CAP 49 - TEMPO

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Ano 2014

Nunca imaginei que minha vida poderia ser tão tranquila, calma e nessa enorme paz.

Caio e eu estamos namorando há dois anos e por incrível que pareça, eu estou muito bem com isso. Eu achei que nunca iria conseguir seguir minha vida, mas eu estava errada.

Meu namoro com Caio é bem calmo e tranquilo, não existem brigas, discussões e nem ciúmes, ele é bem confiante e me deixa super à vontade. É tudo tão diferente que às vezes eu acho que somos mais para amigos do que para um casal realmente.

O jeito despreocupado e tranquilão dele levar a vida, me dão a impressão que ele não se importa muito, mas é apenas o jeito dele de me deixar ser eu, ter a minha vida, meus amigos, sair e mesmo assim, ainda ter ele.

Coisas diferentes de tudo que eu vivi. Estou aprendendo um novo jeito de se relacionar. Um pouco frio, sem emoção, sem borboletas no estômago, mas não era ruim, era calmo e me dava paz.

Seria uma grande mentira dizer que eu não lembro mais do Felipe, eu lembro. E o fato de não saber mais nada sobre ele, me deixa ainda mais curiosa e pensativa.

Felipe sumiu da minha vida e eu não o procurei mais, não perguntei mais por ele e fingir ter esquecido, até pra mim mesma eu digo essa mentira, sabendo que ele continua guardadinho aqui, dentro do meu coração.

Fico pensando nas palavras da minha mãe no dia do casamento do Luan, quanta verdade eu escutei e não dei importância. Mãe sabe de tudo e hoje, tudo se encaixava tão bem, era impressionante.

A família de Caio era muito animada, tão receptiva e me tratavam com tanto amor que eu me sentia na minha própria casa. Era tão bom viver tudo aquilo.

Ah, quase esquecendo, nesses dois anos, eu finalmente descobri os defeitos do Caio. Ele não era perfeito como eu achava que fosse, longe disso.

Ele era o filhinho da mamãe, coisa que me irritava, pois tudo ele tinha que correr pra contar pra ela. Ela se metia em tudo que ele fosse fazer, ela até dizia por ele o que fazer, em determinados assuntos, ou melhor, em quase tudo.

Era tanto, que dava até raiva. Ela chegava até a marcar o horário e ela mesma escolhia o filme que Caio e eu íamos assistir no cinema.

Nossa, como isso me irritava.

Mas o que mais me zangava nisso tudo, era o fato de tudo ser frio, sem emoção e a mesmice da rotina do nosso dia a dia.

Fazer amor com Caio era automático, sabe aquela coisa sem desejo? Não sei bem explicar, mas era sem graça. Ele não me deixava de perna bamba, não disparava meu coração e muito menos conseguia me fazer ver estrelas.

Mas a nossa relação era boa. Apesar de tudo, nós estávamos bem, era mais como uma amizade, um companheirismo, uma relação de afeto que me tranquilizava, me fazia bem.

Não tínhamos aquele fogo que eu tinha com Felipe, mas com Caio, sexo era uma coisa que não era essencial. Ele não tinha essa necessidade de ter isso como uma obrigação no relacionamento e eu tava bem com isso.

Eu não sei explicar, mas o nosso namoro era uma mistura de cumplicidade e amizade, era muito bom ter essa confiança e segurança com ele.

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