58 - Eu chamei pelo seu nome.

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ATENÇÃO

ALERTA DE CONTEÚDO SENSÍVEL
ESSE CONTEÚDO PODE APRESENTAR CENAS EXPLÍCITAS OU DE VIOLÊNCIA.

Gostaria de ressaltar desde já que as cenas descritas nesse capítulo não foram cenas fáceis de escrever, não é algo do meu cunho pessoal, porém sei que sobre algumas pessoas isso pode causar impactos emocionais e despertar gatilhos já trabalhados com a profissional.

Por isso peço a colaboração de todos para que se não conseguirem levar a leitura adiante me chame na barra de mensagem e peçam uma breve explicação. Não fiz esse capítulo para despertar sentimentos ruins em ninguém, essa é apenas a história que imaginei para a personagem e que infelizmente é a triste realidade que ainda assola o nosso mundo.

Aguardo a compreensão de todos vocês. Obrigado.



POV Cosima Niehaus.

Não dizer a Delphine o que me trouxe de fato até aqui ainda me incomoda, e isso tira completamente o meu sono, pela ansiedade que se faz em ter a necessidade dessa conversa. Além da necessidade, o medo, o trauma de relembrar as coisas e dizer em voz alta. Fiz isso com Susan, há treze anos atrás e foi a única vez, com certeza não será fácil, ainda mais nesse mês horrível que é abril.

Controlei, inspirei e expirei a respiração três vezes calmamente sentada na poltrona do quarto na lateral de sua cama. Ver minha mulher dormindo me trás uma profunda sensação de calmaria, como se todo o medo que preenche o meu corpo evaporasse, apenas por estar vendo ela adormecida.

Preciso criar coragem, preciso criar coragem!

Repeti mentalmente com os olhos fechados, e os dentes cerrados tentando fazer com que encontre conforto pra conversar com ela, e claro, conseguir dormir antes de achar uma solução pra fazer isso o mais breve possível.

Delphine se mexeu na cama virando para o lado contrário do meu, me dando as costas, analisei seus movimentos e vi a mão da mesma vagar pela cama, provavelmente me procurando e me inclinei um pouco mais para ver o que ela faria a seguir.

Cormier se virou, os olhos pouco abertos e as sobrancelhas voltadas para o centro, franzidas, demonstrando sua dúvida.

- Não achei você... - Delphine soou manhosa deitando novamente me olhando.

- Tô aqui. - senti a calma no meu coração por dizer aquelas palavras, há pouco eu não estava dessa forma, mas Delphine consegue me deixar assim, passar essa tranquilidade e calma da qual tanto preciso - Gosto de ver você dormir. - ressaltei para tranquiliza-la, se ela perguntar o que aconteceu agora, pode ser que eu não me controle e acabe dizendo o que me trouxe de fato até aqui, e sei que Cormier precisa descansar.

- É isso mesmo ou o fuso está ter destruindo? - sorriu abertamente me encantando como sempre fez - Vem cá - retirou a coberta de seu corpo jogando para cima de suas pernas somente, esperando que eu me junte a ela.

Não vi outra escolha a não ser fazer o que pedia e me dirigi rapidamente até onde ela pediu pela minha presença.

Delphine me aninhou outra vez em seus braços e seu polegar repousou em meu rosto amaciando minha maçã do rosto. Sua mão sempre quente e macia, com os dedos largos e finos, majestosos em tudo o que faziam.

- Não teve um pesadelo, teve? - fez chamego com o nariz contra o meu e permanci em silêncio tentando controlar minha ansiedade e nervosismo com aquele assunto, mas já se torna uma tarefa difícil junto ao tremor evidente que se faz em minhas mãos. - Hm? - Cormier deixou um beijo casto no canto de minha boca e permaneceu com os olhos fechados.

The good side of life - CophineOnde histórias criam vida. Descubra agora