CAP 21 - A VERDADE

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Terminei de me arrumar e ainda faltavam 20 minutos do horário marcado pro Luan me pegar.

Não fiz uma mega produção, eu só iria acompanhar o Luan pra ele não ir sozinho e pra eu poder ocupar um pouco a cabeça.

Escolhi um vestido vermelho com um decote em V um pouco profundo. Mas era um vestido mais pra básico, de alcinhas finas, as costas um pouco nua e uma fenda na perna. Apesar de básico, ele era justo e modelava todo o meu corpo.

Enquanto me maquiava e terminava de fazer uns cachos no cabelo, fiquei pensando em Felipe, querendo acreditar nele, apesar do medo de me machucar.

Esperando Luan, resolvi ligar pro Felipe pra avisar que ia sair. Mas ele não atendeu. Já devia estar com a mãe.

Não entendo o medo que ele tem da mãe, deixando ela o manipular em tudo. Mas ele teria que se impor e falar sobre nós. Pelo menos, na casa dele ele iria ter que deixar de mentir sobre a gente.

Luan chega e nós vamos.

O casamento foi lindo, ficamos numa parte mais reservada. Na hora da festa, sentamos numa mesa com alguns tios do Luan.

Resolvi que não ia ficar sentada e chamei Luan pra irmos pra parte onde estavam os jovens, peguei um drink no bar e fomos pra pista de dança.

A festa era bem animada, fiquei feliz por ter vindo e me divertido um pouco. Não sei quantos drinks eu bebi até sentir as pernas dormentes e pedir pra ir sentar.

Quando voltamos pra mesa eu paro. Sinto o chão tremer, um balde de água fria cair sobre mim. Minhas pernas fraquejam, tudo gira, fica escuro e a vontade de vomitar assume o controle. A bebida pegou rápido demais. Eu penso.

Luan consegue me segurar antes que eu caia no chão.

- Lia, você tá bem? Lia?? Fala comigo.

A voz do Luan era distante. Parecia que tinha uns efeitos robóticos, nada fazia sentido. Tudo continuava girando.

Ele me sentou numa cadeira e ficou ao meu lado.

- Lia, o que aconteceu.

As lágrimas escorriam sem parar e a vontade de vomitar aumentava. Esfreguei os olhos querendo confirmar o que eu via.

Luan enxugou meu rosto com uma das mãos. Pegou um copo com água na bandeja de um garçom que ia passando e me deu.

- Aqui, toma isso pra ver se melhora.

Eu tomei um gole da água. As lágrimas continuavam a sair, por mais que eu me esforçasse pra não acontecer.

Luan, mais uma vez, passou a mão no meu rosto, limpando as lágrimas.

- Lia, me diz o que você tem? Tá se sentindo bem?

Eu apenas aponto com a cabeça, não consigo falar. Ele olha na direção que eu apontei e vira rapidamente pra mim.

- Se acalme. Você quer ir embora?

Faço que não com a cabeça. Respiro fundo e volto meu olhar pra cena.

No jardim da festa, onde tinham algumas mesas, Felipe estava lá. Brincando com um bebezinho que supôs ser o Diego, seu filho. Apenas essa cena não teria me causado um ataque de pânico tão grande. Mas ao lado deles, estava a Patrícia. Como uma linda família feliz.

Luan, me acalmou e me chamou para irmos embora. Mas eu não ia. Ele ia me ver. Ele tinha que saber que eu estava vendo.

Não podia acreditar na mentira que eu estava vivendo, eu tinha falado sobre isso com ele ontem e hoje ele já está aqui com ela.

ERA PRA SER VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora