[editado] - 18

12.3K 779 56
                                    




Atenção: Este capítulo vai ser narrado pelo Luke, logo, tem uma perspectiva diferente.

– Luke


As pontas dos meus dedos estão dormentes e os meus lábios maravilhosamente inchados. Não conseguia parar de tocar nela, mesmo que quisesse.

Olho para a sua bonita face e admiro o seu estado simples, mas angélico. Raspo levemente os meus dedos na pele macia da sua bochecha, e ela continua a encarar-me com plena adoração. Demasiado preciosa.

"Arabella" – chamo-a, num murmúrio. Não me quero levantar da cama onde estamos acolhidos. As memórias da noite passada lentamente me passam pela cabeça, e fecho os olhos, desejando lembrar-me do seu toque novamente. Temos passado muitas noites juntos, nos últimos dias.

"Luke" – ela diz o meu nome, em resposta. Cobro-lhe a bochecha com a minha mão e esfrego delicadamente a mesma com o meu polegar. Encosto-me a si, acidentalmente. Arabella atrai-me, e não é pouco.

"Quando é que estas pequenas férias vão acabar?" – ela diz, com um breve sorriso delineado nos seus lábios. Sento-me na cama e levanto uma sobrancelha, mas não consigo prender a pequena gargalhada que quer escapar da minha boca.

"A sério? Queres voltar a trabalhar, é isso?" – questiono, aproximando-me dela. Ela apenas assente, ainda a sorrir de forma desafiante. De súbito, quero abraçá-la pelo facto de não me fazer sentir tão vazio.

"Gosto de ter coisas para fazer, sabes..." – Arabella decide mexer no tecido fino da minha camisola.

"Vais dizer que não fizemos nada nos dois dias em que estivemos juntos?" – faço um ar chocado e levo a minha mão ao peito – "Estou certamente magoado, Arabella"

"Tu percebeste, Luke!" – a sua pequena mão embate no meu braço. Esboço um breve sorriso, devido à sua reação previsível.

"Ainda temos de ir visitar a minha família antes de retomar a nossa rotina normal" – aviso, engolindo em seco.

"Pois, é verdade, não quero que sejas assassinado pela tua irmã" – ela responde-me. Harmoniosas gargalhadas escapam dos seus belos lábios. Puxo-a para mais perto de mim, ansiando pela sua proximidade.

"Nem eu, Arabella, nem eu"

    O ambiente familiar da minha antiga casa invade os meus sentidos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O ambiente familiar da minha antiga casa invade os meus sentidos. As grandes janelas da frente estão ligeiramente abertas, refrescando o ar da minha habitação. A relva do meu jardim encontra-se aparada e húmida. O meu cão, Peanut, brinca alegremente com Lillian, a minha irmã, que ainda não notou na minha presença.

Arabella está no carro com Thomas, a mexer nervosamente no seu telemóvel enquanto o seu olhar me acompanha, à espera de um sinal.

Sigo em frente, captando a atenção de Peanut, primeiramente. Ele vem ter comigo alegremente e salta para cima de mim, não me derrubando por pouco.

"Olá amigo" – digo ao animal, acariciando o seu pêlo suave e dando-lhe leves palmadas – "Ainda te lembras de mim, não é?" – ele ladra animadamente em resposta.

"Finalmente!" – Lillian faz-se ouvir – "Estava mesmo a ver que ia ter de te ir buscar pelas orelhas, Luke!" – num pequeno gesto, ela envolve-me num curto abraço, sorrindo – "Bem-vindo de volta"

"Por alguns dias" – corrijo-a. Ela apenas me bate na cabeça, suspirando.

"A mãe está lá dentro à espera" – afirma – "Quem é aquela rapariga no carro?" – congelo, sem saber o que responder.

"Oh, aquela é a Arabella" – digo, mas Lillian faz-me um gesto para continuar – "É a minha... A minha..." – engulo em seco.

Afinal de contas, o que somos nós? Sem rótulos definidos, torna-se difícil arranjar um nome para descrever o que aquela mulher é para mim. É próxima de mim, conhece possivelmente quase todas as minhas fraquezas e sabe perfeitamente como me dar a volta. Enlouquece-me e ao mesmo tempo torna-me mais delicado.

"É a minha assistente" – anuncio, finalmente. Meu Deus, podia ter feito melhor que isto...

"Chama-a! Vamos para dentro de casa agora" – a minha irmã ri-se ligeiramente, como se tivesse percebido toda a situação sem eu lhe dizer absolutamente nada.

"Arabella!" – exclamo, virando-me para o local onde ela está. Arabella sai desajeitadamente do carro, de imediato, com a sua pequena mala de viagem. Está completamente embaraçada, com os seus longos cabelos castanhos a taparem-lhe a vista e o vestido desajeitado. Apercebo-me que estou a sorrir e coloco uma expressão séria e tensa no meu rosto logo de seguida, tossindo propositadamente.

"Estou aqui, senhor" – Arabella declara assim que chega perto de mim, soltando um suspiro – "Prazer em conhecê-la!"

"Prazer, Arabella! Podes tratar-me por Lillian" – a minha irmã sorri, dando-lhe um pequeno abraço – "Fica à vontade lá em casa! O quarto de hóspedes situa-se no andar de cima, o Luke depois mostra-te!"

"Obrigada" – Arabella assente, olhando depois para mim.

"Ah, e tenho uma regra para ti, Luke" – arregalo os olhos ao ouvir Lillian – "Não podes massacrar a Arabella com trabalho! Quero que ambos relaxem durante o tempo que estiverem aqui" – suspiro de alívio, rindo-me interiormente.

"Sim, maninha" – os meus lábios curvam-se num largo sorriso – "De acordo"

Desvio subtilmente o meu olhar para o rosto angélico de Arabella. Os seus olhos esverdeados estão postos no chão, as suas bochechas levemente rosadas e os seus cabelos arrumados atrás da sua pequena orelha. Parece frágil, como uma boneca de porcelana. Tenho medo de a quebrar, mas quero tê-la comigo.

Coloco a mão atrás das suas costas, sorrateiramente, e dou-lhe um gesto reconfortante, para que ela saiba que pretendo estar aqui para si. Um sorriso meigo invade a sua face, deixando-me contente e maravilhado com as suas perfeitas feições.

"Vamos para dentro, então?"

Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]Onde histórias criam vida. Descubra agora