XXII - Viciado

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     Apressada e sem tempo para sentir a dor, Olivia vestiu a primeira blusa que encontrou e sem se importar que fosse vista saindo do trailer de Oscar, mancou até a porta e saiu, ignorando todos os chamados do rapaz atrás de si

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     Apressada e sem tempo para sentir a dor, Olivia vestiu a primeira blusa que encontrou e sem se importar que fosse vista saindo do trailer de Oscar, mancou até a porta e saiu, ignorando todos os chamados do rapaz atrás de si. Gritou o nome de Adam ao ver a sombra do irmão sentado no chão abraçado ao próprio corpo.

     Os pedidos de socorro e o grito de Olivia fez com que alguns vizinhos começassem a sair, inclusive Megan que não havia dado as caras durante todo o dia. Oscar se aproximou do homem ao chão com uma vela e Olivia pode ver todos os hematomas no rosto do irmão, além do sangue seco em sua camisa. Não sabia o que havia acontecido e naquele momento não se importava com o que Adam havia feito, mas não conseguia ver o irmão daquela forma sem sentir uma enorme vontade de chorar.


– Liv, me ajuda, por favor – Adam segurou a mão da irmã.

– O que fizeram com você?!

– Me desculpa, eu... Eu falhei. Foi culpa minha, eu perdi meu dinheiro, eu... – Adam não conseguia mais falar.

– Eu não acredito! – Olivia sentiu vontade de socar seu irmão e chegou a erguer seu punho para fazer isso, mas tudo o que fez foi abraçá-lo – Mas obrigada por estar vivo.

– Olivia, acho bom levar ele para o hospital – Oscar falou e ela levantou o olhar até ele, só aí percebeu que ele ainda estava sem camisa.

– Não precisa – Adam falou e logo em seguida gemeu de dor – Meu pai saiu com a caminhonete e não tem ninguém pra levar.

– Eu levo. Vou buscar a chave do outro carro.


     Oscar saiu em direção ao circo e não demorou a voltar com a chave do carro. Naquele meio tempo Adam sentia as lágrimas arderem os olhos a cada vez que olhava a preocupação estampada no rosto da irmã. Olivia queria poder ligar para seu pai, mas ninguém naquele circo tinha bateria no celular. Também não sabia qual seria a reação de David, já que ele expulsou o filho ainda naquela manhã, então certamente se sentiria culpado.

     Depois de entrar em casa e vestir uma camisa, Oscar ajudou Adam a levantar do chão e praticamente o carregou até o carro, o ajudando a sentar no banco traseiro. Olivia queria dirigir, mas o nervosismo não deixava. Sentou-se no banco do passageiro e esperou até que o atirador de facas ligasse o veículo.

     O hospital era distante do circo e o silêncio da estrada só evidenciava os gemidos de dor que Adam não conseguia conter. Olivia deixou algumas lágrimas escaparem, as tristezas daquele dia pareciam não ter fim e ver o irmão naquela situação só piorou tudo. Oscar tentava manter o rapaz acordado, já que não sabia se ele foi atingido na cabeça.


– Adam, acorda – Oscar falou assim que viu o rapaz fechar os olhos.

– Eu não aguento mais – Adam reclamou em meio a um gemido.

– Ah, mas vai aguentar sim – Olivia falou sem olhar para trás.

– O que te aconteceu? – Oscar perguntou sem cerimônias.

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