Nineteen

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Estou com tanto medo de me apaixonar,
mas se for por você, eu vou tentar...

Forks- WA November 22th 03:37 p.m

O barulho da roda contra a terra molhada indicou que haviam chegado, finalmente. As duas saíram do carro entrando para a casa, essa que tinha o cheirinho de incenso de canela, o mesmo que ganhou da moça quando as visitou. Lá dentro estava quente, diferente do lado de fora que ventava como nunca, fazendo com que se arrependesse de ter escolhido um vestido. Mas não tinha culpa, não estava em seus planos fugir para a casa da cunhada de seu amigo, essa que ainda puxava assunto sobre os verdadeiros sentimentos de Hicks pelo jovem lobo. Arrependida por tocar no assunto, apenas sorria tímida, olhando para alguns cantos da casa ignorando todas as perguntas, mas a frase seguinte a fez parar onde estava e analisar a situação. Estaria negando para si mesma que estava apaixonada por ele?  Sim, estava. Pois se repreendia toda vez que se pagava sorrindo pelos cantos ao lembrar dele; ou quando sentia falta de sua companhia. A verdade era que a garota não se conformava, não aceitava o fato de alguém ter a conquistado com tanta facilidade e em tão pouco tempo. Não havia se quer um mês que tinham se conhecido e já estava assim, caidinha por ele. Isso era lastimável. Apesar dele ter dito que gostava dela, talvez tivesse sido um blefe; da boca pra fora. E por mais que todas aquelas palavras tivessem transmitido verdade e uma quentura no peito, Jade tinha medo. Se apaixonar era uma aventura, de fato era, mas a qual não tinha coragem de arriscar.

— O que foi? — A voz um pouco rouca da garota ecoou pela casa silenciosa, a fazendo voltar a si. — Você não quer assumir que gosta dele, certo? Tudo bem, isso leva mesmo tempo.

— Foi assim com a Leah? — Perguntou inocente.

  Ela deu risada, se emocionando ao lembrar de sua história com a namorada. Afinal, não havia sido muito diferente da que estava assistindo agora. Apesar de serem da mesma faculdade, Leah e Sofia não cursavam a mesma coisa. Uma gostava de esportes, optando então por um curso envolvente, educação física. Já a outra não suportava nada que envolvesse algum esforço físico, cursando por fim gestão financeira. Os desencontro era a coisa mais comum e as raras vezes em que uma via a outra era no caminho para o ponto de ônibus. Leah em seu carro, Sofia que sempre perdia o ônibus. Mas quando finalmente se encontraram, foi como se fogos explodissem em sua barriga, uma sensação estranha, típica de filmes da Disney. Ignorando esse fato deixou-a lá, parada encarando o nada pois precisava correr se não quisesse ir andando até sua casa.

— [...] Depois disso, só loucura. Leah jogou uma bomba no meu colo e esperou com que eu aceitasse bem o fato dela... — Ela se interrompeu ao perceber que quase falou dos transmorfos. — está apaixonada por mim. De início foi difícil, sempre é, mas eu entendi que era uma obra do destino. Fomos feitas uma para a outra e independente se ela tenha se apaixonado rápido demais, eu também me apaixonei. Com um mês juntas ela me pediu em namoro, e claro, eu aceitei!

As duas sorriam uma para a outra, porque falar do amor era assim. Deixava todos os corações bobos e os invejosos querendo saber como é amar também. Sofia se sentou com a mais nova no sofá, segurando sua mão sobre a dela iniciando um carinho; queria acalmar o coração dela, fazer aquilo que não fizeram por si, pois sabia que quando soubesse sobre a lenda do lobo, iria surta.

— Se aqui dentro à paixão, deixe-a crescer e você verá que é tão gostoso. Não adianta negar, vocês estão conectados, são apenas um. Chegará um momento em que não dará mais, de qualquer maneira vocês ficaram juntos. Sabe por quê? Porque um foi feito para o outro.

Não soube dizer o por que, mas uma lágrima escorreu de seus olhos. As palavras de Lindóia de certa maneira mexeu com seu emocional, decidindo aceitar os sentimentos que estavam crescendo cada dia mais, porque Seth merecia ser amado, merecia ser recíproco. Só esperava não se machucar. As duas se abraçaram e decidiram então fazer algo para comer, passando o resto da tarde fofocando e comendo. Estava tão empolgante a conversa que se quer deras conta de que do lado de fora já havia anoitecido, apenas quando lhe foi pedido para que fosse pegar um saco de lixo para a amiga na garagem. Balançou a cabeça e seguiu até o local, ligando a luz no disjuntor ao lado, só não esperava pelo o que estava a sua frente. Telas para todos os lados, alguns no chão, outros pendurados. Imagens de animais outras que apenas um verdadeiro artista entenderia, mas todos com a mesma assinatura no lado esquerdo. Nunca foi uma apreciadora da arte pelo simples fato de nunca a compreender muito bem, talvez por isso nunca tiveram ido a uma exposição de fato, mas naquele momento se sentia em uma.

𝖮 𝗆𝗂𝗅𝖺𝗀𝗋𝖾  (𝗍𝗐𝗂𝗅𝗂𝗀𝗁𝗍) -- Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora