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O    f i m    d e    u m    p e s a d e l o

As coisas acontecem rápido demais e Harry sente como se ele não conseguisse respirar corretamente. Todos abrem espaço para Madame Pomfrey cuidar de Draco, e Sirius força o garoto a contar tudo o que estava acontecendo. Naquela altura, a sala privada em que colocaram Draco estava completamente cheia com Luna, Hermione, Neville, Hannah, Theo, Tonks, Gemma, Andrômeda, Ted, Sirius e Remus.

A única razão pela qual Hagrid havia ido embora foi para ajudar McGonagall e os outros professores com o corpo - Merlin, Harry mal consegue pensar sobre isso corretamente - de Dumbledore. Astória e Pansy estavam com Blaise - que eles escutaram um pouco mais tarde que estava machucado, mas iria sobreviver - assim como a mãe do menino, e Daphne, Fleur e os Weasleys estavam com Bill, que havia sido ferido pelo lobisomem Greyback.

Harry conta para todos sobre a marca de Draco e o veneno correndo em suas veias, enquanto seus olhos retornavam ocasionalmente para o menino em questão, deitado na cama. Ele assiste enquanto o loiro lentamente, sob o cuidado de Madame Pomfrey, começa a parar de tremer. Ele ainda parecia a um passo da morte, porém, então o moreno não consegue relaxar.

Pelo menos não havia mais sangue escorrendo de seu nariz e boca.

Conforme ele relata os acontecimentos do último ano, Sirius parece prestes a vomitar, assim como Tonks. Andrômeda, porém, permanece calma, apesar de seus olhos preocupados e temerosos.

Assim que Harry termina de falar, a enfermeira toma como um sinal para interromper.

"Ele está estável." Disse ela. Mesmo com suas palavras, a expressão em seu rosto não permitiu que ninguém relaxasse. "Mas tenho que ser honesto com vocês... Não acho que ele tenha muito mais tempo."

Era como se seu mundo estivesse desabando ao seu redor. Ele não conseguia se segurar em nada, e isso era muito pior que qualquer coisa que ele havia passado antes. Muito, muito pior.

"Quanto tempo?" Remus murmura, um sussurro ainda alto demais para o silêncio na sala.

"Teremos sorte se ele sobreviver mais um dia. E acho difícil ele acordar novamente."

Harry assiste as reações das pessoas ao seu redor. O lábio inferior de Luna treme e lágrimas silenciosas começam a descer por suas bochechas, nenhum som escapando da menina. Hermione deixa Hannah abraçá-la e ambas se agarram uma a outra, parecendo tentar não chorar. Neville tinha um braço ao redor de Theo, que olhava para Draco como se visse um fantasma, seu rosto pálido e levemente perdido.

Andrômeda não deixou lágrimas caírem, mas pelo modo como ela parecia apertar a mão de Ted, estava perdendo a compostura e logo iria quebrar também. O homem tinha lágrimas nos olhos, mas nenhuma delas caiu.

Tonks estava uma bagunça. Gemma abraçava sua namorada enquanto a menina repetidamente murmurava negações e sinais de descrença, sua voz desesperada e soluços ocasionalmente interrompendo suas falas. Harry pensa ouvir o nome de Narcissa deixar seus lábios uma ou duas vezes.

Sirius parecia... jovem e perdido. Como se estivesse passando por um pesadelo que havia existido apenas em sua própria cabeça até aquele momento, mas que era familiar demais. Não haviam lágrimas em seus olhos, e ele não emitiu um som sequer, mas isso não queria dizer que estava sofrendo menos. Harry acreditava que seu padrinho poderia estar tão mal quanto ele se sentia.

Remus escondeu seu rosto no ombro de seu namorado, mas pelo modo como seus ombros tremiam levemente, ele também não estava melhor que ninguém.

E Harry... Ele não sabia como reagir. O que merda você deve fazer quando te dizem que o amor da sua vida, a pessoa que te ensinou como amar e ser amado, que lhe deu um lar, uma família, a pessoa que lhe salvou incontáveis vezes de diversas maneiras... que essa pessoa não tem mais que um dia de vida? Harry não sabe o que deve fazer. Não consegue fazer nada.

Draco Black e o Enigma do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora