Depois que tomei a decisão de ajuda-las começo a pensar no que mais poderia fazer além de concertar o palco, afinal fazer a reforma no auditório que servia como sala do clube não era a única coisa que elas precisavam para manter as atividades, porém eu não fazia ideia se poderia ajuda-las a recrutar novos membros, pois eu não tinha muitos amigos, ok sendo sincera não tenho nem um amigo nesse colégio e não poso culpar a minha fobia totalmente por isso, afinal nunca fui uma pessoa sociável.
Enquanto me remoía por minha incapacidade de ajudar naquele problema acabo escutando uma voz vindo de um dos banheiros interditados do colégio por onde eu passava, movida por minha curiosidade me aproximo da porta tentando escutar melhor, com isso acabo notando que se tratava de uma garota que estava, cantando?
E eu me achando estranha por andar como um fantasma pelo auditório usando passagens secretas que só Deus sabe quem fez, deixando a comparação de lado uma ideia começa a se formar na minha cabeça, a garota que estava cantando realmente era muito boa porém estava obvio que ela queria chamar tanta atenção quanto eu, ou seja, nenhuma.
De repente a garota para de cantar e escuto seus passos se aproximarem da porta, com isso rapidamente me escondo onde não poderia ser vista quando saísse. Quando a porta se abre finalmente pude ver quem era a dona da voz que escutava ficando surpresa ao reconhecer quem era.
Leticia?
Essa garota era quem eu via sempre fugindo dos olhares de todos, mas uma coisa que temos em comum apesar de nossos motivos serem diferentes, eu fugia por conta de minha fobia já Leticia não gostava por ser a jogadora mais promissora no time de futebol feminino do colégio, o que fazia muitas pessoas quererem se aproximar dela.
Muitas pessoas gostariam de estar no seu lugar, mas Leticia era diferente ela odeia toda essa atenção pois é extremamente tímida não sei nem como ela consegue jogar apesar disso, mas pelo visto ela não é só uma boa artilheira. E como eu sei disso tudo? É fácil quando você não tem amigos e a única coisa que tem para matar o tempo é observar os outros e sim isso soa estranho.
Mas não tenho muitos livros para me distrair e sempre mantenho o celular na bolsa, afinal não tenho ninguém para falar mesmo. Mas voltando ao assunto principal, acho que acabei de ter uma ideia, só espero que Leticia não leve pro lado pessoal e que as meninas sejam bem convincentes.
Com essa ideia em mente procuro uma foto dela num dos tratados dos jogos, afinal tirar uma foto dela sem que notasse meio que é invasão de privacidade enquanto tentava lembrar de pessoas como a Leticia e bem, como eu. Perto do fim do dia eu já tinha uma pequena lista com o nomes e fotos de algumas pessoas que poderiam ser de alguma ajuda para as meninas a questão agora era o palco.
Eu sabia mais ou menos o tamanho das tabuas e pregos que precisaria, porém o que pegava mesmo era o horário, eu tinha que troca-las antes ou depois que as meninas saíssem? Ainda sem saber o que fazer decido ligar para o meu tio perguntar algumas coisas sobre materiais e custos.
— Ele não está aqui, ele não está me vendo — repito para mim mesma antes de completar a ligação — tio sou eu.
— Lauren o que devo essa ligação? — questiona ele do outro lado num tom alegre.
— Eu estou precisando de uma ajudinha — digo me esforçando para não gagueja, pois também tinha um pouco de dificuldade mesmo que ele não me visse.
— Que tipo de ajuda? — questiona meu tio.
— Digamos que eu hipoteticamente queira ajudar com a reforma de um auditório, porém sem fazer grandes mudanças e só substituir o que precisa quanto custaria? — pergunto como se não quisesse nada.
— Hipoteticamente?
— Sim, uma situação completamente hipotética — confirmo balançando a cabeça mesmo que ele não pudesse ver.
— Lauren sem enrolação, o que está aprontando? — perguntou ele.
Sem muita escolha acabo que conta-lhe o que pretendia sem esquecer de contar sobre o palco e a necessidade de algumas madeiras.
— Olha Lauren tem certeza quer se meter nisso? — questiona ele, pois estava ciente de meu total desapreço por atenção alheia.
— É só um empurram não preciso me mostrar — respondo — mas... dar pra mandar a madeira pra amanhã?
Mesmo desconfiado meu tio manda as tabuas de madeira para minha casa na manhã seguinte a questão agora era, um carro pode se aproximar do colégio sem ser notado?
Dificilmente.
E sair menos ainda. Tudo bem, já que não tem outro jeito decido ir dirigindo para com as tabuas e uma caixa de ferramenta no porta-malas as pegando assim que chego notando que não havia quase ninguém no colégio vou com elas até o velho auditório as guardando na passagem secreta depois de fazer uns leves concertos indo em seguida para minha sala, só voltando para concertar mais um pouco no intervalo.
Porém como queria terminar aquilo ainda naquele dia decido faltar as duas últimas aulas, afinal não é como se eu fosse perder muita coisa, com isso volto para o carro sem ninguém notasse indo pegar uma caixa do tamanho de uma de sapatos a deixando ao meu lado enquanto terminava de trocar as tabuas quase não notando que alguém entra no auditório, mas felizmente a pessoa faz um barulho me dando tempo para correr em direção a uma das cortinas ou se encontrava uma das passagens do palco.
— Espera! — gritou Camila.
Suspirando aliviada me encosto na parede por um tempo antes de sair dali.
— Pelo menos eu terminei de trocar as taboas — digo indo até o meu carro encostando minha cabeça no volante por um tempo enquanto tentava calmar um pouco os meus nervos — e espero que a lista seja útil.
Continua...
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A distancia de uma parede - Hiato
FanfictionLauren é uma garota que sofre de Antropofobia e por causa desse medo ela se torna uma pessoa distante até mesmo se mantendo afastada de sua família, mas por insistência de seu terapeuta ela frequentar um colégio. Lá Lauren acaba conhecendo Camila um...