Eu estava terminando de fazer meu almoço quando uma música que eu não ouvia a anos começou a tocar no meu celular.
Amar não é pecado - Luan Santana
Eu nem sabia que ainda tinha essa música, mas senti uma nostalgia imensa quando a ouvi.
Eu não costumo ficar me lembrando da minha infância, pois eu cresci num orfanato. Eu não conheci nem minha mãe e meu pai. Não sei se tenho família e nem se existe alguém procurando por mim.
Eu gosto de músicas nostalgicas, mas ao mesmo tempo elas me levam para os dias solitários que eu vivi.
Quando eu digo que só tenho a Maria, é porque realmente só tenho a Maria.
Ela é a irmã que eu nunca tive.
Como eu sou muito tímida, no orfanato eu não tinha muitos amigos. As crianças não gostavam muito de mim, a única pessoa que gostava de mim era a diretora do orfanato.
As pessoas as vezes pensam em orfanato e imaginam algo como o orfanato raio de luz de chiquititas. Crianças feliz, amigas e inseparáveis. Mas comigo não foi assim.
Eu tento por um sorriso no rosto todos os dias e crer que eu faço o meu futuro. Eu consigo ser feliz por conta própria sem ficar me castigando por causa do meu passado.
É claro que eu sonho em um dia conhecer a minha família, mas enquanto isso não acontece, eu vou criar a minha própria felicidade, mesmo que seja ( talvez ) sozinha.
A música do Luan Santana começou a tocar e eu comecei a cantar junto. Eu nunca fui muito fã do Luan, mas as músicas antigas dele eram muito boas.
Terminei de fazer o meu almoço e logo fui pra sala. Eu tenho o péssimo hábito de comer assistindo algo, não consigo comer olhando pro nada.
Liguei a televisão e deixei na Record onde estava passando Todo mundo odeia o Chris, outra coisa que me dá nostalgia.
[...]
Naquele domingo eu não fiz nada extraordinário.
Depois que eu almocei eu acabei dormindo um pouco. Assim que eu acordei, comecei a ler um dos livros e prometi a mim mesma que não pararia enquanto não chegasse a página 150.
Minha meta foi por água abaixo quando uma mensagem de Payton fez o meu celular ascender.
Payton- S/n? Ta ai?
S/n- Oi! To sim.
Payton- To entediado. Coloquei um filme pra ver mas ta tão chato que quase dormi.
S/n- Kkkkkkkkk de que tipo de filme você gosta?
Payton- Eu gosto de ação. E dos filmes da Marvel.
S/n- Eu não sou muito fã não, prefiro DC. Maria me julga muito por isso, diz que eu sou louca de preferir DC do que Marvel, mas é que meu santo bateu com a DC, o que eu posso fazer? Kkkk até BlackPink tocou no filme Liga da Justiça.
Payton- Ah eu sei disso. Eu assisti esse filme com a minha irmã e ela deu um gritão quando tocou.
S/n- Não julgo, eu fiz igualzinho kkk.
Payton- Ela adora esse grupo.
S/n- Eu não sabia que você tinha irmã.
Payton- Sim, eu tenho uma irmã mais nova e um irmão mais velho que ta no exército.
S/n- Ah que legal.
Payton- E você? Tem irmãos?
Parei de sorrir com sua pergunta.
S/n- Não.
Payton- É filha única então? Seu pai deve ser super ciumento com você kkk.
S/n- Eu não tenho pai. Digo... pelo menos nunca conheci.
Payton- Ah, me desculpa.
S/n- Tudo bem. Eu cresci num orfanato. Minha única família é a Maria.
Payton- Eu sinto muito. Não queria me intrometer nos seus assuntos particulares.
S/n- Não tem problema. A maioria das pessoas sabem disso mesmo. Eu pensei que soubesse.
Payton- Não, eu não sabia.
Todos da minha turma da faculdade sabiam disso, eu nem sei como que todos ficaram sabendo.
Payton acabou mudando aquele assunto e nós voltamos a conversar normalmente. Era impressionante o quanto o assunto fluía quando estávamos conversando. Eu estava de fato amando aquela aproximação.
Já deviam ser umas sete da noite quando ele disse que ia sair com uns amigos, ai paramos de nos falar.
Eu aproveitei para ir tomar um banho e resolvi ir na cafeteria subindo a rua. Eu costumo ir lá quando preciso ler ou estudar algo mas em casa eu tenho distrações.
Tomei o meu banho, coloquei uma calça preta, um tênis também preto e um casaco da adidas que fazia muito tempo que eu não usava.
Prendi meu cabelo num rabo de cavalo, peguei o livro que já era pra eu ter terminado de ler, meu celular, meu fone, minha carteira e saí.
Não demorei muito a chegar a cafeteria. Lá eu pedi apenas um café expresso e me sentei a uma das mesas que ficavam no canto.
Coloquei os meus fones com uma música calma de fundo e comecei a ler.
Faziam uns 20 minutos que eu estava ali quando algo me chamou atenção na porta.
Payton estava entrando.
Porém ele não estava sozinho, Sara estava ao seu lado.
A garota não estava com uma cara nada agradável. Ela entrou na frente e olhou diretamente pra mim. Parecia até que já sabia que eu estava ali.
Ela revirou os olhos e caminhou até uma das mesas.
Payton a seguiu e não pareceu notar minha presença. Ambos se sentaram e não pediram nada, apenas ficaram encarando um ao outro seriamente.
Eles começaram a conversar, mas eu não conseguia escutar. E nem queria, me sentiria mal bisbilhotando a conversa deles.
Tentei ignora-los e voltei a ler, porém minha atenção se voltou para eles com Sara se levantou nervosa, tirou a aliança de seu dedo e colocou em cima da mesma.
- Acabou. - Pude ler seus lábios e pude ver também a decepção se formar no rosto de Payton.
Sara saiu de perto dele e antes de sair da cafeteria, a mesma me encarou. Fez uma cara nada boa e saiu de lá nervosa.
Eu fiquei me perguntando se eu devia ir até Payton, sei la, conversar com ele. Ele estava mal e eu podia ver isso.
Mas não tive tempo, o mesmo pagou a aliança que Sara havia colocado na mesa, se levantou com raiva e saiu da cafeteria.
Espero que tenham gostado
Me desculpem qualquer erro
Deixe sua estrelinha e comentem✨
Até a próxima
bjus,
Vah💕
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O Garoto Das Mensagens/Adaptação
FanficS/n tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade. A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês. S/n é só mais uma...