Nos dias que se seguiram, eu liguei para Kelly algumas vezes para saber como ela estava e nisso soubera que Elizabeth ainda estava no Brasil. Numa ligação, a ruiva me fez duas revelações importantes, que mudariam tudo.
— Regi, está sendo bem difícil sem o Mark. O Will só fala do pai e eu não sei o que dizer a ele. Falo apenas que um dia vamos vê-lo e que ele está no céu – falou desanimada.
Fiquei muito triste ao ouvir isso, mas precisava animá-la.
— Realmente, um dia nós veremos Mark novamente. Mas, agora você precisa ser forte para ele, Kelly.
Ela respondeu:
— Sim, estou fazendo o máximo para mantê-lo bem. Minha dor é enorme, mas se não fosse você, a Li e outros amigos, não sei o que seria de mim.
Quando eu ia falar, ela esticou:
— Falando em Li, ela anda estranha ultimamente.
Passaram-se uns cinco dias desde a morte de Mark e eu não sabia exatamente como Elizabeth estava de fato.
— Como assim? – perguntei.
Kelly procurou entender a situação, conjecturando algo:
— Conversamos sobre o que aconteceu entre nós há alguns anos. Ela não queria acreditar, mas eu mostrei que havia sido daquela forma e revelei que Mark sabia.
Continuei ouvindo a agora viúva.
— Ela protestou, dizendo que eu não deveria ter feito isso. Que eu contara coisas dela para você certamente... Regi, ela só não foi mais incisiva nas acusações porque eu estou de luto e ela também, de certa forma – falou.
Procurei acalmá-la:
— Kelly, deixa isso para lá. Ela te ama, eu sei. Jamais vai te abandonar por causa disso e, além do mais, ela teve uma boa mostra de nossa amizade...
Eu ia terminar com "enterro", mas decidi poupá-la disso. Kelly então me revelou a primeira coisa:
— Ela me perguntou se o Fabinho era seu filho e eu respondi que sim, que você e Amanda foram casados.
Fiquei curioso:
— Como ela reagiu?
— Ela pareceu triste por um lado, tentou disfarçar, é claro, mas eu vi isso em seus olhos.
Eu confidenciei algo sobre aquele momento no enterro:
— Kelly, naquele momento – evitei falar do cemitério em si – quando Amanda chegou, Elizabeth ficou surpresa com o que viu.
Ela confirmou que seu pensamento sobre aquilo era o mesmo:
— Sim, ela ficou surpresa. Cobrou-me explicação depois e eu dei. Mas, Li é minha amiga desde a infância, não iria me deixar. Além disso, tem mais...
Fiquei atento.
— Ela anda inquieta com o pai. Joseph emagreceu muito desde que a tia morreu e penso que ela não vai mais embora.
Questionei, afinal, ela voltou para a Inglaterra depois que a mãe morreu, com o irmão George e sua família:
— Mas ela não ficou depois da morte de Ana Maria.
— Não, mas Joseph ainda estava bem, contudo, agora não.
Concordei.
— Outra coisa. Tem algo mais que está perturbando-a. Ela não me fala nada e isso eu penso que tem a ver com você – argumentou a ruiva.
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O que ela viu em mim? - Volume 1
RomanceReginaldo, um cara comum e sem expectativas com as mulheres, se depara com uma verdadeira "ninfa" num trólebus da Linha 20, em Santos-SP. Sem coragem, ele a vê ir embora e lamenta sua falta de ação. Depois, ao ler um livro, é estimulado a buscar uma...