Capítulo 3

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Draco

Bati com a minha mão na parede do chuveiro.

Merda

Suspirei assim que terminei. Depois do meu pequeno encontro com a Arabella, ontem à noite, não a consegui tirar da minha cabeça. A sua voz doce quando ela disse o meu nome causou arrepios pela minha espinha, os seus olhos âmbar captaram os meus como se ela conseguisse ler a minha história de vida.

Normalmente, recorreria a Pansy ou a outra rapariga* Slytherin para me ajudar com esta situação, mas não o consegui fazer.

Ela estava sentada de maneira orgulhosa, mas eu conseguia perceber que estava nervosa, a trocar de perna para perna enquanto tentava encontrar uma posição confortável para se sentar. Ela não percebia que a sua saia subia cada vez que fazia isso – mas eu percebi.

A partir dai, a minha mente vagueou, questionando-me que mentiras ela escondia debaixo do que vestia. A sua boca era perfeita, redonda e brilhante. Comecei a sentir-me virgem, a questionar-me o que era o sexo. Eu queria-a, eu precisava dela.

Sai da casa de banho e sequei-me. Atirei a minha toalha para o cesto da roupa suja e vesti o meu uniforme. Dirigi-me à sala comum.

“Malfoy, o que achaste da Roseberry?”, perguntou Blaise enquanto compunha a sua gravata.

“Ela é boa, nada demais.”

Menti, talvez não devesse porque queria ser o primeiro a fodê-la. Ri para mim mesmo, sabendo que o faria.

“Ela é alguma coisa, amigo. Estou a dizer-te Malfoy, ela não é como as outras raparigas daqui, ela é de Beauxbatons”, ele continuou.

Quando eu ia falar, ela apareceu, descendo as escadas como se ela manda-se na escola.

“Dormiste bem, Arabella?”, perguntou Blaise.

“Sim, foi confortável o suficiente. Estava acostumada à minha cama maior, em Beauxbatons”.

“És bem-vinda para partilhar a cama comigo”.

Imaginei-a deitada nos meus lençóis de seda, cabelo e olhar selvagem, enquanto me olha.

“Vou passar, Malfoy. Não devias falar assim quando tens namorada.”, resmungou

Saiu da sala comum, terminando a conversa. Blaise gargalhou enquanto eu estava confuso.

“Cala a boca, Zabini.”

Ajustei os meus boxers, por fora das calças e tossi, antes de sair da sala.

“Malfoy, espera.”. Pansy chamou-me enquanto corria até mim. Ela entrelaçou o seu braço com o meu e sorriu. Removi o meu braço, lentamente e olhei-a confusa.

“O que é que queres Pansy? O que é que te disse sobre fazer estas coisas em público?”

Ela franziu a testa e parou na minha frente.

“Dra-. Quer dizer, Malfoy, porquê que estás a ser assim, a outra noite não significou nada?”

Este é o problema com ela, sempre que fodemos, ela assume que sou o seu namorado. Provavelmente eu deveria parar com isto mas ela está sempre lá quando preciso dela.

“Pansy, tu sabes o que há entre nós. Não vou estar sempre a explicar-me.”

Vai-te foder, Malfoy.”, disse. “Nunca mais me peças nenhum favor”.

Ela virou costas e caminhou até ao Grande Salão. Eu ri para mim sabendo que ela voltava sempre. Fiz o meu caminho até ao Salão.
Pelo caminho, vi o Potter e os seus seguidores a correrem para fora.

“Porquê tanta correria, Potter?”, falei presunçosamente. “Com medo do jogo de quidditch de amanhã?”

“Não me chateies, Malfoy”. Respondeu o ruivo.

“Ninguém falou contigo, Weaselbee”

“Malfoy, não tens nada melhor para fazer? Que tal aprender a meter-te na tua vida?” respondeu Hermione.

Vai-te foder, sangue-ruim."

Ela ia falar, mas o ruivo arrastou-a para que seguissem o Potter para algum lado. Mais tarde saberei para onde foram.

Entrei no Grande Salão e vi o que era o pequeno-almoço, o costume. Ovos, bacon e torradas. Hogwarts não sabe o que é variedade? Sentei-me no lugar do costume, perto da saída, mas então, eu vi-a, sentada sozinha, a comer um bocado de tosta enquanto lia um livro sobre as artes das trevas.

“Então, devemos ter as mesmas aulas, huh?”

Peguei no seu livro e examinei as páginas que ela estava a ler. Ela tirou o livro das minhas mãos. “O que é que te disse sobre tocar, Malfoy, a mãezinha e o paizinho não te ensinaram maneiras?”

“Não fales dos meus pais, Roseberry”.

Sentei-me à sua frente e peguei num bocado de torrada. Mastiguei-a enquanto olhava para ela.

“Bem, então sugiro que pares de mexer no que não é teu.”, repetiu. A sua coragem era satisfatória, podia sentar-me aqui o dia todo e ficar a ouvi-la.

“Ainda”.

Ela sabia exatamente do que eu estava a falar. Olhou para mim e deu um sorriso carinhoso enquanto acariciava a minha mão.

“Nunca, Malfoy”.

Ela levantou-se, agarrando nas suas coisas e caminhou para fora do Grande Salão. Observei-a enquanto saia e então, ela parou e olhou-me por um segundo.

Posso jurar que a vi a sorrir levemente, talvez fosse a minha mente a pregar-me partidas, talvez não. Ela acabou por sair do Salão deixando-me, mais uma vez, confuso.

Deixei a minha torrada e corri atrás dela. Se eu ia a algum lado com ela, então teria de mudar a maneira como a abordava. Depois de a apanhar, fizemos o nosso caminho até às aulas.

“Sabes que a aula de artes das trevas é por aqui, amor.”

Ela olhou-me e fez uma cara envergonhada.

“Oh, eu jurava que a Pansy me tinha dito que era próximo da nossa sala comum.”

Merda para a Pansy e a sua mesquinhez.

“Eu levo-te lá, já que temos essa aula juntos.”

“Oh, que querido da tua parte, até consegues ser bom.”

Eu gargalhei da sua fala, “só com os meus companheiros sangue-puro”, respondi honestamente.

Ela franziu a testa e seguiu-me.

“Aqui está a sala, tenta estar atenta Roseberry. Não queremos que tenhas detenção logo na primeira aula.”

“Obrigada, Malfoy.”, sorriu-me e sentou-se num lugar vazio.

***

*rapariga - eu sou de Portugal e, aqui, rapariga não é um insulto!! É como se fosse garota. Podia substituir mas, a mim, não me soa tão bem, desculpem!

Bare - Draco Malfoy (TRADUÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora