50 - Não há explicação para o extraordinário

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POV Delphine Cormier

Chegar em Paris me trás de volta à sensação de mesmice, queria que por um segundo eu voltasse a me sentir em casa, com meu pai presente, minha mãe bem como estava há alguns anos, e até mesmo quando eu voltava pra casa do internato e era recebida pelo meu pai com todo amor que ele podia me dar.

Como ele faz falta nesse mundo.

Me despertei pegando minha mala de volta e caminhei pelo aeroporto em direção à saída onde sei que o motorista de casa está me esperando, já que pedi a Grace que mandasse pra eu não me desgastar em encontrar um táxi disponível.

O encontrei rapidamente assim que sai e o mesmo abriu a porta pra mim me aguardando entrar para fechar a porta e assim o fazendo partimos em direção à o que um dia eu já pude chamar de lar.

Ao que um dia já foi o lar de uma família feliz, um casal que de sucesso que se amou, e que hoje é só mais uma imensa casa com um jardim estonteantemente verde e enorme onde nenhuma criança brinca e nenhum cachorro bobo corre por cada centímetro em busca de algum brinquedo.

Nada é como antes. Inclusive eu. Talvez nunca mais seja.

Entrei observando o espaço iluminado que ainda era o jardim e depois a casa com incontáveis quartos e janelas do lado de fora exageradamente grandes e as laterais com as janelas ainda maiores por conta das sacadas dos quartos.

Desci do carro dispensando a ajuda do motorista com a mala, posso fazer alguma coisa sozinha, preciso sentir que posso.

- Srta.Cormier! - Grace me saudou assim que passei pela porta adentrando a casa.

- Olá Grace! - tentei um sorriso olhando a ruiva que mantinha os cabelos soltos como sempre.

- Fez uma boa viagem?

- Sim obrigada - limitei-me aos detalhes já olhando em volta - Onde está minha mãe?

- Na sala de jantar... Como pediu pra que eu não avisasse já que não queria receber visitas eu não pedi para espera-la...

- Ótimo, obrigada! - suspirei infinitamente agradecida por ela ter ocultado que eu viria, tudo, mas tudo mesmo o que não preciso é olhar pra cara de Paul hoje. Seria o dia mais torturante da minha vida se mais isso me ocorresse.

- Filha! - minha mãe se exaltou assim que me avistou entrando pela sala do jantar que já estava com a mesa posta.

- Mama! - senti uma pontada de felicidade por ver seu sorriso sincero ao me ver, e por calorosamente me receber em seus braços com um abraço apertado. Minha mãe tem tido considerável melhora em suas capacidades mentais, ao menos é o que a psicóloga me informa todas as semanas, e isso está de ótimo tamanho para mim, vinda de uma profissional competente.

- Que bom ver você ma cherry! - beijou minhas bochechas como se eu ainda fosse sua criança pequena, me fazendo rir com o ato exagerado de afeto.

- É bom ver você também mama! - apertei um pouco seus braços a olhando nos olhos, pelo menos nesse momento, está sendo realmente  bom estar em casa.

- Por que não me avisou! Eu poderia ter aguardado você para o jantar. - caminhou de volta até seu assento na ponta da mesa.

- Tudo bem, quis fazer surpresa - menti sem gostar de fazer isso claro, mas em minha defesa ainda tenho que não quero ver Paul sequer pintado de ouro.

- Surpresa mais do que boa! - sorriu outra vez me olhando - Sente-se aqui vamos comer. - me chamou para sentar do seu lado e o fiz sentindo novamente o cansaço do voo e de todo o dia que passou, mesmo que dormindo ainda sinto meu corpo absurdamente pesado. - Como estão as coisas em Toronto?

The good side of life - CophineOnde histórias criam vida. Descubra agora