Capítulo 9: Camila & Lauren

23 4 0
                                    

  Ao olhar um pouco mais para a garota acabo a reconhecendo como a garota calada do colégio que tinha no momento os cabelos amarados num rabo de cavalo vestindo a mesma camisa que os outros usavam, com uma calça tão gasta quanto um pouco suja com poeira e o que supus ser tinta, usando luvas para proteger as mãos, todo aquele cenário me deixava confusa por algum segundos até que um pensamento sugira.

  -- Acho que tenho uma ideia de como descobrir quem é o fantasma -- digo pensativa começando a andar.

  -- Camila não, Camila! -- disse Normani exaltada me parando -- você vai matar a garota de susto.

  -- Como assim? -- questiono confusa a olhando.

  -- Camila tenta lembrar de algum momento que você viu essa garota conversando com alguém -- pede minha amiga com um semblante preocupado me deixando ainda mais confusa.

  Antes que eu pudesse buscar em minha memória tal cena minha tentativa é cortada pela resposta de Dinah.

  -- Deixa eu responder, nunca, existe até um boato que ela é muda.

  -- Sem contar que a garota foge toda vez que ver alguém que não seja um professor ou funcionário do colégio -- continua Ally.

  -- Pra resumir, não tem nem como você chegar perto o suficiente para questiona-la seja lá o que tem nessa cabecinha -- termina Normani.

  E como se tivesse ouvido aquilo Lauren solta as cadeiras que carregava saindo rapidamente do meu campo de visão me deixando ainda mais intrigada.

  -- Viu? -- pergunta Dinah -- é melhor não tentar tirar leite de pedra.

  -- Eu ainda não desistir.

  -- Ok, vamos deixar essa conversa para outra hora, pois temos que avisar os novatos sobre a mudança do local de ensaio -- disse Normani batendo palmas chamando nossa atenção.

  -- Você tá certa -- digo me deixando ser guiada para longe enquanto Ally mandava aviso por mensagem.

Lauren: on

  Com o inicio da reforma do auditório e por eu não querer ficar só olhando achando que seria uma boa forma de tentar melhorar parte da minha fobia decido ajuda-los na reforma carregando algumas coisas antes de dar o meu horário para escola. E tudo estava correndo bem, claro eu não conseguia olhar nos olhos de muitos deles e falar menos ainda, mas a sensação de pânico constante estava diminuindo.

  -- Lauren! Você poderia pegar algumas das cadeiras lá dentro? -- perguntou meu tio que se encontrava debruçado sobre uma mesa olhando o projeto.

  Sem responder me limito a concordar com a cabeça no momento que prende seu olhar em mim, ostentando um pequeno sorriso entro do auditório olhando per todo aquele cenário que logo mudaria e para melhor, porém me bate um leve nostalgia e tristeza ao lembrar que não poderia mais observar as meninas e ouvir suas vozes.

  Vozes essas que se tornaram um parte importante da minha vida, muitas vezes me peguei ansiando por ouvi-las mesmo quando não estava no auditório, porém meu medo sempre falou mais alto. Eu gostaria de ser amigas delas, mas não saberia nem por onde começar.

  Não demora muito para que eu consiga pegar algumas das cadeiras saindo do lugar me sentindo um pouco triste por saber que nunca mais poderei colocar os pés aqui depois da reforma, estando do lado de fora consigo notar uma movimentação estranha pelo canto do olho. Não precisei virar muito o meu rosto para notar do que se tratava e por sentir olhares em minha direção largo as cadeiras antes de começar a correr.

  Quando me sentir longe o suficiente mando uma mensagem para o meu tio me explicando indo para um dos banheiros menos usados naquele colégio onde eu sabia que havia um chuveiro para que pudesse me limpar e me preparava pro início das aulas, assim que terminei de me arrumar ou até o meu armário onde havia deixado minha mochila passando perto do auditório na volta mantendo a cabeça abaixada, mas os ouvidos atentos para o menor sinal das vozes de alguma delas, eu só conseguia ouvir ruídos em sentido o que só me serviu para ficar frustrada.

  Vendo que não conseguiria nada ficando parada em frente a porta decido sair dali dando os primeiros passos quando de repente a porta abre me fazendo quase cair de bunda no chão devido ao susto ao levantar um pouco a cabeça me deparo com a figura de Camila me encarando.

  -- Desculpa eu não vi que tinha alguém atrás da porta -- disse me olhando de forma intensa me deixando desconfortável.

  Eu podia ver a crise de pânico virando a esquina e isso é a última coisa que eu precisava naquele momento, então respiro fundo contendo parte do desespero tentando pensar num jeito de sair dali sem parecer rude, afinal ela não merecia tal atitude, porém se já era difícil falar antes agora que ela já ouviu a minha voz tornava tudo ainda mais impossível.

  -- Ok, entendi você não fala -- disse Camila sorrindo brincalhona -- mas pode balançar a cabeça se estiver tudo bem.

Continua...

A distancia de uma parede - HiatoOnde histórias criam vida. Descubra agora