Capítulo X

48 1 0
                                    

Hector S

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Hector S.

A chuva caía desesperadamente, encharcando minhas vestes. Mas o frio dos pingos não era nada comparado à frieza das pessoas de preto no funeral. Todos estavam reunidos ao redor de um buraco, jogando flores azuis – myosotis.

E eu? Distante de tudo, de todos. Kazuha estava ao meu lado. Não dizia nada, mas sua presença era reconfortante. E, ainda assim, eu já não sei mais no que, ou em quem, acreditar. Até ela me deixa confuso.

Eles me incluem em momentos que me fazem acreditar que sou bem-vindo, que tudo vai dar certo, que dá para aguentar. E, no instante seguinte, jogam um balde de água fria. Me usam. Me descartam.

Nunca imaginei ver bondade no General Angus, mas seu último ato me fez pensar que talvez pudéssemos ter sido grandes amigos. Mas tudo se acabou quando apertei o gatilho.

Agora eles estão aqui, fingindo um funeral digno. Mas será que é mesmo? Ou só querem enterrar mais do que o corpo de Angus?

E os verdadeiros responsáveis? Nem ao menos tiveram a decência de aparecer.

Beatrice...

— Vamos, Hector? — Kazuha segurou minha mão, tentando me puxar.

— Pode ir na frente.

Minha voz saiu firme, mas era mentira. Eu queria vê-la ir primeiro. E ela foi. Se juntou aos demais e jogou a flor dentro do buraco.

Foi quando levantei o olhar e vi algo cintilar no céu, como uma estrela. Mas era dia, não noite. A não ser que...

— Ah, não.

Meus pés se moveram antes que eu pudesse pensar. Corri até Kazuha e a puxei pelo braço. As pessoas ao redor me lançaram olhares confusos, mas não havia tempo para explicar. Eu precisava agir.

— Hector, o que houve?

Ela olhou nos meus olhos e, por um momento, parecia que não precisava de resposta.

— Mas agora? Nem terminamos de en—

Antes que terminasse a frase, um estrondo distante ecoou. O chão tremeu. As pessoas ao redor entraram em alerta.

Droga.

— Kazuha, avise ao Conselho.

Quando me virei para ela, Kazuha já digitava rapidamente em um telefone.

— Eles já sabem. Hector, vamos direto para a Nave-Mãe.

— Nave-Mãe? E temos tempo? E a nossa equipe?

— A nossa? A sua, você quer dizer, né?

Kazuha sorriu sem graça e me puxou para o estacionamento. Assim que chegamos, correu para uma SUV blindada e abriu a porta.

Tudo é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora