Como acreditar?

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Patterson

Tasha foi embora como um sopro me deixando totalmente despedaça por suas palavras. Segurando o lençol em volta do meu corpo me deixei cair no chão frio, enquanto as lágrimas saiam de meus olhos incontrolávelmente.

Pétala: Ei Patty!- tentou se aproximar mas eu logo a empurrei

- Sai daqui! Vai embora!- gritei fazendo-a sair da casa

Subi as escadas e voltei para o quarto, coloquei um vestido e observei todo o lugar, específicamente a cama bagunçada, bem embaixo dos meus pés estava um buquê de rosas vermelhas e a arma que Tasha havia deixado ali. Apanhei os objetos e sentei na cama permitindo que as lágrimas fossem embora.

Um misto de sensações e sentimentos tomavam conta de mim e eu só conseguia chorar descarregando toda dor que estava sentindo. Quando acordei, ver Pétala nua bem ao meu lado foi uma surpresa e pior que isso foi a maneira que Zapata me olhou, seus castanhos estavam tão frios quanto gelo, sua feição não expressava muito mas seus olhos marejados me encaravam de maneira desprezível.

Tentei controlar meu choro mas era impossível, a essa altura me imaginar tendo uma vida onde Tash não fazia parte dela era horrível e as suas palavras me pedindo para esquece-la não saíam da minha mente.

Depois de longos minutos chorando agarrada as rosas, fui no banheiro, fiz minha higiêne e resolvi tomar um banho. Enquanto a água fria percorria minha pele dezenas de lembranças com Zapata invadiam minha memória, toquei meu corpo me ensaboando e só então me dei conta de que eu não lembrava de ter feito absolutamente nada com Pétala, na verdade eu não lembrava de quase nada que aconteceu depois que sentei no sofá e tomei aquela taça de vinho. Eu nunca bebi ao ponto de esquecer o que fiz na noite anterior e sempre que eu transava com alguém no outro dia eu sabia mesmo que eu acordasse sozinha, eu conheço bem o meu corpo e os sintomas que fica pregado em mim depois de uma noite de sexo, por incrível que pareça o meu corpo insiste em dizer que não transei com ninguém e se eu fiz isso não foi por querer... Eu amo Zapata de mais para trai-la.

Assim que saí do banho vesti uma calça xadrez frouxa e uma regata que pertencia a Tasha, arrumei as minhas malas e as de Zapata e em seguida desci as escadas com certa dificuldade, ao chegar na sala minha tia organizava o lugar que estava repleto de pacotes vazios de salgadinhos e várias garrafas de vinho.

Malu: Pra onde você vai a essa hora? Pensei que fosse ficar mais alguns dias- disparou ao me ver- E Zapata onde ela está? Vocês já conversaram?

- Tia eu preciso saber tudo que aconteceu ontem a noite depois que Tasha foi pro hotel- parei bem a sua frente esperando-a falar

Malu: Bom, você sentou no sofá e começou a beber vinho, depois de muita conversas eu fui deitar e você permaneceu aqui com a Pétala- sua mão estava no queixo enquanto ela tentava resgatar todas as suas memórias

- Merda!- massageei minhas têmporas sentindo meus olhos marejarem- Eu não acredito que fiz isso!

Malu: Isso o quê querida?- me olhou confusa

- Eu acordei na cama com Pétala, nós duas estávamos nuas e Tasha viu tudo tia, eu tentei me explicar mas como se explica que eu transei com outra?- meu rosto já estava molhado pelas lágrimas novamente- E o pior é que eu não me sinto culpada por que eu não lembro de nada, não lembro de absolutamente nada e eu sinto como se não tivesse transado com ninguém

Malu: Meu bem!- enxugou meu rosto carinhosamente- As pessoas erram, eu sei que você não fez por querer, o álcool fez efeito no teu corpo e você acabou tendo uma recaída, essas coisas acontecem- me abraçou tentando me reconfortar

ME AME ou EU ATIROOnde histórias criam vida. Descubra agora