Alexa

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Volteiii 🤧😬

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Alexa Ferrer - Point Of View

— É ela, não é?!?— Pacheco, o novo gerente do tráfico e também conhecido como meu ex namorado, grita enquanto me mostra uma foto de Lauren.


— Não! Não é! E mesmo que fosse eu não iria dizer! Eu te conheço e sei que faria alguma besteira. Eu já disse que eu não te quero mais, você nunca vai me dar o que eu quero: dinheiro e poder! — Ele me difere um tapa.

— Aê mermão! Ta maluco? Encosta na mina de novo e tu ta fudido, entendeu? Nois é do crime mas tem respeito viu!— Sandro diz apontando o dedo na cara dele.


— Ôh fogueteiro!! Chega aqui!— Um menino magrelo, provavelmente menor de idade se aproxima. — Fez o que eu te pedi?


— Sim, senhor! E ela mermo! Já vi as duas de papo um dia desses.


— Desgraçado — Silibo sem emitir o som.

— Então vem cá que eu tenho uma missão pra você! — Os dois vão para um local afastado. Os sigo com cuidado para não ser vista.


Eu não sei o que ele pretende fazer, qualquer coisa que eu imagine será bem pior. Pacheco não é só o novo gerente daqui não... Ele morava na Turquia e era dono de uma máfia muito poderosa por lá, depois da polícia acabar com tudo que ele teve de vir pra cá sem eira nem beira, porém sua mente criminosa e cruel o fez chegar onde está na verdade eu nem sei como ele ainda não tomou de conta do morro. Ele é capaz de matar alguém e beber seu sangue se preciso for. Inclusive a ideia de matar os policiais com gás letal foi dele... Ele só não possuía o suficiente para tal ato.



Eu sabia dos perigos que eu corria quando me aproximei dele, mas eu estava na ilusão de conseguir dinheiro fácil, poder e ter tudo na palma da minha mão mas tudo o que eu ganhei foram missões que consistiam em levar e trazer drogas do exterior, todas no estômago. Depois de quase morrer em minha última ida ao Estados Unidos, eu decidi que não queria mais, e claro, ele surtou e ameaçou minha tia de morte e eu também. Na hora eu só pensava em fugir pra qualquer lugar longe dali, foi então que eu cruzei com o caminhão de Lauren e nela eu vi a chance de sair dali por um tempo. Ela me apresentou uma vida que eu não conhecia, por mais que tenha sido por algumas horas mas eu me encantei pelo seu jeito, nesse tempo em que conversamos eu vi que a vida não era apenas aquilo que eu estava acostumada, existia um mundo inteiro fora do crime e que podia, sim, ser bem vivido.


Quando eu estava no interior de São Paulo acabo encontrando Shawn, que me obriga a voltar com drogas dentro de mim, ele me ofereceu uma grana preta pra voltar pro Rio. Então eu liguei pra Lauren, já que não faria sentido eu cruzar com ela por lá sendo que eu deveria estar aqui. E adivinha? Ela me mandou pro Acre! O Shawn surtou quando soube que a droga nem chegou no Rio, eu ri, lógico que eu já tinha vendido tudo e consegui um bom dinheiro, mas se tratando da minha vida não é de se esperar que o mafioso Pacheco não tenha me ameaçado de morte. Ele fez minha tia refém e colocou fogo na minha antiga casa. Eu usei todo o dinheiro que ganhei com as drogas e pelo carregamento para a liberdade dela e a reforma do local.

Eu já estava farta! Então resolvi me entregar de vez para Lauren já que assim eu poderia me esconder deles e qualquer coisa ela me serviria de escudo( Sem consentimento, claro). Eu apenas queria proteção, mas ela me rejeitou! E a namorada dela? Mulher insuportável! Ainda tenho planos pra acabar com ela, inclusive eu a vi subindo o morro junto com a polícia e fui eu quem entregou o gás para o Shawn soltar neles, para a fúria de Pacheco que ainda iria misturar com mais outro e não conseguiu.


— Então é isso! Você entendeu, né? É só você apagar o dono do restaurante e entregar a carga com a droga pra ela, depois eu e minha turma simulamos um assalto e apagamos a caminhoneira também! — A conversa dos dois me tira do devaneio.


— Mas a regra aqui é clara: nada de chamar a atenção da polícia desnecessariamente!

— Os policiais vão achar a droga no caminhão! Vai dar a entender que era só um acerto de contas entre gangues rivais e tá tudo certo. O que você precisa entender é que para a polícia, bandido bom é bandido morto. — Ele vai matar a Lauren!! Isso eu não posso deixar, não posso...

Ainda sem ser vista, parto para a casa de minha tia para pensar em um modo de livrar Lauren dessa. Tá, ela me desprezou e eu tenho apenas ódio por ela mas mesmo assim eu não quero que ela morra, ela vai me pagar mas é de outro jeito! Depois de passar a noite em claro a única solução cabível é avisa-la. Só espero que ela me escute dessa vez.


Merda, merda, merda!!! Ta vendo que dá querer se boazinha, Alexa? É melhor deixar mesmo que morra!! Avisei, não avisei? Não me ouviram! Agora danem-se vou pra casa da minha tia esperar o noticiário local informar o ocorrido... Como se minha consciência fosse deixar!! Que ódio, eu tenho que estar lá quando acontecer e tentar impedir, me jogar na frente do caminhão, fazer uma encenação de moça arrependida pro Pacheco, sei lá... Mas ela não vai morrer.


Na esquina da rua do restaurante eu vejo seu caminhão cruzar a rodovia sem fazer a curva necessária para chegar ao local da entrega. Ela não vai até o restaurante! Mas se ela pensa que vai sair ilesa, ela está enganada! As drogas em seu caminhão são a chave perfeita para a minha vingança.


— Alô, é da polícia? Eu queria fazer uma denúncia...

Tão Opostas Quanto Iguais Onde histórias criam vida. Descubra agora