Era como se o meu coração tivesse parado por uns segundos.
Minha respiração pesou num nível que Payton olhou pra mim tão assustado que eu nem respondi ao doutor.
Desliguei a chamada e olhei para Payton já sentindo uma lágrima escorrer pelo canto de meu olho.
- O que foi? Meu amor, o que foi? - Payton segurou meu rosto olhando pra mim atentamente.
- O... o doutor disse que a minha avó piorou e eles a levaram pra UTI. - Minha voz saiu totalmente tremida. - Payton... e se ela não sobreviver?
- Não, não, não. - Payton falou com a voz calma e me puxou para seu peito. - Não pensa nessas coisas minha linda, não faz bem.
- Mas e se for verdade? O doutor Josef deixou claro desde o início que não éramos para ter muitas esperanças. - Eu já estava chorando feito criança àquela altura. - E se eu perder a minha avó? E se eu perder ela sem nem poder chama-la de avó? Payton eu não sei se aguento.
- Calma meu amor. - Payton me abraçou forte. - Você é a pessoa mais forte que eu conheço. Já passou por coisas que eu mesmo se estivesse no seu lugar jamais conseguiria continuar. Não pense dessa forma e não perca as esperanças.
Era impressionante como a voz de Payton conseguia me acalmar e me fazer sentir melhor mesmo tendo uma dor insuportável no peito.
- Eu preciso ir pro hospital. - Eu tentei me levantar, mas Payton não deixou.
- Não, S/n.- O encarei. - Não é bom pra você passar noites no hospital. Espere até amanhã e nós vamos juntos.
- Mas eu não posso deixa-la sozinha, Payton. - Teimei.
- Ela está em boas mãos minha princesa. - Ele segurou meu rosto com uma mão e com a outra tocou meu cabelo. - O doutor Josef conversou comigo enquanto você estava dentro do quarto e disse que não era bom que você ficasse muito por lá. Você também precisa descansar.
No fundo eu sabia que Payton estava certo, mas minha vontade de estar ao lado dela fazia o meu peito apertar.
- Ta.- Assenti depois de respirar fundo. - Mas nós vamos amanhã bem cedo pra lá, ok?
- Ok. - Ele assentiu. - Agora vamos dormir.
- Não sei se vou conseguir. - Respondi enquanto nós dois caminhávamos para o quarto depois dele ter desligado a televisão.
- Tudo bem, eu fico acordado com você. - Olhei para Payton quando ele disse aquilo e por um impulso eu o beijei.
Eu reconhecia o quanto Payton estava sendo fundamental para mim naquele momento. Ele cuidava de mim, fazia tudo por mim e não me deixava na mão nenhuma vez.
Eu o amava.
Me separei dele e ele olhou pra mim.
- Obrigada. - Sussurrei.
- Pelo que?
- Por tudo. Você tem sido a melhor coisa pra mim. Se não fosse por você eu estaria bem pior. - Payton sorriu e me deu mais um beijo.
Nós nos deitamos na cama dele e eu o abracei.
Como eu havia previsto, eu não consegui pregar os olhos durante nenhum segundo, e Payton? Payton ficou acordado comigo a noite inteira. Sim. A noite inteira.
Ele permaneceu me abraçando e as vezes sussurrava algo como: eu te amo no meu ouvido.
Eu estava tensa, mas tê-lo ao meu lado fez toda a diferença.
[...]
- Eu vou comprar um café, ta bom? - Payton falou assim que chegamos ao hospital.
Eu assenti e adentrei no mesmo.
Eu não esperava, mas a primeira pessoa que vi foi o doutor Josef parado perto de duas enfermeiras com um sorriso enorme estampado no rosto.
- Doutor? Bom dia! - Me aproximei dele os três olharam pra mim com um sorriso. - Como está minha avó?
- S/n... - Ele tirou seus óculos. - Ela teve uma parada respiratória... - Permaneci o encarando com atenção. - Mas nós conseguimos reanima-la e ela acordou!
- O que? - Eu abri um enorme sorriso quando minhas mãos foram parar na frente da minha boca.
Meu coração estava acelerado como nunca antes, mas só Deus sabe o tamanho do alívio que eu senti naquele momento.
- Ela está acordada, S/n. - A enfermeira ao meu lado falou com um sorriso.
- E não é só isso. - Ele falou me fazendo olhar pra ele - A sua avó acordou com a memória recuperada.
- É... é sério?? - Arregalei meus olhos.
- Sim. Ainda não sabemos como ou porquê aconteceu. Mas uns médicos suspeitam que talvez tenha sido o fato de sua neta estar ao seu lado durante todos esses dias. Algumas pessoas conseguem ouvir mesmo estando acamadas. Sua avó pode ter te ouvido todas as vezes que você vinha e ficava com ela.
- Meu Deus... - Eu não estava conseguindo nem pensar. Eu precisava de um tempo para assimilar tudo aquilo, mas eu não quis. Eu precisava vê-la. - Eu posso ver ela?
- Imaginei que perguntaria.- Ele sorriu.
Eu acompanhei o doutor Josef até o quarto dela e parei na porta. Eu respirei fundo milhares de vezes antes de colocar o pé dentro do quarto.
Meu coração estava a mil e agora eu poderia vê-la, não só como a dona Clara, mas como minha avó.
O doutor percebeu que eu estava hesitando, então fez algo para me encorajar.
- Bom dia, Clara. Como a senhora está? - Ele perguntou se aproximando dela.
- Eu estou ótima, já disse. Não gosto de ficar deitada. - Ouvir a voz dela fez uma lágrima escorrer pelo meu rosto e um sorriso se formar nos meus lábios.
- A senhora precisa esperar o médico chefe te dar alta. - O doutor respondeu calmamente.
- Obrigado, Josef. Eu nunca vou poser retribuir tudo que fez por mim e minha... minha filha. - Ao contrário do que eu havia pensado, ela não parecia tão triste ou traumatizada ao falar da minha mãe, o que é um alívio imenso.
- Não precisa me agradecer.
- E... Você sabe quando a S/n vem? - Ouvi-la perguntar por mim me fez sorrir ainda mais.
- A sua neta? - Ela ficou em silêncio. - Oh não chore Clara.
- Eu preciso vê-la. Como pude me esquecer e não reconhecer a minha menininha? Ela sofreu tanto e eu não pude estar com ela. - A voz dela demonstrava nitidamente que ela estava choro.
- A S/n é forte, Clara. Não fique presa ao passado, não foi sua culpa. - Ele respondeu. - Bem... eu tenho uma coisa pra você. - Ele deu uma pausa. - S/n?
O doutor me chamou e eu tomei coragem finalmente entrando na sala e vendo a minha avó sentada na cama olhando pra mim com os olhos cheios d'água.
Espero que tenham gostado
Me desculpem qualquer erro
Deixe sua estrelinha e comentem✨
Até a próxima
bjus,
Vah💕
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O Garoto Das Mensagens/Adaptação
FanficS/n tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade. A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês. S/n é só mais uma...