Aquela manhã passou rápido.
Eu fiquei com a dona Clara enquanto a mesma estava deitada em sua cama sem dizer uma só palavra. Aquilo estava me preocupando.
Maria continuou me mandando umas mensagens aleatórias durante seus intervalos, mas mesmo assim a tensão sobre meus ombros não diminuía.
Eu estava muito preocupada com a dona Clara, ela estava dormindo, mas mesmo assim sua aparência não era nada boa.
Ela continuava pálida e respirava pesadamente. Quase sempre tocia.
Eram quase meio dia quando eu comecei a ouvi-la em seu quarto.
Corri até a mesma e vi que ela ainda estava dormindo, na verdade estava tendo um pesadelo.
- Não... Roseta não... por favor Deus... não... - Ela sussurrava num tom de desespero que me deixou ainda mais preocupada.
Eu precisava saber quem era Roseta ou o que havia acontecido com a dona Clara!
Eu não queria fazer aquilo. Não queria me intrometer assim, mas minha curiosidade foi maior que a minha razão.
Dona Clara parou de falar e voltou a se acalmar. Quando eu vi, eu já estava abaixada perto de sua cama olhando para aquela caixa tão misteriosa.
Eu estava a ponto de esticar meu braço para alcança-la, mas a campainha tocou me desconcentrando e me fazendo levantar.
Imaginei que poderia ser o Dr. Josef ou Payton, então sai do quarto da dona Clara depois de verificar se ela ainda estava dormindo e fui até a porta do apartamento.
- Ooii! - Assim que abri vi Maria com sua mochila e um pacote de papel em mãos. - Vim te fazer companhia e trouxe comida japonesa.
Maria entrou e pela primeira vez eu não sorri com a animação dela. Na verdade, eu estava era roendo uma de minhas unhas de tanta preocupação e curiosidade.
- O que foi, S/n? - Maria se virou pra mim depois de colocar o pacote com a comida em cima da mesa. - Ela ainda tá mal?
- Maria eu to muito preocupada.
- Com o que? O que houve?
- A uns dias eu encontrei uma caixa embaixo da cama da dona Clara bem velha e empoeirada. Nela tinha o nome Roseta. - Maria assentiu para que eu prosseguisse. - Aí ontem a dona Clara estava falando comigo e do nada me chamou de Roseta. - Maria arregalou os olhos. - Ai eu perguntei quem era Roseta, mas ela começou a se alterar dizendo que não sabia, chegou até a chorar.
- Nossa... que estranho.
- Ai agora pouco ela estava sonhando e falou o nome Roseta de novo. - Passei as mãos no meu cabelo.
- Será que essa tal Roseta não é filha da dona Clara não? - Maria perguntou.
- Mas a dona Clara sempre disse que nunca teve filhos. - A encarei.
- Ai S/n, eu to com uma teoria aqui na cabeça mas não sei se ouso te dizer isso, é muito pesado. - Maria caminhou até a mesa e começou a tirar a comida do pacote.
- O que? Me conta, Maria! - Caminhei até ela e ela olhou pra mim com um olhar nada bom.
- Tem certeza? - Assenti. - Ta... e se você for a tal Roseta?
- O que??
- Se a 19 anos atrás a dona Clara teve uma filha que ela deu o nome de Roseta, mas que sei la, roubaram ela dela no hospital e disseram pra ela que havia nascido ou morta? Isso explicaria o porquê de ela dizer nunca ter tido filhos, ou ela dizer que você é familiar pra ela, ou ela mesmo te chamar de Roseta.
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O Garoto Das Mensagens/Adaptação
FanficS/n tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade. A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês. S/n é só mais uma...