𝐎𝐍 𝐌𝐘 𝐖𝐀𝐘 - Hawks

1 - Mas O que?!

Atrasada. Eu estava completamente atrasada.

Eu tinha que estar em uma reunião sobre as empresas da minha família e como e com quem elas deveriam ficar. Pra ser mais exata meus pais já estavam bem velhos e não poderiam mais administrar as empresas que eles fundaram. O que sobrou para mim e para o meu irmão Yukimi.

Yukimi é um herói -contra a vontade dos nossos pais- e simplesmente não liga para as empresas. Ele tem o próprio dinheiro e sinceramente ele não se importa muito com nossos pais. Eu não o julgo, eu só estou tomando de conta pois eu não quero ser uma decepção ambulante. Meus pais são pessoas completamente controladoras, eles sempre quiseram um filho, o filho perfeito, mas Yukimi não era assim. Ele fazia o que dava na telha e não ouvia nada do que os nossos pais diziam, ele simplesmente os ignorava e continuava a seguir o sonho de ser um grande e famoso herói. O babaca ainda conseguiu.

Meu irmão agora era o atual herói número 7 no ranking.

Eu sempre adimirei a força de vontade dele e o quanto ele se esforçava para poder se tornar um herói digno. Ele chegou a ser expulso de casa mas voltou depois que eu insisti muito aos nossos pais para que eles ficassem. E essa insistência teve seus custos. Caso ele ficasse eu deveria administrar as empresas ou então fazer com que ele administrasse elas. Eu sinceramente não iria foder a vida do meu irmão pelos desejos patéticos dos meus pais em terem os filhos perfeitos, então eu decidi administrar elas.

E aqui estou eu, novamente atrasada por ter ficado chapada pra caralho na noite passada e esquecido até meu próprio nome. Eu corria o mais rápido que eu pude até parar em uma praça onde eu respirei fundo, pedi uma água a um senhorzinho que estava vendendo em uma barraca próxima e segui meu caminho caminhando.

Vi um monte de pessoas rodiando alguém, eu olhei de relance e vi duas asas vermelhas chamativas -bem encatadoras eu diria- , percebi que teria que passar perto daquelas pessoas então procurei um jeito de me apressar o quanto antes para evitar a multidão.

Foi quando tudo aconteceu.

Eu senti meu braço ser segurado de leve e puxado com delicadeza, eu franzi o cenho em confusão e um pouco de raiva enquanto olhava para um loiro de óculos amarelos dourados com um sorriso de canto que me deixava irritada.

— Posso saber seu nome? — Ele dizia com calma, como se não tivesse pressa alguma.

— S/N. Posso saber o motivo da abordagem? — Perguntei tentando manter a calma pois estava perdendo meu tempo.

— Não é nada demais... — Porra então pra que você tá desperdiçando o tempo que eu não tenho?!. Ele parou e me observou por um breve momento antes de continuar — Só queria dizer que se você parece um anjo, eu gostaria muito de ter essa beleza celestial só para mim.

Ele sorriu.

O filha da puta teve a coragem de sorrir pra mim com aquele jeito...

Eu juro por Deus que só não voei no pescoço dele porque eu estava com a droga de uma saia que mal me permitia andar.

Eu nem me dei conta quando várias camêras viraram para nós dois, eu simplesmente respirei o mais fundo que eu consegui e respondi:

— Mas não terá. Licença, eu não tenho tempo para essa idiotice. — Puxei meu braço e aumentei o passo.

Olhei de relance e todos estavam se olhando assustados como se tivessem acabado de ver um assasinato na frente de seus olhos. O senhor bonitinho ficou paralisado no lugar que estava com a mão quase estendida enquanto me encarva como se tentasse processar o que havia acabado de acontecer.

Eu acho que cometi um crime terrível e não sabia. Ele me era familiar mas sinceramente não me dei o trabalho de tentar lembrar quem ele era.

Então eu apenas segui meu caminho o mais rápido possível para chegar a aquela merda de reunião.