CAPÍTULO 2

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RICARDO NARRANDO:
Fiquei viajando, fumando meu baseado, quando me dei conta, já era 2h da manhã.
Peguei minha arma, e fui pra casa.
Cheguei, estava tudo num silêncio, subi até o quarto da minha irmã e ela já estava dormindo. Estava muito calor, e ela estava suando, como sempre, desde pequena ela é assim.
Entrei no quarto, liguei o ar, e cobri ela.
Entrei no meu quarto, tomei meu banho, sai com a toalha enrolada na minha cintura, fui até meu closet e peguei uma cueca box branca.
Vesti, e deitei, não conseguia dormir, virei de um lado pro outro e nada, isso já era 3h30.
- Inferno, qual o problema de eu não conseguir dormir?
Fiquei viajando nos meus pensamentos até que eu peguei no sono.

FERNANDA NARRANDO:
Acordei com meu celular despertando, já que eu tinha uma missão hoje, que era de resgatar o meu carro.
Fui até a cozinha, vi que eu não tinha ido no mercado, afinal de contas tinha sido assaltada, né? Como iria fazer compras? Tudo por conta de um filho da puta, verme.
Peguei meu celular, e entrei no aplicativo do IFOOD, pedi para me entregarem café da manhã.
O café chegou, eu tomei.
Fui tomar banho, e vesti uma calça jeans, com um body, coloquei um tênis, deixei meu cabelo solto e fiz uma make básica.
Peguei minha arma, coloquei nas costas, por dentro da calça. Peguei a chave do apartamento, e desci.
Peguei um táxi e fui em direção do Complexo do Alemão.
Chegando lá, uns menores me abordaram, no caso, o mesmo que estava na moto, saquei na hora que aquele cara que estava observando de longe era o dono dessa porra toda.
MENOR: Quem é tu? O que tu quer? Da onde tu veio?
Nossa, pra que tanta pergunta? Estão cabreiros com algo? HAHAHA ri por dentro.
FERNANDA: Vim falar com o merda do teu patrão! Ele tá aonde?
Ele me olhou estranho, e pegou o radinho dele, ele ligou, e ele não atendeu.. Tentativa falha.

RICARDO NARRANDO:
Acordei com o meu celular tocando.
- Inferno, não tenho um minuto de paz.
RP: FALA MESMO, MENOR
MENOR: Tem uma morena aqui na boca querendo subir o morro pedindo pra falar com tu.
Saquei na hora quem era.
RP: Direciona ela até a minha sala, um 20 e to chegando lá menor.
MENOR: Pode crer patrão.
Me arrumei em instantes, coloquei uma bermuda preta, um tênis branco, e coloquei minha camisa no meu ombro, peguei minha arma, sai de casa e fui em direção da minha sala, que era no alto do morro mesmo.

FERNANDA NARRANDO:
MENOR: Vamos subir, RP autorizou a tua entrada.
Então quer dizer que o enigma do desgraçado é RP?
Ri por dentro novamente.
MENOR: Sobe na moto ai para irmos até lá.
Falou sem pegar capecete, nem nada.
FERNANDA: Primeiro: és menor de idade. Segundo: não vou em nenhum lugar contigo de moto, quero ir até lá, mas você vai me levar a pé!
MENOR: Ta achando o que po? Que sou teu empregado!? Teu funcionário? Sobe porra!
FERNANDA: Acho melhor você me levar lá do jeito que eu tô pedindo!

MENOR NARRANDO: 
Guria dos infernos, eu tava ligado em quem era ela. Mas não ia ficar dando moral e nem aliviar pro lado dela, mas a guria é foda, tudo rebate po!
Vou levar ela a pé pra não me estressar, o caminho é longo e sei que ela vai encher o saco reclamando.
MENOR: Vamos então po! Me acompanha.
FERNANDA: Qual o teu nome?
MENOR: Não dou meu nome para desconhecido.

FERNANDA NARRANDO:
Estávamos praticamente fazendo uma trilha, ele pensou que eu ia cansar, mas mal sabia ele quem era eu.
Pedi para ir a pé para poder gravar o local, não sou burra, nem nada.
De longe avistei meu carro.
Fui caminhando, até ele.
MENOR: A sala do patrão é ali naquela casa em frente a aquele carro branco.
FERNANDA: Ok, obrigada! Menor - ri ironicamente.
Passei ao redor do meu carro, passando os dedos entre ele. Avistei a casa e entrei, tinha uma porta meio aberta, então, bati.
FERNANDA: Licença.
RP: Toda! - me olhou de cima a baixo.
O que traz a mocinha aqui no morro?
Olhei para ele e sorri ironicamente:
FERNANDA: Vou ser direta, quero o meu carro!
RP: Uma pena gatinha!
FERNANDA: Me respeita garoto!
Ele me encarou e se aproximou de mim.
RP: Achas que eu não sei quem tu é?
Na hora que ele falou isso, lembrei da arma no porta luvas.
Óbvio que ele sacou, não é burro.
FERNANDA: Ai que bom que sabes quem eu sou, passa a chave do meu carro se não queres ir preso!
Estava desafiando ele, que estava ficando impaciente.
RP: Já falei que não vou passar porra nenhuma po, ta surda? E quero ver se tens a coragem mesmo! Piranha!
Na hora que ele falou aquilo, meu sangue subiu, ta de sacanagem né? Bicho filho duma puta!
Peguei minha arma, que estava atrás de mim, na minha calça e apontei pra ele, que me olhou com mais ódio ainda. Ele veio se aproximando, até que: ele deu um tapa na minha mão fazendo a arma cair no chão e me puxou pela mão, fazendo eu ficar totalmente de costas pra ele, ele segurava a minha mão nas minhas costas e com a outra mão ele apertou meu pescoço.
RP: Tais achando o quê? Vens até a minha favela e ainda queres graça pra cima de mim?
Me desfiz de onde estava com ele, e fui rápida a ponto de pegar a arma novamente e atirar de raspão nele.
RP: Tu tá tirando né porra?
Falou colocando a mão no seu braço, onde eu dei o tiro. Tais me desafiando, sua filha da puta?
Olhei pra ele.
FERNANDA: Tais brincando com a pessoa errada RP! - Sorri alto, e ironicamente. - Se fosse um traficante tão bom, não teria levado um tiro de uma policial, MULHER! Lindo! - Falei ironicamente e pisquei.
Ele se direcionou até a porta da sala e trancou ela, dava pra ver o ódio estampado no rosto dele.
Ele ligou pra um qualquer lá pedindo pra alguém vir aqui fazer o curativo nele. Nem me importei, por mim, que morra.
A sala estava num silêncio e ele veio até mim me empurrando e pegando a arma novamente.
RP: Quero ver tu sair do meu morro agora, desgraçada. Ninguém atira em mim, e sai ileso. Tais fudida gata!
O que ele estava pensando?
Ele tá louco?
Vai me prender aqui?
FERNANDA: Mais um crime pra conta? Vai me sequestrar? Vamos fazer aqui as contas de quanto tempo vais ficar preso?
Na hora que falei isso, ele me deu um tapa no rosto.
FERNANDA: Tu tá louco PORRA? - Falei berrando.
Eu gostava de me arriscar, mas dessa vez acho que me arrisquei demais. Não deveria ter vindo sozinha.
Levei a mão até o meu rosto onde ele defiriu o tapa, e me virei de costas, e ele foi tão rápido que pegou o celular do meu bolso.
Quero saber o que ele vai fazer agora, o que ele quer. Até aonde ele vai?

Dono do morro!Onde histórias criam vida. Descubra agora