Capítulo VI

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Hector S

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Hector S.

A casa parecia cada vez mais vazia, mesmo com a presença de tantos estranhos. Ao passar pela porta de metal, fui tomado por um silêncio denso, uma quietude que trouxe um alívio raro — quase esquecido desde minha chegada. Aproveitando o momento, segui até a cozinha e abri a geladeira.

Para minha surpresa, ela estava repleta de alimentos exóticos que eu nunca vira em nenhum outro planeta. Meu olhar foi atraído por algo peculiar: uma fruta oval, de casca dura e azulada, com cerca de um palmo de comprimento. Suas folhas retorcidas pareciam lâminas afiadas. Segurei-a com firmeza e tentei abri-la, forçando as mãos para lados opostos. A casca cedeu com um estalo, revelando um interior branco translúcido, com sementes azul-escuras incrustadas na polpa. Hesitei por um segundo, depois levei um pedaço à boca. A textura era macia, o sabor surpreendentemente doce, com um fundo ácido que fazia a língua formigar levemente.

— Assaltando a geladeira a essa hora? — A voz de Najenda ecoou atrás de mim. Antes que eu pudesse reagir, suas mãos quentes pousaram firmes nos meus braços.

O susto me fez engasgar violentamente, e comecei a tossir feito um cachorro sufocado.

Najenda tentou ajudar, mas os tapas vigorosos em minhas costas tiveram o efeito oposto.

— Assim você só piora tudo! — resmunguei, ainda tentando recuperar o fôlego.

— Não tenho culpa se você é fraco. — Ela deu de ombros, o olhar brilhando com provocação.

Antes que eu pudesse responder, ela inclinou a cabeça para o lado, analisando o hematoma no meu rosto com um interesse incomum.

— Eu... fraco?

— Sim, fraco. — Ela piscou, maliciosa, antes de puxar um banco e se sentar diante de mim. Cruzou as pernas devagar, o sorriso cheio de desafio. — Não posso acreditar que você deixou aquele idiota te bater. Agora todos no acampamento sabem...

Suspirei e deixei a fruta sobre a mesa. Enquanto limpava as mãos, escolhi minhas palavras com cuidado.

— Eu poderia ter acabado com ele, mas isso só pioraria a situação.

Najenda arqueou uma sobrancelha, como se esperasse uma resposta melhor.

— E daí? Se fosse comigo, ele já estaria no chão. Você precisa aprender a se defender, Hector. Ou prefere ser visto como um covarde?

Meu olhar endureceu.

— As coisas não funcionam assim, bravinha.

O apelido a fez corar levemente, mas seu semblante endureceu num piscar de olhos. Antes que eu percebesse, ela pressionou meu adutor com o polegar, forçando meu braço para o lado. Droga. Ela era forte — ridiculamente forte.

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