FERNANDA NARRANDO:
Minha vida sempre agitada, me acordei, levantei e me olhei no espelho pensando: “Mais um dia, obrigado Deus”.
Tomei um banho, coloquei minha farda do dia a dia, amarrei meu cabelo num coque pra cima, peguei a chave do meu carro, fechei meu apartamento e apartei para o elevador subir.
Entrei no elevador, apertei no zero, e estava esperando descer, fiquei me olhando no espelho me admirando, e admirando até onde cheguei.
Entrei no carro, o som começou a tocar, e eu fui indo até a DP.
Chegando lá cumprimentei meus amigos de trabalho, e fomos logo para uma reunião.
TENENTE FERRAZ FALANDO:
Então gente, estamos entrando numa missão para tomar alguns complexos do Rio de Janeiro, para dar vida aos moradores de lá.
Eu estava de cabeça baixa, até quando ele falou “Rio de Janeiro”, logo levantei minha cabeça em instantes e vários flashbacks se passaram em minha cabeça, momentos que não tem como esquecer.
O Tenente falou, falou e depois em chamou:
TENENTE FERRAZ: Fernanda?
FERNANDA: Oi Tenente, pode falar.
TENENTE FERRAZ: Fernanda, quero transferir você para a DP do Rio de Janeiro, preciso de uma pessoa lá que seja exatamente como você é! Quero te fazer esse convite.
Fiquei olhando para ele perplexa, quando pensei em responder, ele logo me interrompeu.
TENENTE FERRAZ: Não precisa dar uma resposta agora de imediato, pode ser amanhã, para você pensar. Mas pensa com carinho, é uma grande chance em sua carreira dentro da Polícia.
Fiquei olhando para o Tenente e assenti.
FERNANDA: Tudo bem, irei pensar e dou um retorno para o senhor amanhã ainda, pode ser?
Ele sorriu e eu sai, fui para o lado exterior, no treinamento de cães, fiquei sentada com o Ariel (cachorro policial), pensando na proposta.
Uma baita de uma proposta, irrecusável, mas algo me diz que irei passar perrengue.
RICARDO NARRANDO:
Mais um dia aqui na boca, estava sentado fumando minha maconha vendo a televisão, sempre temos que ficar atentos ao que vem do outro lado, enfim, bandido bom, é bandido esperto. Na reportagem dizia que alguns policiais de SP seriam transferidos para o Rio de Janeiro, aquilo me incomodou de certa forma, peguei e dei um tiro na televisão.
- Vai se fuder, essas porras não tem o que fazer não? Tiração do caralho.
ARTHUR: Pô Ricardo, que que deu?
RICARDO: Porra nenhuma, me deixa sozinho.
FERNANDA NARRANDO:
Cheguei em casa e fui logo me despir, tomei meu banho, coloquei um short, uma blusa mais comprida e um tênis. Coloquei minha arma escondida nas costas. Nunca andava desarmada, por segurança mesmo. Policial boa, é policial prevenida, né?
Desci, e fui até a praia correr, corri durante uns 40 minutos, e depois sentei em frente a praia, pensando, aquele convite não saia da minha cabeça. Isso seria um grande salto em minha carreira. Não iria recusar, claro que não. Mas voltaria para muita coisa da minha vida na qual eu não queria voltar.
Nunca pensei que sairia do morro, dos bailes, para vir para a polícia. Destino estranho, né?
Eu só jogo para ganhar, e pegar esse traficante seria meu jogo, certeiro. Ou eu morreria, ou ele, ou também ele poderia ser preso!
‘Dia seguinte’
FERNANDA: Tenente?
TENENTE FERRAZ: Oi? – Me olhou surpreso.
FERNANDA: Eu aceito o convite. Só peço o prazo de uma semana para poder alugar meu apartamento, comprar algo no Rio, e o senhor me transfere.
Ele me olhou feliz, e surpreso. Ele sabia que eu era boa, em tudo que eu fazia, principalmente nas operações.
UMA SEMANA SE PASSOU:
Aluguei meu apartamento, comprei um outro apartamento no Rio de Janeiro, e o Tenente já tinha pedido a minha transferência.
Peguei a chave do meu carro, e fui em direção dele, estava saindo de lá só com as roupas que eu tinha dentro do apartamento. Fui em direção do Rio de Janeiro...
5 horas dentro do carro, e cheguei no meu apartamento, arrumei minhas roupas, tomei meu banho, peguei meu celular e já era 21h.
Não tinha nada para comer, então, desci para comprar algo, sempre com a minha arma comigo, no porta luvas do carro coloquei ela. Fui até Copacabana, estacionei meu carro e desci para comprar algo.
RICARDO NARRANDO:
Estava preparando um assalto com os guris da quebrada, contabilidade do morro estava fraca e precisava arranjar uma grana.
Jeito mais fácil é esse. Descemos o morro de moto, em direção a Copacabana, desci, e fiquei de longe observando, falei pros menor:
RICARDO: Quero aquela Lange Rover branca estacionada lá. O papo tá dado, só subam se for com aquele carro, beleza?
Eles assentiram com a cabeça, e eu fiquei observando de longe. Eles foram até o carro.
FERNANDA NARRANDO:
Havia terminado de comer, e estava indo em direção do meu carro.
Fui surpreendida por dois menor me parando:
MENOR: Dai patricinha, passa a porra da chave do carro.
Olhei para ele e não passei.
MENOR: Tô falando contigo porra, tá escutando não?
FERNANDA: Não vou passar porra nenhuma! – Falei gritando com eles.
Eles me olharam não acreditando que eu estava os enfrentando.
Um saiu da moto e veio até a minha direção, e colocou a arma na minha cintura:
MENOR: Passa a chave ou eu atiro.
Quando eu coloquei a mão na minha cintura não achei a minha arma: “Droga”.
Me dei por vencida.
FERNANDA: Eu vou achar o meu carro!
Era impossível de enfrentar eles, estavam em três motos, dei a chave do carro, ele pegou meu carro e saiu cantando pneu em direção de um cara alto, forte, tatuado, que estava observando tudo de longe.
Mal sabia eles que meu carro tinha rastreador, e era blindado.
Fui para casa, ligando meu celular. Verifiquei que meu carro subiu até o Complexo do Alemão.
- Mentira, né? Inferno!
RICARDO NARRANDO:
Peguei o carro, e subi para o morro, quando cheguei no morro, comecei a revirar o carro, e quando abro o porta luvas, me deparo com uma arma.
RICARDO: PORRA, VOCÊS SÃO BURROS, OU O QUE?
MENOR: Como assim RP?
RICARDO: ESSE CARRO É DE UMA POLICIAL – FALEI BERRANDO E PEGANDO A ARMA VENDO QUE A NUMERAÇÃO NÃO ERA RASPADA, ali tive a certeza de que ela era policial -
MENOR: Como iríamos saber RP?
MENOR²: Bem que ela disse que ia achar o carro.
RICARDO: OBVIO QUE VAI, DEVE TER RASTREADOR ESSA PORRA AI!
SEUS INÚTEIS.
MENOR: Você que pediu esse carro!
RICARDO: Por que demoraram tanto?
MENOR²: Ela não quis passar a chave do carro.
RICARDO: Ah, a bonita ainda não quis passar a chave do carro? Ta de sacanagem, né?
Fiquei indignado, e o pior, é que ela era gata. Mas, eu sabia que, ela ia vir atrás do carro. Vou esperar para ver no que vai dar. Quero ver qual vai ser a proeza da bonita. Já vou deixar tudo preparado para caso o pior aconteça. Fiquei na boca, fumando meu baseado, com meus pensamentos na merda que isso ia dar e na incomodação que eu ia ter. Haja paciência.FERNANDA NARRANDO:
Fiquei sentada durante uns 40 minutos pensando na melhor maneira de resgatar o meu carro, não vou deixar para aqueles traficantes pé de chinelo, NUNCA.
Amanhã mesmo irei dar os meus pulos e ir até o Complexo do Alemão.
Sorte minha que eu tinha outra arma dentro de casa.
Tomei outro banho, coloquei minha camisola e me deitei na cama, mexendo no celular até pegar no sono.
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Dono do morro!
RomanceEla: Policial. Ele: Dono do Morro. Ela: Uma coisa que sempre teve, foi sangue nos olhos. Ele: Maior traficante do Rio de Janeiro. Ela: Um único objetivo: Prendê-lo! Ele: Um único objetivo: Entender o porquê tudo aconteceu desse jeito! Será que o...