Capítulo 13 - O começo do fim

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No escritório, observando meus amigos, eu comecei a ficar tão empolgado com o "sim" de Elizabeth que não resisti e contei a Samir e Natália. Eles ficaram muito felizes e a mulher alta não deixou passar.

— Você arrasou! – e completou brincando, porém, me deixando encabulado – Se eu não tivesse compromisso e você não tivesse ela, sei não...

Ela e Samir riram, enquanto fiquei sem saber onde botar a cara. Se eu fosse branco, certamente estaria como o semáforo fechado. Meu Deus, só ela mesmo para soltar uma dessas... Mas, Samir adiantou-se.

— Vai contar para o chefe? Afinal, vocês conversam muito.

Respondi:

— Creio que sim. Gregório é gente boa, mas já o resto, deixa no "gelo", viu?

Os dois concordaram e me deixaram trabalhar. No almoço, como sempre, ela estava lá na recepção, com sua pontualidade britânica, que lhe é peculiar. Vê-la ali, parada, me esperando, já era algo comum, mas naquele dia era diferente.

Não era mais a minha Beth, namorada, mas a futura esposa de Reginaldo. Tudo havia mudado e meu mundo era outro. Senti-me preso a ela e veria aquele rosto lindo, com seus olhos verdes e os cabelos loiros para sempre! .

Fomos almoçar e Beth não tinha outro assunto. Festa, igreja, vestido, etc. Seu dia a dia parecia agora tomado por detalhes daquele evento, que seria o mais importante para nós dois.

Vê-la enumerando as coisas que faria, pedindo minha opinião sobre tudo aquilo, só me deixava extremamente feliz. Eu concordava com tudo e ela até discordava de mim por conta disso.

— Nossa! Você só concorda com tudo! Não vai dar nenhum palpite? – perguntou, contrariada com meus muitos "sim's".

— Meu amor, tudo o que você quiser fazer, faremos. É que ainda estou...

Tentei buscar uma palavra para descrever aquilo, mas não encontrei, porém, Elizabeth achara:

— Feliz?

Olhei para ela e disse:

— Eu não estou cabendo dentro de mim, meu amor. Estou extasiado com tudo isso e o amor me entorpeceu...

Os olhos dela brilharam, anunciando que as águas do oceano do coração transbordariam mais uma vez por causa do tamanho desse amor. Mas, então, eis que a engrenagem se movera rapidamente e tivemos visita...

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Estávamos sentados no restaurante e junto de uma das portas, bloqueada com uma grade branca de alumínio, já que não havia janelas naquele prédio de 1906. Então, passou alguém e nos viu ali, comendo.

Só percebi quando ouvi a voz familiar, cumprimentando-nos. Quando notei, mirava mais em mim, com um olhar desconfiado.

— Olá, tudo bom com vocês?

Era Amanda, de passagem pela XV de Novembro, mas, ao perceber a nossa presença, decidiu parar.

— Oi, Amanda – respondi.

Beth fez o mesmo e não perdi tempo em questionar sua presença ali, já que nunca a vi por aqueles lados do centro.

— O que fazes por aqui? – perguntei.

A garota, dentro de um casaco marrom e espesso, respondeu:

— Saí atrasada e o restaurante que eu almoço encheu. Então, vim de lá para cá, buscando um lugar "menos cheio".

Eu já ia lamentar por ela, pensando exatamente que não seria uma boa ideia ficar conosco, mas Beth mais uma vez tomou as rédeas da conversa.

— Não seja por isso, você encontrou. Senta aqui com a gente.

O que ela viu em mim? - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora