evil yours, now evil mine (parte 1)

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Deniz Saraçhan só foi solto sete dias depois.

Serkan utilizou toda a sua influência dentro da família para defender o seu caso. Ele nunca havia exigido nada por sua participação nos negócios, sempre um filho dedicado, o herdeiro perfeito de Alptekin. Mas quando Eda surgiu na equação, ele sabia que não poderia passar mais nenhum dia sem ela.

Deniz passou alguns dias nas masmorras da mansão Bolat, apenas um cobertor de flanela fino para protegê-lo do frio característico das paredes marmóreas do lugar, sendo servido de um banquete de pão e água duas vezes por dia.

Não à toa ele saiu cambaleante do lugar, jogado por um dos mercenários dos Bolat em uma marquise qualquer de Istambul.

As inúmeras malas de Eda estavam agora em um dos quartos do enorme flat comprado por Serkan para fugir do escrutínio invasivo de seus pais. Eda resistiu em dormir na mesma cama que ele, quem dirá permitir tocá-la além dos beijos roubados que ele não poderia evitar de tomar.

O casamento em si aconteceria em alguns meses.

Uma cerimônia restrita, por razões óbvias, mas muito harmoniosa e até mesmo chique para os padrões da máfia turca. A organização ficou a cargo de Aydan Bolat, uma decoradora de ambientes aposentada, graças aos negócios do marido.

Serkan fumava um cigarro na varanda, trajando camisa e calça social, totalmente alinhado para o encontro que teria na mansão Bolat, com seus pais e um novo aliado, que ele não conhecia ainda. Tudo o que seu pai pediu foi que estivesse na casa às oito da noite.

Ele olha no seu relógio.

Oito e quinze.

Ele traga o cigarro mais uma vez.

No pouco tempo que passou com Eda, Serkan pode perceber que ela cuidava com muito apreço de sua beleza, de seu corpo. Ela gostava de usar muita loção, o hidratante de lavanda e camomila que ele aprendeu a associar a sua imagem, sempre bem maquiada e nunca em desalinho.

Os cuidados de Eda com a sua aparência o estavam atrasando naquele dia.

Serkan tem se esforçado para agir com paciência e diligência com a morena, que mal fala com ele no espaço grande da casa, sempre escondida em seu quarto.

Quando ele está curioso sobre o que ela está fazendo, Serkan abre uma brecha da porta e a observa.

Normalmente ela gasta o seu tempo lendo ou brincando com Sirius, o grande rotweiller de Serkan. Ele adora observá-la conversando baixinho com o cachorro, que a obedece placidamente como um filhote acostumado com a presença de Eda.

Óbvio que ele tomou o seu celular, para que ela não entrasse em contato com ninguém.

Ele repete para si mesmo que é temporário, mas a ansiedade de pensar nela fugindo dele é o suficiente para estressá-lo e o faz cogitar a nunca mais permitir um aparelho celular em suas mãos.

Serkan suspira, inclinado no balcão da varanda, observando as estrelas.

Quando criança, antes de ter ciência do caráter mafioso de sua família, Serkan sonhava em ser astrônomo. Ele amava as estrelas mais do que aos carrinhos ou aos jogos que os seus pais lhe davam de presente.

Ele acha irônico como a vida colocou justamente uma estrela tão brilhante em seu caminho.

O celular vibra em seu bolso.

"Sim?", responde ele, seco.

"Onde estão vocês? A reunião está prestes a começar!", reclama Engin.

I'll stay alive just to follow you homeOnde histórias criam vida. Descubra agora