Payton me levou até um restaurante à ceu aberto onde iríamos almoçar.
- Como foram suas aulas hoje? - Ele perguntou assim que nos sentamos nas cadeiras.
- Ah, em parte boas. Tive uma aula de neuro hoje simplesmente incrível! - Payton sorriu. - Mas tive outra de ética que me deu até dor de cabeça.
- Não gosta de ética? Eu gostava na escola. - Ele riu.
- Eu também, quando eu só precisava saber que pra Platão você é ético quando faz o certo quando ninguém está vendo ou que Imannuel Kant era super do contra. - Ele riu. - Mas agora que eu estou tendo que estudar muito mais fundo do que isso... ta sendo um saco. E olha que eu gosto de estudar.
- Ainda bem que faço educação física. - Ele falou me fazendo rir.
- E você? Como foram suas aulas hoje?
- O mesmo de sempre. Aulas em sala chatas e aulas práticas na quadra incríveis. Odeio ficar preso dentro da sala de aula. - Ele resmungou me fazendo sorrir com sua careta.
Uma garçonete veio até nós e nós dois pedimos a mesma coisa. Não demorou muito para a mesma se afastar de nós.
- Sabe Payton, eu te falei um pouco sobre mim, falta você. - O olhei colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e ele se inclinou pra frente com uma expressão pensativa.
- Vejamos... meu nome é Payton, tenho 20 anos, sou o filho do meio, meu pai é militar e meu irmão está na marinha. Meu pai queria que eu fizesse o mesmo, mas eu resolvi ser o diferente. - Ele sorriu convencido me fazendo rir. - Tenho uma irmã mais nova que não vejo a um tempo, ela mora com meus pais. Eu... - Ele pareceu pensar um pouco. - Adoro jogar futebol e quando era pequeno tinha medo de bois.
- O que? - Perguntei rindo da última parte.
- É sério. - Ele riu assentindo. - Meus avós moram numa fazenda, eles tem tudo quanto é tipo de animal lá. Quando eu era menor, eu ia passar minhas férias lá. Mas tinha um boi, ele era o favorito do meu avô, o nome dele era Calvin, era enorme! Um dia eu estava soltando pipa todo inocente e acabei entrando lá no lugar onde ele ficava. Daqui a pouco Calvin aparece atrás de mim com mó cara de quem diria: hoje eu te pego. - Payton forçou uma voz grossa fazendo careta e eu acabei gargalhando.
Payton se desconcentrou por minha causa e ficou sorrindo pra mim até que eu parasse de rir e respirasse fundo.
Infelizmente eu tenho péssima mania de: aconteceu algo engraçado, eu rio daquilo na hora, e depois fico relembrando aquilo o tempo inteiro, o que me fez rir mais ainda.
Maria me achava maluca toda vez que eu fazia isso.
Eu fiquei rindo por bastante tempo. Juro. Quando eu conseguia respirar e ficar de boa, a imagem de Payton fazendo careta e forçando a voz dizendo hoje eu te pego vinha na minha cabeça de novo e eu ria novamente.
- Desculpa. - Falei entre risos e respirei fundo mais uma vez. - Continua.
Payton sorriu olhando pra mim e continuou.
- Eu meio que congelei na hora. Ele estava super na minha frente e eu... mijei nas calças. - Ele falou fazendo outra careta.
- Tadinho. - Falei rindo.
- E eu não sai de lá não, fiquei paralisado até meu avô aparecer e me tirar de lá. Tive pesadelos com aquele boi durante uma semana. - Payton falou rindo e um garçom trouxe os nossos pratos. - Meu irmão também zoa por isso até hoje.
- Você ainda vai lá? - Perguntei pegando o garfo.
- Não tanto quanto eu ia. Mas meus avós ainda pedem pra eu e meus irmãos irmos visita-los, eles sempre ficam sozinhos lá. - Payton pegou seu celular na mochila, mexeu nele e o virou pra mim mostrando um casal de idosos fofíssimos.
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O Garoto Das Mensagens/Adaptação
FanficS/n tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade. A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês. S/n é só mais uma...