Tão Opostas Quanto Iguais

Are you mad?

Nem demorei vai

2/4

-

Lauren Jauregui  - Point Of View

Acordo com Ruyzinho pulando na cama.

— Acóda, mamãe! Acóda, mamãe! Acóda, mamãe!— Ele cantava.

— Égua! Levantei, já.— Digo puxando-o pelo pé. Ele gargalha loucamente enquanto faço cócegas em sua barriga.

— A zente vai tomá sovete ozi?— Ele diz depois de acabar o café da Manhã.

— A gente vai no parque, depois vai tomar sorvete, e se der tempo, na pracinha.

— Ebaa!!— Ele diz batendo palmas e pulando. — A ota mamã... Não! — Ele diz abanando a cabeça.—A tia cami vai zunto?

— A Camila trabalha agora e depois vai treinar, outro dia ela vai. Bora se trocar, pra dar tempo de fazer tudo.

O visto com uma camiseta regata branca e bermuda jeans que ele ganhou de Camila.

— Eita que menino bonito! Vai aonde?— Tia Nazaré pergunta pegando ele no colo.

— Po paque, tomá sovete e bincá na paça!

— Tudo isso?— Ele concorda. — Então, tá. Bom passeio!

— Tau, manda beso po vovô e pa vovó fala que eu zá voto.— Ele diz fazendo "tchauzinho" com a mão.

Passamos a manhã toda em um parque de diversões que inaugurou aqui perto. Ruyzinho se divertia como nunca, foi em todos os brinquedos e sua risada contagiante preenchia qualquer lugar que ele fosse. Depois do sorvete, e de muita insistência, eu o levei até a praça.

— Olha mamãe! Eu acanso aqui! — Ele diz ao tocar com as pontas dos dedos em um dos aparelhos de ginástica ao ar livre que tinham por lá.

— Cuidado pra não cair!— Digo ao ve-lo tentar se pendurar.

— Lauren? — Encaro Alexa.

— Oi. — Digo, somente. Volto a prestar atenção em Ruyzinho.

— Seu filho? — Ela pergunta olhando Ruy.

— É.

— Quantos anos ele tem?

— Dois.

— Mamãe! — Ele diz numa tentativa de me dar um susto. Ele para e encara Alexa — Ela é quem?

— Alexa.— Ela toma a frente— E você quem é?

— Ruzinho.— Ele diz encarando o chão.

— Ruyzinho? — Ele concorda — Que nome lindo! — Ele sorri antes de deixar o local.

— Eu... Já vou indo.— Ela segura meu braço.

— Eu queria te falar um coisa...

— Não precisa  — Interrompo.

— Precisa, sim. Eu menti pra você, eu tenho parentes no Rio, a minha tia, e meu namorado ele... Nunca levantou a mão pra mim. O que aconteceu foi que... Ele se meteu em más companhias e acabou morrendo em uma invasão no morro, ele tava envolvido com traficantes, e eu estava com medo deles virem atrás de mim e eles vieram quando eu estava em São Paulo, mas depois eu consegui pagar uma quantia para me deixarem em paz. Desculpa se eu te atrapalhei e tudo mais... Eu só queria amar de novo e vi em você meu mundo, um mundo que eu não sabia que poderia existir... Desculpa e... Espero que você entenda meu lado, também. — Apenas balanço a cabeça devagar.