Desire to be a mother again

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Camila Cabello - Point Of View

Bato na porta de D. Nazaré.



— Oi, minha filha, boa noite. Entra aí.

— Boa noite. A Lauren já chegou? — Digo e ela me dá passagem para que eu adentre.

— Chegou, não. Mas daqui a pouco ela tá aí.— Suspiro pesado. Já era pra ela ter chegado, só pode tá fazendo birra.

— Ta bom, obrigada. Quando ela chegar, a senhora avisa que eu passei aqui?

— Aviso, sim.

— Obrigada. Tchau e boa noite.

— Tia cami!— Escuto a voz de Ruyzinho. Ele vem correndo em minha direção.

— Oi, meu amor.— Digo o pegando no colo e enchendo de beijos.— Você não devia tá dormindo?— Pergunto colocando-o devolta no chão.

— To ipelano a mamãe. Num góto de dumí zosinho.

— Então vem, eu deito com você. — Paro para encarar Nazaré, que apenas sorri.— Tudo bem eu deitar lá com ele?

— Oxe, pode ir. — Pego Ruyzinho e ele deita a cabeça no meu ombro.

Deito-o na cama e fico ao seu lado mexendo nos seus cabelos.

— Falou com sua mamãe Keana hoje?

— Fanei. Ela tá cupada agola de loite.

— Entendi. Vem cá, que ta tarde pra criança ta acordada. — Ele se vira pra mim e começa a fazer carinho no meu rosto. Beijo sua mãozinha.

— Tábia que eu samei zocê de mamãe amanhã? Foi si quelê.— Ele diz como se fosse uma uma coisa ruim. Meus olhos se enchem de lagrimas e eu sorrio pra ele.

— Meu amor é ontem que fala, não amanhã. Você me chamou de mamãe, ontem. — Paro pra absorver aquilo— E sua mãe Keana sabe?

— Não. Ela vai ticá titi tumigo. — Ergo um pouco o tronco para encara-lo. — Mai eu góto de zocê igól da mamãe, eu posso samá zocê de tia mamãe? — Dou uma gargalhada e puxo-o para um abraço.

— Claro que pode, pequeno!

— Ebaa!!— Ele diz pulando na cama. Depois fica sério — Mai a mamãe minha não vai ticá bava?

— Não. Eu sou sua tia mamãe só quando ela não estiver. — Ele balança a cabeça e depois solta um bocejo demorado.

— Ti soninho.— Ele diz coçando os olhos, depois se aninha à mim e em pouco tempo adormece.

xxx

— Camila?— Acordo no susto com a voz de Lauren no meu ouvido. Levanto em sobressalto. — Ei, calma.

— Chegou agora?— Digo ainda meio grogue de sono.

— Faz um tempinho. Vem cá. — Ela diz me puxando pela mão.

— Ei, aonde a gente vai?— Digo enquanto estou sendo levada por ela.
Me deparo com a cozinha escura.

— Que isso?— Pergunto coçando os olhos. Ela acende duas velas como resposta.


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