[editado] - 5

19.6K 1.1K 130
                                    

   

– Arabella

   

    Estava presa no momento, como se fosse a sua presa, incapaz de escapar desta situação. O meu olhar permanecia focado nos seus olhos brilhantes, que me observavam com curiosidade e apreciação. Pela primeira vez, algo me consumia, – talvez desejo, paixão, alguma emoção, – mas tinha a certeza que não iria ficar parada. Que se ele quisesse algo, não seria o único a poder obter reações. Também o iria fazer sentir algo. A antiga Arabella não pensaria assim. Afinal de contas, desde quando é que eu quereria alguma vez realizar coisas inapropriadas com uma pessoa que conheço há pelo menos algumas semanas...? Porém, havia algo nele... Algo que eu queria descobrir.

    Arranjei alguma coragem dentro de mim e peguei na sua doce e suave mão, deslizando-a desde a minha coxa até à minha cintura. Luke pareceu surpreendido. Entreabriu os lábios e arregalou um pouco os olhos, fazendo-me esboçar um pequeno sorriso. Desapertei um dos botões da minha camisa branca e fiz com que as pontas dos seus dedos raspassem por baixo do meu seio, ainda coberto. O homem à minha frente engoliu em seco. Aproximei os meus lábios do seu ouvido, dolorosamente devagar.

    "Se quer algo, seja um cavalheiro e leve-me a um sítio de jeito" – murmurei quase inaudível, recebendo em troca um longo beijo no pescoço.

    "Combinado"

    "Uma festa?" – perguntei assim que entrámos dentro de um lugar desconhecido, com a entrada protegida por dois seguranças.

    "É uma festa formal, com pessoas de um nível de importância alto" – afirmou Luke – "Mas estão preocupadas a fazer o que querem. Este é o dia em que trocam o trabalho por um pouco de diversão"

    "O senhor deve estar mesmo ansioso para me ter perto de si" – levantei uma sobrancelha.

    "Oh, Arabella, não preciso de tal permissão" – fez uma breve pausa – "Eu sou um cavalheiro, espero que ma dê. Quando estiver desesperada pelo meu toque, aí é que o vai receber. E de maneira intensa" – sorriu, aproximando-se do meu ouvido – "E gostava de a ver a implorar" – sussurrou, deixando-me fraca. Jesus, compõe-te, Arabella!

    "Quer dançar?" – estendeu-me a sua mão, ajeitando a sua gravata com a outra. Senti algo dentro de mim a tremer, literalmente. Limpei a minha palma na saia preta e puxei-a um pouco para cima, sorrindo de canto. Agarrei no seu pulso delicadamente, sentindo depois o meu corpo a ser puxado contra o seu peito tonificado. Luke guiou-me para o centro do local onde nos encontrávamos, e podia observar dezenas de pessoas a dançar: umas perdidas nos beijos, outras a serem consumidas pelo desejo, outras simplesmente a rir e falar, com copos nas mãos. Depois da minha observação, olhei para cima, deparando-me com Luke já a fitar-me, com as pupilas um pouco dilatadas e uma expressão totalmente séria.

    Passei as minhas pequenas e delicadas mãos para os seus ombros e deixei-as lá ficar, enquanto as suas desciam para a minha cintura. Os nossos olhares cruzaram-se e começámos a mover-nos lentamente, ao som da música, demasiado perto um do outro.

    Um som indescritível de espanto caiu-me dos lábios assim que senti algo duro pressionado à minha coxa. Luke sorriu com charme, como se aquilo não fosse alvo de preocupação, e uma onda de emoções percorreu o meu corpo.

    "Eu sei qual é o teu tipo de rapariga" – disse-me ao ouvido. Naquele momento, tudo ficou desfocado menos nós. A música tornou-se algo indistinguível e os corpos à nossa volta, que se movimentavam desesperadamente, desapareceram. Espera, ele disse teu?

    "Qual é?" – a minha própria voz traiu-me, saindo fraca e trémula.

    "A tua família pensa que és frágil, inocente. É como se fosses uma boneca de porcelana, sentada numa estante, à espera de ser tocada. Arabella, admite, tu queres ser tocada. Queres perigo e caos. Que alguém entre na tua vida e a desmorone completamente. Queres paixão, algo que te consuma, desejas isso inconscientemente. Queres saber como é ser-se puxado para o limite. Querida, eu posso dar-te tudo isso. E irei" – não soube, depois das suas palavras, o que mais me impressionou; se foi o facto de tudo aquilo ser verdade, ou se foi a forma de como falou. Tratou-me por tu, e não por você, pela primeira vez. E isso excitava-me, para ser honesta. Despertava algo em mim que tinha estado a hibernar há anos.

    "Faça-me sentir algo, então" – proferi, educadamente, não me conhecendo a mim mesma. Recebi um sorriso charmoso e seguro, que me deixou arrepiada.

    "Esta vai ser apenas uma amostra" – respondeu-me, e antes que pudesse dizer algo, já estavam as pontas dos seus dedos dentro da minha saia, caminhando sobre as minhas coxas. A minha boca ganhou a forma de um 'o' assim que os senti a subir até à pele sensível da minha intimidade, que tremia por ele. A sensação foi intoxicante, – o seu toque dançava na minha zona frágil, por cima do tecido fino que me cobria, e dei por mim a pousar a cabeça no seu ombro, para esconder a minha face, muito provavelmente rosada. As luzes fluorescentes cintilavam por aquele espaço escuro, e, cá estava eu, agarrada a um homem que mal conhecia, mas com quem desejava começar uma aventura.

    "Já está molhada, e quase nem lhe toquei" – disse-me, com a sua respiração quente a embater perto da minha orelha.

    "Luke" – o seu nome escapou dos meus lábios, sendo a única coisa que consegui dizer naquele momento.

    "Outra vez" – exigiu, num tom de voz diferente.

    "Luke!" – repeti, e os seus lábios foram de imediato ao encontro do meu pescoço descoberto, apenas para ele. Beijos famintos foram plantados na minha pálida pele, enquanto os seus dedos continuavam por baixo da minha saia, que se tinha tornado curta, repentinamente.

   "Considera-te uma rapariga sortuda"– murmurou ao meu ouvido – "Dentro de milhares de mulheres, escolhi-te a ti, e não planeio deixar-te escapar facilmente, Arabella"

Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]Onde histórias criam vida. Descubra agora