Nota da autora: Cada capítulo uma one-shot diferente de momentos que sinto que tenho que escrever sobre Gwyn e Azriel. Me acompanhe no twitter @GwynrielStan.
— Há meses atrás não acreditaria que deitaria em um telhado e olharia as estrelas. Lia sobre as constelações em livros antigos, me permitia sonhar acordada com as belezas dos territórios mas no fundo não sentia mais esperança em ver nada disso de perto.
Deitada sobre o peito do illyriano, protegida pelas grandiosas asas e no calor de suas sombras ela admirava deslumbrada a beleza daquele céu estrelado. Os dedos dele percorriam seu braço, provocando sensações gostosas em seu corpo.
O vento acariciava as asas de Azriel, com um leve toque gélido. Mas tudo em si era calor reconfortante. Até mesmo suas sombras estavam relaxadas entre eles. Não havia se sentido assim há muito tempo. Não, nunca havia sido assim.
Quando ele começou a falar, sua voz estava muito baixa.
— Quando eu era menino, fechava os olhos e imaginava... Que eu voava, apenas voava, livre por onde quisesse ir. Com o vento no rosto. Eu nunca havia voado antes, então imaginava a sensação. Mais do que tudo não queria me sentir sozinho. — Um sorriso triste. — De algum modo sempre me senti um pouco sozinho. Até que... meses atrás me permiti sonhar. Me lembrei um pouco daquele menino, que sonhava com o simples. Que tinha isso tirado dele em todas as vezes.
Ela se apoiou em seu peito e lhe encarou. Com um toque suave encontrou seu rosto. Percorrendo seus dedos por ele. Querendo apenas reconfortá-lo, por ser alguém que havia suportado tanto na vida, que se protegia em sua fúria gélida e silenciosa mas que levava dentro de si o peso de sentir com muita intensidade tudo ao seu redor.
Ele fechou os olhos enquanto se rendia ao carinho.
— Vejo um pouco daquele menino em mim, todos os dias. — Ela disse com a voz rouca, um tanto embargada. Percorria os dedos pela lateral de seu rosto, o admirando. Ele já havia suportado tantas provações, tantos sofrimentos, e os escondia desesperadamente de qualquer um que tentasse se aproximar. Passou os dedos por seus lábios. — Eu admiro você por tudo o que você é. Sabe disso? Todas as partes. Sei que olha para mim e não sente pena, assim como olho para você e vejo uma parte minha refletida ali.Ele a encarava agora. Os olhos intensos e focados. Fixaram os olhares, apenas deixando que tudo entre eles se subentendesse, as respirações se mesclando. Ela abaixou lentamente o rosto e beijou cada uma de suas pálpebras, sua têmpora, seu maxilar, traçando beijos até sua boca, onde ela apenas roçou seus lábios nos dele. A promessa de um beijo. Então um leve encostar de bocas, um rápido beijo, seguido de outro. Quando finalmente se renderam, as línguas se encontraram. Gwyn apoiou uma mão em seu rosto enquanto a outra apertava seu ombro. Ele a segurava contra si, sua mão afundando em seu cabelo e a outra em sua cintura. Mais tarde haveriam beijos ardentes e desesperados. Esse era sobre a beleza das estrelas que os cercavam e sobre o encontro de duas almas que já haviam suportado muito do desequilíbrio de seu mundo, sua união indo além da explicação de qualquer que fossem os deuses vindos antes deles.
As línguas se reconheciam em um sensual toque, como se dança e música as guiassem, disparando deliciosos impulsos por seus corpos. Azriel puxou levemente seu rosto para o dele, aprofundando ainda mais o beijo. A mão de Gwyn deslizando do ombro para a lateral de seu pescoço, enquanto percorria sua boca em pura entrega. As únicas presenças no mundo naquele instante era ele e sua Sacerdotisa, o cheiro dela, os gostos em suas línguas, nada mais importava. Segurou a língua dela entre os lábios, chupando levemente, voltando logo após isso para pressionar seus lábios nos dela, Gwyn sorriu com o contato, então Azriel sorriu em resposta, enquanto se demoravam um pouco mais no beijo.
Quando abriram os olhos novamente um brilho poderoso os envolvia. Ele nunca se cansaria do quanto aqueles lábios macios pareciam tão certos em contato com os dele. Ela o encarava enquanto sorria. A mão dele, que estava em seu cabelo, deslizando para seu rosto, para lhe fazer um carinho, assim como ela lhe fizera.
Os lábios vermelhos com seus beijos seriam o seu fim. E aquele brilho nos olhos tão impressionantes, sua ninfa. Azriel sorriu com o pensamento passando o polegar por seu lábio inferior, arrancando um suspiro de Gwyn.
— Até que você tem algumas habilidades que não posso reclamar — ela disse enquanto deitava novamente encostada em seu corpo. Seu cabelo se espalhando entre eles, com um brilho deslumbrante à luz do luar. Ela sentiu a risada dele ecoando em seu corpo.
— Muitas das habilidades que somente você tem o prazer de desfrutar — beijou seus cabelos enquanto olhava para seu rosto, ela franzia o nariz como se não gostasse da ideia de que outras já haviam testemunhado tais habilidades. Ele sorriu para ela enquanto ajeitava as asas, ainda os envolvendo em um casulo de puro calor.
Gwyn puxou seu braço para a frente do corpo, segurando sua mão e a levando aos lábios. Beijou o dorso carinhosamente, onde as cicatrizes apareciam. Ela sabia que isso era importante para ele, principalmente por ter tocado em seu passado. Azriel a apertou contra si suavemente enquanto beijava novamente seu cabelo. Depois disso entrelaçou suas mãos e juntos continuaram a observar os milhares de pontos luminosos acima deles.
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Gwyn & Azriel, a Sacerdotisa e o Encantador de Sombras.
FanfictionCada capítulo uma one-shot diferente de momentos que sinto que tenho que escrever sobre Gwyn e Azriel. Me acompanhe no twitter @GwynrielStan O Encantador de Sombras e a Sacerdotisa. O anjo da morte e àquela beijada pela luz. O guerreiro frio que só...