𝐎𝐍 𝐌𝐘 𝐖𝐀𝐘 - Hawks

9 - Uma cicatriz.

— Bom dia, sunshine, finalmente acordou.

Você mal conseguia distinguir quem ou quantas pessoas falavam aquilo. Você não tinha apenas dormido, havia sido dopada também, isso se misturou com os remédios anti-depressivos e os calmantes foi um baque para que seu corpo desligasse completamente. Sua mente foi pondo tudo no lugar aos poucos, até que se deu conta de quem era a voz.

— Vai se foder, churrasco ambulante. — Você disse quase num suspiro, tudo o que você queria era dormir.

— Você realmente não aprendeu bons modos, não é? — Escutou ele soltar um riso nasal, logo se levantando e indo na sua direção.

Você novamente estava amarrada em uma cadeira, mas dessa vez seus braços e tornozelos estavam presos com algemas.

— Abre a boca. — Ditou o (mais alto ou menor).

— Aham, pode esperar sentado. Acha que eu sou o que? Uma imbecil?

— É só água, abre a porra da boca logo!

— Como eu sei que não tem nada ai?

Ele te encarou por 10 segundos antes de abrir a garrafinha de água e beber um gole.

— Se não quiser morrer de fraqueza, beba a porra da água logo. — Ele então colocou o bico da garrafinha na sua boca, inclinando-a para frente para que a água caísse.

Você, completamente desconfiada, bebeu. Se fosse para morrer que morreria logo.

— A qual devo a honra do segundo sequestro? E do serviço excelente da "casa"? — Você perguntou de um jeito irônico, jogando a cabeça para trás brevemente por causa do desconforto.

— Vou ser direto. Shigaraki quer que você entre na liga.

— Pft, só pode ser piada.

— Não é. Você tem um potencial bom pra isso e bla bla bla, ele mandou e dizer um discurso ridículo sobre a sua individualidade e os caralhos a quatro, mas sinceramente eu estou sem paciência. — Ditou com tédio em seu tom de voz, se sentando num sofázinho que tinha a sua frente.

— Sabe que eu posso acabar com você mesmo amarrada nessa cadeira, não sabe?

— Ah, é. Sobre isso, apagamos sua individualidade.

— VOCÊS O QUE?!

— É surda porra? Apagamos sua individualidade, mas relaxa, é só temporário. Uns dois ou três dias ela volta. — Riu um pouco, depois te encarou de forma séria. — Só preciso da sua resposta, tenho que sair. Então? Vai aceitar ou não?

Você riu de forma divertida, enquanto Dabi tentava achar a graça em algum lugar.

— E o que eu ganho com isso? Respeito pelos outros vilões? Grana? Poder?

— Vingança. É isso que você ganha.

A porta se abriu, tirando a atenção de ambos para quem estava lá. Shigaraki estava parado te encarando sombriamente. Aquele cara parecia um louco mental.

— Tô de boa. Esse lance de vingança e tudo mais, me deixa com preguiça.

— Não gostaria de poder ser finalmente livre? De poder curtir sua vida sem se preocupar com seus pais que tentam incontrolavelmente assumir o controle das suas ações?

— Oe, que papo-

— Você não gostaria de poder experimentar todos os sabores de sorvete possíveis, S/N? Não gostaria de ver um aurora boreal sem ter medo de ser humilhada apenas por respirar? Não está cansada de viver essa vida insignificante apenas para satisfazer as vontades dos seus pais?