Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]

[editado] - 22

  
–  Arabella

  

    O meu olhar passava pelos músculos contraídos das suas extensas costas. Ele estava à minha frente, perdido nos seus pensamentos, debruçado sobre o parapeito da janela do seu próprio quarto. Observava atentamente o céu escuro, enquanto murmurava sons melodiosos. Alguns fios de luz luar embatiam sobre o seu esbelto rosto, fazendo-o parecer um ser divinal e intocável.

    Eu estava sentada na ponta da sua cama, enrolada numa manta suave e confortável. Já tinham passado alguns dias desde que voltámos da casa dos seus pais, e agora fazíamos questão de passar praticamente todas as noites juntos, como um casal. Esta palavra ainda não me era familiar. Era estranho pensar que eu e Luke realmente estávamos juntos agora, num relacionamento amoroso. Porém, gostava plenamente dessa ideia.

    Levantei-me lentamente, caminhando até ele em passos demorados. Assim que o alcancei, envolvi-o nos meus braços e encostei a minha cabeça nas suas costas frias, num gesto carinhoso.

    "Em que estás a pensar?" – perguntei baixinho, plantando um doce beijo no seu ombro.

    "No quanto a minha vida mudou desde que te conheci" – ele respondeu, virando o seu corpo para que me pudesse encarar. Esbocei um breve sorriso, assentindo.

    "A minha também mudou bastante, sabes?" – disse-lhe, num murmúrio.

    "Mostraste-me um tipo de amor que me introduziu a um mundo completamente diferente" – abraçou-me fortemente – "Mundo esse que nunca vou querer deixar" – sussurrou ao meu ouvido – "Quero ficar aqui contigo, para sempre"

    Assim que me apercebi, uma pequena lágrima de felicidade já tinha escapado do meu olho. Escorreu pela minha bochecha, até que Luke a apanhou com o seu polegar, limpando-a carinhosamente da minha face.

    Olhei para baixo, com alguma vergonha por me ter permitido chorar à frente dele. O homem perante mim agarrou no meu queixo e fez-me voltar a fitá-lo, desviando depois os cabelos do meu rosto.

    "Por favor, não chores" – ele pediu, com um triste sorriso – "Estou só a ser honesto"

    "Aprecio a tua honestidade" – consegui proferir com uma voz fraca – "Mas o facto de estares aí à janela a observar a lua está-te a colocar num estado de espírito demasiado profundo" – ambos nos rimos em sintonia.

    "Como dizemos a uma pessoa que a amamos?" – Luke perguntou, após alguns segundos. Senti, de imediato, as minhas bochechas a aquecer, assim como o meu corpo.

    "Não dizemos" – comecei por dizer – "Demonstramos-lhe ao ponto de essa pessoa ficar a saber com toda a certeza que a amamos"

    "Bom ponto de vista"

    Luke aproximou ainda mais o seu rosto do meu. Examinou-me com atenção, concentrado apenas em mim. Ele fazia-me sentir única, – como se o resto do mundo não existisse. Era uma sensação ainda nova para mim. Porém, tão boa.

    "És tão perfeita" – Luke murmurou, descendo até ao meu pescoço. Raspou a ponta do seu nariz no mesmo, inalando a minha essência. Fechei os olhos devagar, sentindo-me fraca e vulnerável.

"A tua pele é tão suave e pálida, como a neve" – as pontas dos seus dedos percorreram o meu braço de leve, provocando-me arrepios – "Como a neve num belo dia de inverno"

"E cheiras tão bem" – finalizou a sua frase, voltando depois a ficar ao nível do meu rosto. Os seus olhos brilhavam de uma forma que nunca tinha visto antes, transmitindo-me segurança. Não me conseguia conter mais.

    Num gesto rápido, juntei os nossos trémulos lábios. Finalmente, a sensação de imensa alegria misturada com alguma fragilidade percorreu o meu débil corpo.

    A necessidade de o sentir perto de mim era bastante, e as nossas mãos urgentes não conseguiam ser controladas. Mexiam-se juntas e tocavam em tudo o que era pele descoberta e calorosa.

    Ele beijava-me como se os meus lábios fossem o ar e ele não conseguisse respirar.

    Era incrível, – Luke realmente me fazia sentir como se estivesse à beira de um penhasco. E se eu caísse, ele apanhar-me-ia. Faria-o vezes e vezes sem conta, e sinceramente, eu não me importava nem um pouco.