- Como é?? - Fui a primeira a questionar.
- Morte de sua filha?? - Maria perguntou em seguida.
- Alzheimer?? - Payton perguntou também.
- Sim. Não sabiam? - O doutor perguntou ajeitando seus - óculos no rosto.
- Não, não sabemos de nada. - Dei um passo a frente já sentindo o meu coração pulsando aceleradamente. - Por favor, doutor. Nos conte exatamente tudo o que sabe.
- Bem... - Ele olhou para a dona Clara. - A Clara teve uma filha com seu falecido marido. Me lembro que a mesma estava muito feliz pois seu sonho era ser mãe. Ela só teve sua filha depois de uma certa idade, o que foi literalmente um milagre na vida dela. Filha cujo ela chamou de Roseta. - Olhei para Maria na hora e ela assentiu. Maria também estava roendo suas unhas àquela altura. - Roseta cresceu e aos seus 21 anos ficou grávida de um rapaz. A mesma ia corretamente as consultas e me lembro que Clara estava empolgada com a ideia de ser avó. Infelizmente Roseta teve que passar por um parto de risco e a mesma não sobreviveu deixando assim um bebê órfão.
- E o pai da criança? - Maria perguntou.
- Eu não tenho como responder a essa pergunta, senhorita. Eu sou apenas o médico da família. Mas... a Roseta sempre dizia que seria mãe solteira. Mas o motivo eu desconheço.
- Ta, e o que aconteceu com a dona Clara? Por que ela não se lembra da Roseta? - Perguntei atraindo a atenção do doutor nova mente.
- Depois que sua filha morreu, Clara desenvolveu um trauma tão profundo que acabou contribuindo para que ela viesse a sofrer um Alzheimer pós traumático. - Minhas mãos foram parar na minha boca. Eu não podia acreditar que alguém tão boa poderia ter sofrido tanto. - O cérebro de Clara simplesmente apagou tudo da mente dela que tinha relação com Roseta.
- E não contaram pra ela? - Maria perguntou.
- Nós não tínhamos permissão para dizer nada sem algum consentimento da família. O marido de Clara já havia falecido e o único parente que conseguimos entrar em contato foi um sobrinho dela. O mesmo disse que era melhor para ela viver sem a sombra de seu passado. Até hoje ela não cogitou nada sobre a filha.
- Não, não, não... - O interrompi.- Desde ontem que a dona Clara tem falado da Roseta. - Ele arregalou os olhos.
- O que? Você tem certeza do que está dizendo??
- Tenho! Ela me chamou de Roseta ontem e hoje estava falando o nome dela dormindo. - O doutor tirou seus óculos parecendo confuso. - Ela está se lembrando?
- Seria quase impossível. Não teria motivos para ela se lembrar assim da filha do nada. - O doutor voltou a encara-la e Maria puxou o meu braço para um canto.
- S/n... - Ela me olhou séria. - Talvez eu seja louca ou esteja paranóica demais pensando algo assim, mas... e se você for a neta da dona Clara? E se Roseta for sua mãe? E se você for parecida com a Roseta e isso acabou despertando a memória dela?
- O que? - Passei as mãos no meu rosto. Minha cabeça parecia que iria explodir com tanta informação.
- Pensa comigo, S/n. Faz todo sentido. - Maria segurou minhas mãos. - Doutor? O que aconteceu com o bebê da Roseta?
- Bem, com a dona Clara fora de condições para cuida-la e o único parente não querer a guarda, a menina foi enviada para um orfanato.
- Menina? - Perguntei sentindo meus olhos marejarem.
- Sim. Roseta teve um menina. - O doutor falou olhando pra mim.
Payton que estava apenas olhando pra mim com um olhar preocupado se aproximou de mim e tocou o meu ombro.
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O Garoto Das Mensagens/Adaptação
FanfictionS/n tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade. A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês. S/n é só mais uma...