A água que lhe escorre pela cara, atravessa-lhe o coração e já não sabe como respirar, como contar, como acreditar no dia de amanhã. As lágrimas perdem-se nessa mente de mentir e acreditar e enganar a alma. Não aprendeu a desfazer-se de sentimentos, a arrancá-los de si. A vida ensinou-a a afastar-se, até tudo parar, até sarar o sorriso e as memórias serem fundidas com as que já não se lembra. Mas ninguém a ensinou a ficar, a lembrar-se, a tentar, a lutar para desistir. A batalhar contra o seu coração, a favor da sua sanidade mental. E mesmo que consiga deixar de se lembrar, o coração não esquece tão facilmente e a pele não enxuga as lágrimas, só as absorve para a relembrar do passado. Sabe como tomar o caminho mais fácil, mas nunca teve de escolher entre tantos caminhos que lhe magoam a alma. E finalmente tem liberdade para não ser esse peso que lhe guia a vida, mas quando é, quando acorda dessa vida fantasma que criou para se manter intacta, tudo parece choro preso na garganta e falta de ar. Ergue-se sempre, porque vai passar, só não sabe quando. Às vezes são só segundos, mas tornam-na cada vez mais distante, com vontade de fugir, de nunca mais voltar, de virar a página. Ensinou-se a si mesma que o equilíbrio entre amar e não amar não existe, não depois de querer, de ser, de sentir. Então não vive no equilíbrio, antes mais no precipício, onde todos os lados parecem um destino inevitável da dor de não decidir nada. De não se afastar, mas de não se aproximar o suficiente para cair. Alguém que a ensine a sair desta corda. A tocar sem sentir nada para além de uma mão, a sorrir sem achar que não quer viver sem isso, a curar-se sem ter de fugir e a seguir em frente sem ter de se afastar até que o coração se esqueça.
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A little bit of my heart
PoetrySome texts to help me express how I feel and hopefully help me improve my writting skills. Alguns textos para me ajudar a expressar os meu sentimentos e com sorte ajudar-me a melhorar a minha habilidade de escrita.