O doutor saiu dali depois de colocar seus óculos novamente e eu voltei para a sala onde Maria estava falando com alguém em seu celular e Payton estava sentado no mesmo lugar.
Eu fui até ele e me sentei ao seu lado.
- Ele disse algo sobre a dona Clara? - Payton perguntou assim que me sentei.
- Não, ele apenas perguntou se eu era sua neta. - O olhei. - Ele disse que notou a semelhança entre mim e minha mãe e que estava no dia do meu... do meu parto.
· Ah sim. - Payton assentiu. - Você precisa de alguma coisa? Está com fome?
- Não, estou bem. - Forcei um sorriso e toquei minhas costas na cadeira.
Olhei para o lado vendo aquela mesma caixa e a peguei sem pensar muito.
Eu precisava saber mais, precisava saber mais sobre minha mãe. Eu não a conhecia, era como uma estranha, e eu não gostava nada disso.
Abri a caixa novamente vendo diversas fotos da minha mãe. Ela era tão linda. Eu não conseguia segurar o sorriso a cada foto que eu via.
Tinham também umas fotos dela grávida, porém nenhuma eu via o meu pai. Absolutamente nenhuma. Em todas as minhas fotos a minha mãe estava sozinha ou com a dona Clara.
Mexendo nas fotos eu acabei encontrando umas cartas brancas, todas celadas e em perfeito estado. Em todas elas estava escrito: Para minha filha.
" Filha, se está lendo essa carta, é porque infelizmente eu já não estou mais com você. E também quer dizer que hoje é o seu aniversário de 15 anos, parabéns querida! Eu queria muito poder estar com você e te dar um abraço apertado e um grande beijo, mas não posso. Não fisicamente, mas vou estar com você sempre, no seu coração. Quero que saiba que eu nunca vou te abandonar, eu te amo mais do que tudo nesse mundo e é por isso que lutei com todas as minhas forças para que você viesse ao mundo. Cuide da sua avó e seja sempre uma boa garota. Eu acredito em você, querida. Não desista dos seus sonhos. Eu te amo muito e feliz aniversário!
Eu li e reli aquilo várias vezes não crendo que minha mãe havia escrito cartas pra mim.
Mais uma lágrima rolou por meu rosto, lagrima que eu nem sabia que ainda era possível rolar de tanto que eu já havia chorado aquele dia.
- Amor? O que foi? - Payton olhou pra mim preocupado.
- Ela escreveu pra mim. - Falei olhando para a carta em minha mão. - Ela escreveu pra mim, Payton. Minha mãe escreveu cartas para mim que eu devia ter recebido no meu aniversário de 15 anos. - Minha voz já tremia novamente.
Eu entreguei a carta na mão dele e sequei minhas lágrimas enquanto o mesmo lia.
- Espera... então ela sabia que... que morreria? - Payton perguntou.
- Pelo visto, sim. - Assenti.
- Desculpa, amiga. Estava explicando pra minha mãe o porquê de eu estar no hospital. Ela estava preocupada comigo. - Maria falou se aproximando de nós.
- Você não precisa ficar aqui, Maria. Você já está me dando a maior força. - Forcei um sorriso.
- Para S/n, não é sacrifício nenhum pra mim estar aqui com você. E até parece que eu ia te deixar sozinha nesse momento né? - Ela se sentou do meu outro lado.
· O que é isso? - Maria perguntou olhando para a carta que Payton me devolvia.
- Uma carta. Minha mãe... minha mãe escreveu cartas pra mim. - Falei mostrando mais umas cinco que tinham ali dentro.
Maria também leu aquela mesma carta e depois me encarou.
- Ela sabia.- Maria falou olhando pra mim.
- É.- Assenti olhando pra frente.
Eu decidi que leria aquelas cinco cartas cada uma em um dia. Eu queria que fosse como se eu estivesse conhecendo a minha mãe.
- Por que não tem nenhuma foto do seu pai? - Maria perguntou olhando para as fotos.
- Eu não sei. - Respondi olhando para as fotos também. - Sera que... ele a abandonou quando ela disse que estava grávida? - Olhei pra eles. - Ai eu não gosto nem de pensar no quanto a minha mãe deve ter sofrido - Passei as mãos no meu rosto.
- Não pensa nisso, meu amor. - Payton pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
Eu sorri pra ele e o Dr Josef apareceu ali novamente.
- S/n? - Me levantei assim que ele chamou por meu nome. - Você já pode ver a Clara.
Eu sorri no mesmo momento e olhei para Payton e Maria que assentiram pra mim com um sorriso.
Acompanhei o doutor até um quarto onde eu encontrei a dona Clara deitada em uma cama totalmente acamada.
Era horrível a sensação de vê-la daquele jeito, mas ao mesmo tempo era um alívio que ela estivesse viva.
- Ela ainda não acordou, e é bom que descanse. Se estivesse acordada ela iria querer sair daqui para regar as plantas dela. - O doutor falou me fazendo sorrir olhando pra ela na cama.
- Quanto tempo acha que ela vai dormir?
- Não muito. - Ele respondeu. - Mas ter alguém da família ao lado dela é de fato muito importante. Pode ajudar na recuperação.
Olhei pra ele. A sensação de ser a família de alguém era uma sensação que eu nunca havia sentido antes, e era incrível.
- Bem, fique avontade. Eu preciso ir ver outros pacientes, mas qualquer coisa pode chamar a enfermeira.- Assenti e ele se dirigiu a porta.
- Doutor? - O chamei antes que ele saísse e me virei pra ele.
O - que foi? - Ele perguntou voltando a olhar pra mim.
- O senhor acompanhou a gravidez da minha mãe, correto?
- Sim. - Ele assentiu. - Por que a pergunta?
- A minha mãe... a minha mãe sabia que poderia não sobreviver? - Dei um passo a frente e ele me encarou.
- sim. - Ele respondeu depois de abaixar o olhar e ficar um tempo em silêncio. - Era uma gravidez de risco, e ela tinha consciência disso.
- Ah... - Olhei pra baixo.
- Mas isso não diminuiu a alegria dela, S/n. Ela te amava muito. - Ele falou me fazendo olha-lo. - Qualquer coisa peça a enfermeira que me chame. - Ele sorriu e saiu do quarto.
Eu me virei para dona Clara de novo e pela primeira vez eu não a via como uma doce senhora que cuidou de mim e que me shippava com o Payton mesmo ele nem sabendo da minha existência... agora ela era minha ανό.
Espero que tenham gostado
Me desculpem qualquer erro
deixe sua estrelinha e comentem✨
Até a próxima
bjus,
Vah💕
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O Garoto Das Mensagens/Adaptação
FanficS/n tem 19 anos, se formou recentemente na escola e atualmente mora sozinha em um apartamento no centro de sua cidade. A garota é apaixonada por romance de todos os tipos, comediantes, dramáticos e é claro, os tão sonhados clichês. S/n é só mais uma...