Tão Opostas Quanto Iguais

Recognition of paternity

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Camila Cabello - Point Of View

Acordo com batidas na porta.

— Oi, mãe... O que foi?— Pergunto com voz sonolenta.

— Você sabe de Lauren? Ela sumiu com o menino de madrugada!— Pisco alguma vezes, ainda assimilando as coisas.

— Como assim sumiu? — Digo coçando os olhos.

— Sumiu, ninguém sabe dela, ninguém viu saindo e ela não atende o celular. — Pendo a cabeça pra trás.

— Ai, Lauren... Tanto que eu falei pra ela não fazer nenhuma besteira... Olha aí! — Recosto a cabeça no batente da porta.

— Keana tá lá, esbravejando dizendo que vai prestar queixa, Seu Michael ta defendendo a filha, brigando com Edinalva, tá uma loucura aquilo lá.

— Ai meu pai... Eu vou lá, só vou tomar um
banho rápido.

Chego na casa de D. Nazaré ouvindo a gritaria.

— Ei! Ei!— Grito mais alto para ser ouvida e acabar com a discussão.

— Mana, tu sabes de Lauren? — Clara, a única que prestou a atenção em mim, me chama de canto e pergunta.

— Sei menos que vocês... Ela foi lá em casa mas não dormiu lá, não.

— Pois tente falar com ela de algum jeito, que Keana tá virada no cão e disse que vai prestar queixa contra ela por sequestro. E do jeito que ela é eu não duvido nada.

— Pior que ela pode fazer isso mesmo. A Lauren não tem a guarda legal do menino e muito menos o reconhecimento de paternidade.

Disco o numero de Lauren pelo celular de Marilda, já que o meu ainda não chegou.

— Ela recusa as ligações. Parece que sabe que é você... Eu vou tentar do telefone fixo lá de casa.— Digo saindo.

O número só chama e ninguém atende.

— Lauren!!! Que droga, viu... — Digo desligando depois de tentar inúmeras vezes.

Resolvo ligar para Chris. Ele deve saber alguma coisa.

— Alô...?

— Chris! Tudo bem? É a Camila.

— Oi, Camila Tudo e você?

— Mais ou menos... Você sabe se a Lauren deu alguma justifica por ter faltado no serviço?

— A - a? Não... Nenhuma... Er... Por que? Aconteceu alguma coisa?— Achei...

— É que ela fugiu com o filho pra não entregar pra Keana e tá todo mundo preocupado.

— Nossa... Eu vou ver o que eu posso fazer e qualquer notícia dela eu te aviso.

— Tá bom, obrigada.

Me arrumo e parto para a casa de Chris.

Eles se recusam a me deixar entrar, e como eu não tenho nenhum mandato, não há nada que eu possa fazer. Entro no carro para pensar em um modo de falar com Lauren. Eu preciso entrar lá... De um jeito ou de outro eu vou entrar, nem que eu fique aqui até de noite.

Chris chega depois de um longo tempo de espera. Ele se assusta quando eu desco do carro.

— Camila?!?

— Oi, Chris. Olha só, ou você me deixa entrar ou eu vou ser obrigada a dar queixa da Lauren na delegacia.

— Dar queixa de quê? O menino ta na minha casa e eu tenho a guarda dele.

— Mas vocês estão impedindo da mãe de ver o garoto! Escuta Chris, eu não gosto da Keana e por mim o menino ficava comigo e com a Lauren mas as coisas não são assim, e agir do modo que vocês estão agindo só vai piorar a situação! Eu tenho que fazer o que é certo independente do meu gosto... Deixa eu entrar, vai, eu só quero conversar com a Lauren.— Ele fica pensativo.

— Tá, vai... Mas olha só, se a Lauren não quiser entregar o menino...

— Tá. Se ela não quiser eu não posso fazer nada, aí ela e a Keana que se resolvam na justiça. — Entro com ele na casa.

— Se você veio levar o menino eu já vou dizendo que a Keana não tem o direito de leva...

— Eu só vim conversar com a Lauren. Ela tá aí que eu sei.— Interrompo Joyce.

— Ela tá no quarto. — Ela me guia até o local. Pela pequena fresta da porta entreaberta posso ver os dois brincando com o passarinho dele, o Bananinha. Sorrio abrindo a porta.

— Mamãe! Ola o Mananinha ati!— Ele diz alegre apontando para o Canário Belga que está pulando de um lado para o outro na gaiola.

— Que lindo que é seu passarinho! — Encaro Lauren e ela entende meu olhar.

— Filho. Vai lá com vó Joyce brincar, o papai vai conversar com a Camila, tá? — Ele balança a cabeça positivamente e sai.

— O que eu te falei ontem, Lauren? Você tem noção do que você fez? Isso configura sequestro, sabia?!?— Digo com voz baixa porém dura.

— Égua! Eu que sou a mãe do menino também! Como que alguém sequestra o próprio filho?— reviro os olhos.

— Mas você não registrou o garoto! Logo, não tem a guarda legal dele, por isso configura, sim, um sequestro!

— Camila, eu tava desesperada! Ela queria levar meu filho embora! Tu achas que eu ía deixar?

— Marrenta... O que você tem que fazer é entrar com um processo de reconhecimento de paternidade e depois tentar a guarda compartilhada, e não simplesmente fugir com o garoto! O que Você pretendia fazer? Se mudar pra longe e ninguém mais ter notícia sua e nem do Ruyzinho?

— Claro que não! Era só pra essa cobra ficar longe do menino!

— Ela é a MÃE do menino, Marrenta!!— Ela se levanta nervosa.

— E só por isso ela pode levar o garoto pra longe de mim? Me privar de ser uma mãe presente pra ele também?

— Não, ela não tem. Mas querendo ou não o pai legal do garoto ainda é o Chris. Pela lei você não tem direito nenhum sobre o garoto até que se prove a paternidade.

— Até lá eu fico com ele. E Keana não vai chega perto, não!

— V- você tá se ouvindo? Ou melhor você ta raciocinando direito? Cade a Lauren que mentiu no tribunal pra proteger a Keana pra ela não perder a guarda do filho? Lauren! Você tá fazendo a mesma coisa que seu pai fez que você tanto critica, ta deixando o menino sem a outra mãe. Poxa, você sabe como é, sabe o quanto faz falta e como foi bom você encontrar a sua! E quer que o garoto sinta o mesmo?— Ela abre a boca para dizer algo, mas vacila e abaixa o olhar. Quando levanta está banhado em lagrimas.

— Eu só não quero perder meu filho...— Ela sussurra enquanto as lágrimas caem. Eu a abraço forte.

— Eu sei... Eu sei o quanto você tá sofrendo com isso mas pensa que vai ser bom pro seu filho ficar um pouquinho com a Keana... — A afasto para que ela possa me encarar. Seco suas lágrimas com as costas das mãos. — Quando você tiver a guarda dele, ele vai ter ficar aqui no Brasil, não se preocupa.

— E se o menino ficar doente? E se eu não conseguir falar com ele?

— Ei! Ele vai ficar com a Keana, não com uma desconhecida... Fica calma, tá? Vem cá. — Junto seu corpo no meu e permaneço a embalando até que ela se acalme e pense melhor no que vai fazer.