos dos de Theo. Ele nunca havia visto alguém tão perdido quanto o sonserino naquele momento, o encarando como se estivesse buscando pelas respostas do universo no seu rosto.

Finalmente, Theo deixou sua varinha desabar no chão do banheiro. Neville instantaneamente se aproximou e envolveu os braços ao redor do menino. O sonserino o agarrou como se sua vida dependesse disso, e o coração do lufano quebrou um pouco quando escutou um soluço vindo de onde o moreno escondeu seu rosto no pescoço do garoto.

Ele mal percebeu Murta desaparecendo para dar a eles privacidade.

"Tudo bem." Sussurrou Neville. "Vai ficar tudo bem."

"E-eu não consigo..." Murmurou Theo. "...Ele vai morrer se e-eu não f-fizer nada, mas... Porra..."

Neville fechou os olhos e acariciou levemente os fios do cabelo de Theo.

"Estou com medo." Sussurrou o sonserino. "Não quero voltar, Nev. O que aconteceu esse verão... Nunca mais quero aquilo de novo."

"Nunca vai acontecer de novo." Disse Neville, sua voz firme. "Ei, Theo..." Ele se afasta apenas o suficiente para encará-lo e pega o rosto do sonserino entre suas mãos. Os olhos dos dois se encontram, presos um no outro. "Eu prometo. Não vou deixar aquilo acontecer com você de novo."

E ele queria dizer cada palavra. Havia uma razão pelo qual o chapéu quase o colocou na Grifinória... Neville tinha coragem e determinação escondido em algum lugar dentro de si, e ele iria até o fundo do inferno para proteger esse menino se precisasse.

Theo encosta a testa na de Neville, fechando os olhos.

"Não posso desistir agora." Sussurrou ele. "Não posso. Fiz uma promessa para mim mesmo lá dentro, Nev. Prometi que iria proteger Draco." Ele levou a mão até a nuca do menino em um aperto firme. "Fiz coisas horríveis, Nev... Mas não quero que você me odeie por isso." Theo abriu seus olhos, ainda levemente marejados. "Não é justo te pedir isso, mas... Não me odeie. Por favor."

Era surreal ouvir aquilo. Claro, Neville sabia que Theo havia feito coisas ruins. Draco não disse muito, mas ele suspeitava que Theo tinha algo a ver com a hospitalização de Katie Bell. Mas, ainda sim... ele fez isso por um amigo. Por alguém que amava. Era ruim, claro, mas era uma lealdade admirável. E, depois de tudo que Theo passou... Como Neville poderia sequer considerar odiá-lo por isso?

"Não vou. Prometo."