XIX - A melhor maneira de livrar-se de uma tentação

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     Qualquer chance do beijo entre Olivia e Oscar acontecer naquele picadeiro se apagou junto com as luzes, mas ao contrário dos dois, a escuridão não impediu os lábios de outras duas pessoas se tocarem quando ninguém mais podia ver

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     Qualquer chance do beijo entre Olivia e Oscar acontecer naquele picadeiro se apagou junto com as luzes, mas ao contrário dos dois, a escuridão não impediu os lábios de outras duas pessoas se tocarem quando ninguém mais podia ver. Quando o escuro tomou conta do picadeiro, os poucos que estavam com o celular aproveitaram para iluminar o lugar enquanto tentavam entender o que aconteceu.

     Algumas vozes foram ouvidas dos trailers e aos poucos os moradores que acordaram com o barulho se aglomeravam na entrada do circo com suas lanternas. Oscar iluminou seu caminho até o lado de fora e o cheiro de queimado tomava conta do lugar, além da falação das pessoas que questionavam se os vizinhos que faziam a festa no picadeiro não foram os responsáveis pela explosão.

     Com um farolete, Richard encontrou o transformador queimado e chamou por David, que se prontificou em ir até à empresa de distribuição de energia elétrica na cidade vizinha, como fez da última vez que isso aconteceu. Olivia pediu para que o pai deixasse para ir durante o dia já que a estrada estava escura, mas o homem era teimoso demais para dar ouvidos à filha.


– Pai, por favor! – Olivia pediu mais uma vez.

– Eu sou velho mas não sou inválido, Olivia. E outra, vou pedir pro seu irmão ir comigo. Cadê o Adam? – David perguntou e olhou ao redor com a ajuda da lanterna.

– Não sei, ele estava aqui com a gente até a hora que as luzes apagaram – Olivia respondeu o pai também olhando ao redor.


     "Adam!", pai e filha gritaram, mas ele não respondeu. O rapaz não estava mais ali há algum tempo, assim como Benjamin, Jacob e Alice, que também já haviam sumido. Richard se ofereceu para ir com David até a cidade vizinha com a condição de dirigir no lugar do mais velho. Os dois entraram na caminhonete e partiram pela estrada iluminada apenas pelos faróis. Aos poucos os moradores do circo voltaram para seus trailers, restando apenas Megan e Olivia.

     Megan estava ansiosa para ir embora, então se despediu da amiga – que até então dormiria em sua casa para uma festa do pijama só das duas – e foi para o seu trailer. Olivia questionou se deveria ir junto com ela, mas a ruiva afirmou que não poderiam se divertir muito por conta do apagão então não havia necessidade de passarem a noite juntas no escuro sem fazer nada. Por já conhecer todas as desculpas da amiga, Olivia imaginou o que estava acontecendo.

     Sozinha, já que seu irmão aproveitou da situação para mais uma de suas escapadas noturnas e sua amiga não quis sua companhia, Olivia foi para seu trailer e decidiu dormir. Passou o demaquilante nos olhos e torceu para ter saído toda a maquiagem, já que seu celular estava descarregado e seu pai havia levado com a única lanterna da casa. Vestiu seu pijama e deitou.

     Rolou de um lado para o outro na cama, mas o sono não vinha. Encarar o teto era o mesmo que fechar os olhos, já que a escuridão era a mesma. Quando sentiu finalmente seus membros ficarem mais leves e a sensação de sonolência tomar conta de seu corpo, um alerta de perigo tomou seu cérebro. Um barulho na porta de entrada a fez abrir os olhos em um estalo e se levantar numa velocidade maior do que seu tornozelo permitia, a fazendo soltar um baixíssimo chiado de dor.

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