Aquela semana foi a última e seus dias foram os derradeiros. Eu acreditara que tudo ficaria bem e que logo poderíamos marcar até uma data para o noivado. Aliás, ainda tinha uma missão: pedir a mão dela em casamento para Joseph.
Eu ainda não havia informado meus pais sobre o pedido aceito, mas não queria que fossem os últimos. Naquela mesma noite anunciei isso à minha mãe, por telefone. Estava muito ansioso e, por isso, nem esperei para ir até lá.
Dona Maria de Fátima ficou muito feliz e chorou ao telefone, o que me fez segui-la também. Liguei para meu irmão, Rogério, informando da novidade.
Kátia ficara muito feliz e disse que queria ser madrinha. Claro, qual a pessoa mais indicada para isso, que não ela? Ainda questionei-a:
— Madrinha de quem? Do noivo ou da noiva?
Sim, Kátia estava ligada aos dois de uma forma intensa. Era nosso elo em comum, mas nem titubeou:
— Dos dois! – respondeu e riu a seguir.
Fora uma noite muito boa e, antes de cair na cama, Beth me informara que Kelly e Mark já sabiam. Contudo, preservaria os pais por mais algum tempo, especialmente Joseph. Eles conversaram sobre a Inglaterra e ela confirmou que iria fazer a pós-graduação.
— Minha mãe desconfiou. Eu ainda tentei fingir que não estava muito de acordo, contudo, Ana Maria é muito esperta – disse Beth ao telefone.
Sim, Ana Maria tinha poderes e certamente já sabia que havia algo ali, mas eu a alertei:
— Sua mãe certamente vai saber antes de você contar. Então, é melhor dizer logo a ela.
Beth concordou, pois, sabia que Ana Maria descobriria cedo ou tarde. Então, decidira que faria a revelação no outro dia, ao café. Naquela terça-feira especial, tudo correra bem, ou quase, tirando o episódio do Fusca.
Na quarta, tudo foi como planejamos e Beth contou aos pais sobre meu pedido de casamento. Não estava muito animada, pois, Joseph parecia entender que aquilo tinha relação com a Inglaterra.
Contudo, dissera que em parte era isso mesmo. Que iríamos de fato casar cedo ou tarde e isso não faria diferença para ela, mas que eu iria junto para o Reino Unido. Joseph não teria emitido opinião sobre o assunto, mas Ana Maria sim.
Beth disse:
— Minha mãe falou que isso era insensato e até irresponsável, dado que nos conhecemos há tão pouco tempo.
Pensei: insensato é beijar a boca do genro como se tivesse 25 anos. Mas, Ana Maria apenas estava tendo uma reação natural de mãe, nesse assunto. No fundo, ela sabia bem do nosso destino...
— Eu não fiquei para discutir com ela. Sei que ela não aprovou, mas a vida é minha, quero dizer, minha vida é sua...
Fiquei feliz de ouvir isso, que fixara tão bem em minha memória, muito boa por sinal. Lembro-me daqueles dias como se fosse ontem. Estão tão vivos em mim quanto as células que formam o meu corpo e ainda tinha aquilo...
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Na noite seguinte, ao chegar, precisei bater na casa de Amanda. Tinha que pegar uma receita médica que ficara no interior do Volkswagen. Ela mesma atendeu o portão e se apresentou com um ar cansado.
— Oi, desculpa te incomodar, mas é que preciso pegar uma receita que ficou no carro – falei sem jeito.
Parecendo exausta e arrumando o cabelo, falou:
— Entra...
Amanda não era a mesma do dia anterior, visto que o cansaço aparente encobria algo mais, uma coisa que eu não queria encarar. Abri o carro e peguei a receita, já que tinha esquecido a frequência do relaxante muscular dado pelo médico na segunda.
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O que ela viu em mim? - Volume 1
RomanceReginaldo, um cara comum e sem expectativas com as mulheres, se depara com uma verdadeira "ninfa" num trólebus da Linha 20, em Santos-SP. Sem coragem, ele a vê ir embora e lamenta sua falta de ação. Depois, ao ler um livro, é estimulado a buscar uma...