Esta é a minha dicotomia

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Não aguento mais este sufoco de ti. Este escudo que me imponho para me segurar de mim. Estou cansada de viver amarrada, neste sentimento de querer o que não posso querer e de não me deixar querer para não me perder. E o pior é ver-me perdida, sem saber o que fazer, porque não sei ser o que queria ser. O equilíbrio perfeito entre vontade e não querer, sem saber que me não querendo perder, já me perdi. E às vezes quero só ficar sem ti, porque permanecer é a angústia de me não lançar. Nesse abraço que me queres dar, mas se não rejeitar não sei largar. E gostava que soubesses o que me viaja na mente, para perceberes realmente todo o pensamento que tenho junto de ti. Pois é uma viagem sem fim, de mim para mim, onde não sei agir, reagir, compreender, satisfazer. Estou farta de deixar o meu coração controlar a minha mente e forçar a minha mente a controlar o meu coração, numa melodia de toca e não toca, manda e não manda, chora e não chora. E no meio disto tudo ainda me ensino a estar bem, mas estaria melhor sem esta aposta que me assombra e pior sem ti. É um ciclo que só acaba quando acabar e sabes que não gosto de esperar para adivinhar, por isso escrevo para não me lembrar que já me perdi. Não sei em quantas voltas vou, mas estou asfixiada numa roda que não pára e da qual não sei saltar fora. Aguento mais um tempo neste aperto, para não perder o alento de te encontrar. Aguardo o momento deste peso sair de mim, sem vontade que parta mas com esperança que o faça. Esta é a minha dicotomia onde me perco a cada dia.

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A little bit of my heartOnde histórias criam vida. Descubra agora