CAP 2 - CONFUSÃO DE SENTIMENTOS

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Fernando percebeu que eu não estava bem, inventei uma enxaqueca e pedi pra irmos pra casa, não aguentaria ficar ali por todo o final de semana, seria torturante demais. Além de que eu teria que me adaptar com essa volta repentina de Felipe.

Sempre atencioso e cuidadoso, ele não hesitou em atender meu pedido. Só pediu que ficássemos até a hora dos parabéns e no final da tarde iria me deixar em casa, mas que voltaria pra ficar com a sua família. Achei justo e pra ser sincera, eu adorei isso, não queria ficar com ele, precisava ficar sozinha.

Tinha que colocar a cabeça no lugar, tinha que saber como Felipe iria afetar minha vida, meu relacionamento com Fernando e todo o resto. Eu precisava pensar e principalmente, eu não poderia, de jeito nenhum, brincar com os sentimentos do Fernando.

Passei o restante do tempo na mesa, conversei com algumas pessoas, mas não fui como eu gostaria, ou deveria ter sido com a família dele. Não sei o que acharam de mim, mas também, já não estava preocupada com isso, só queria sair dali e ir pra casa o mais rápido possível.

Antes de irmos embora, Dona Elisa, mãe de Fernando, veio nos avisar que esse ano, como todos os primos e tios estavam juntos, depois de um longo tempo, o natal seria na casa deles e que eu e meus pais estávamos convidados.

- Obrigada dona Elisa, avisarei aos meus pais, mas eles já tinham combinado com um tio meu. Mesmo assim, muito obrigada pelo convite.

- De nada minha querida, mas espero que você passe pelo menos um tempinho com a gente no natal, tá ok? É uma pena a sua enxaqueca não ter passado. Melhoras pra você.

Ela deu um beijo na minha testa e voltou pra mesa. Eu apenas dei um tchau coletivo para todos quando ia sair e fui em direção ao carro. Felipe tinha sumido de vista já fazia um tempo, não sei onde ele estava, também não procurei, apenas apressei logo o passo.

Nando já tinha colocado nossas coisas no carro e só estava me esperando. Na saída da propriedade eu o vi, lindo como sempre, de calça, bota e sem blusa. Ele estava montado num cavalo e vinha  em nossa direção. Fernando parou o carro assim que ele levantou a mão e já foi baixando o vidro do meu lado.

Nossa, como ele estava lindo. Olhei pra ele, que estava olhando pra mim, senti minhas bochechas ficarem vermelhas pelo constrangimento do momento.

- Já vai primo!? - Ele perguntou, com olhos em mim e um sorriso encantador.

- Não, eu vou só deixar Liana em casa, ela está com uma enxaqueca que não passou com o remédio. E quer ir embora, mas jaja volto pra gente colocar a conversa em dia e apostar uma corridinha nesses cavalos.

- Melhoras pra você. - ele desviou o olhar de mim e continuou conversando com Fernando. - Pois volte logo Nando, que eu vou tá aqui esperando pra fazer você perder essa corrida. Tchau.

Olhou mais uma vez nos meus olhos, deu um sorriso que me fazia perder o sentido de tudo, puxou as rédeas pro lado e saiu disparado no seu cavalo preto.

Fernando fechou o vidro e fomos no rumo da minha casa. Fiquei calada por todo o caminho, olhando para a estrada, mas o pensamento estava nele. Apenas nele.

Quando cheguei, minha mãe olhou assustada, sem saber o que estava acontecendo, afinal, saímos pra ir pro final de semana com a família dele e eram quase 19h e eu já estava voltando.

- Minha filha, aconteceu alguma coisa? Vocês já voltaram? - perguntou franzindo a testa.

Me apressei em responder, mas Fernando foi mais rápido do que eu e contou da enxaqueca, que eu não estava bem e pedi pra vim pra casa.

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