Delphine dirigiu em silêncio na volta pra casa, mas vez em quando eu captava seu olhar em mim e seu sorriso de canto nos lábios, apenas retribui conforme nossos olhares se cruzavam.
- Entregue - destravou o carro assim que parou e direcionou o olhar a mim.
- Não quer entrar? - inclinei a cabeça pro lado convidando de um jeito calmo e manhoso.
- Não, já está tarde Cosima...
- E daí? São só ponteiros marcando horas. Tictac. - Delphine riu desviando o olhar.
- Não, obrigada mesmo... Obrigada pelo dia também. - senti sua mão na minha que estava sobre minha perna.
- Pode me agradecer ficando mais um pouco - encolhi os ombros como se estivesse pedindo algo simples e não exigindo nada demais.
- Cosima... - sorriu maravilhosamente outra vez, um sorriso tão perfeito pra um rosto tão lindo. Tive vontade de beija-la outra vez. - Eu não posso tenho que preencher uma papelada que Adele e eu não conseguimos resolver na empresa e...
- Ah não.. não! - desvencilhei minha mão da sua alcançando seu rosto trazendo pra perto do meu outra vez - Adoro ouvir você falar mas agora fica quietinha tá? - sussurrei já próxima sentindo seus lábios quentes e receptivos, Delphine arfou visivelmente, surpresa com o contato que pareceu gostar, suas mãos se demoraram um pouco onde estavam em minha perna e subiu em um certo momento para o meu pescoço me causando arrepios quando seus dedos roçaram em minha nuca me estimulando a avançar um pouco mais.
- Cos... - separou assim que o clima ficou mais tenso, com um beijo bom desse fica impossível não sentir vontade de ir além. - Não quero ir rápido demais - abri os olhos encarando a mulher a minha frente, mas Delphine segurava meu pescoço e suas unhas cravaram em minha pele, a francesa mordia o lábio inferior como se aquilo fosse a única coisa capaz de manter sua sanidade, mal sabia ela que estava fazendo com que eu perdesse a minha.
- Nem precisamos... - sussurrei de volta sentindo a fragrância forte do perfume que ela usava, ainda encarando seus lábios convidativos, me contendo em querer beija-la outra vez - Só vamos entrar, eu tenho certeza que esqueci um pote de eskimo pie no meu congelador.
- Eskimo... - abriu os olhos franzindo a testa - Aquilo que você...
- Sorvete, Del - ri vendo a confusão dela, minhas mãos deixaram seu rosto e as delas voltaram pra si. - Por favor... Só um pouquinho, aí deixo você ir - fiz cara de dó vendo ela resistir firmemente.
- Ok... - suspirou concordando depois de um tempp e comemorei euforicamente ainda sentada no banco passageiro - Mas só meia hora...
- Só meia hora - afirmei mesmo sabendo que não seria apenas meia hora, mesmo que não fôssemos fazer nada além de assistir um filme e tomar sorvete.
Delphine deixou o carro na garagem do condomínio e enquanto ela estacionava abri a porta e tirei o casaco já ligando o arcondicionado, chequei o congelador e pra minha sorte ainda tem um pote de sorvete, felizmente, pois eu não ia saber onde enfiar minha cara se não tivesse e teria de contar a Delphine que menti pra ela ficar.
- Aqui é um condomínio bem aberto, é bonito - escutei ela na porta enquanto entrava limpando os pés.
- É, quer se mudar pra cá? - coloquei o sorvete em cima da pia e como boa receptiva fiz questão de tirar seu casaco, só o casaco, mesmo querendo tirar todo o resto da roupa.
- Posso pensar, tem alguma casa alugando? - sorriu aceitando minha ajuda - Obrigada... - os olhos curiosos da francesa varreram minha casa - São casas aconchegantes, pelo menos a sua é.
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The good side of life - Cophine
RomanceDelphine acaba de terminar seu doutorado em imunologia e não bastando a cidade dos sonhos que é Paris, Cormier sai do país natal quando é convidada a trabalhar em um dos institutos mais populares do Canadá, o que Delphine não espera é que sua vida m...