A little bit of my heart

É como se matasse

O cabeça não para, o tempo não perdoa e a saudade não mata, mas é como se matasse. É como se arrancasse toda a minha energia e me transformasse em ti. Vives dentro de mim, no meu pensamento, no meu coração, nas memórias que nunca pudemos criar, nas conversas que nunca tivemos e nos sorrisos que nunca conhecemos. Imagino-te a lutar como um guerreiro, a remar contra a maré, sozinho e incompreendido. Revejo-me em ti, nos teus olhos e na tua revolução. Gostava de saber o que é ter-te na minha vida, imagino todos os conselhos que me darias e todos os erros que me deixarias cometer, só para aprender melhor, mesmo que mais devagar. Sinto a tua presença como uma mão no ombro a reconfortar-me quando baixo a cabeça e peço que fiques comigo, para sempre. És o anjo que me protege e me ajuda a levantar, espero que saibas disso. Não me esqueço que estás aqui, mesmo que não estejas, mesmo que te tenham levado, estás aqui. Porque te transporto nesta jornada que é a vida, para te mostrar o que não pudeste ver, para sentir o que não pudeste sentir, para crescer contigo e por ti. Não consigo compreender as vozes na tua cabeça, mas consigo sentir a vontade de ser mais e melhor, todos os dias. Essa vontade que te deixou infetado de esperança, de mais uma batalha, de mais uma conquista. Todos os dias era uma guerra contigo mesmo e não quero que seja mais assim. Acalma esse coração, respira fundo, não preciso que me carregues, só peço que me dês a mão, para te poder arrastar para a felicidade, como quem partilha as coisas mais bonitas do mundo com quem ama. Porque não te conheci, mas a verdade é que te conheço. Porque sei que a tua cabeça era uma roleta russa e o tempo correu contra ti, em vez de a favor. E está tudo certo. Tinhas de ir para seres o anjo que aparece nos meus sonhos. É injusto mas está certo. Hoje está certo. A cabeça não para, o tempo não perdoa e a saudade não mata, mas é como se matasse.

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