– Arabella
Estava definitivamente empolgada. O sangue pulsava nas minhas veias e, incontestavelmente, eu levava as mãos ao cabelo, tentando dar um pequeno jeito ao mesmo. O meu corpo encontrava-se na casa-de-banho deste lugar que me era desconhecido. Contudo, a minha mente estava desligada, e certamente não estava presente. Mas cada hormona dentro de mim tinha sido despertada assim que Luke afirmou que íamos para a sua casa. Pedi-lhe uma ida à WC, e, impressionantemente, concedeu-me esse desejo.
Na verdade, tinha algum medo de sair daqui. E se... E se ele decidisse empurrar-me de imediato contra a parede e encostar aqueles seus doces lábios contra o meu pescoço outra vez? Não me importaria muito... Mas, isso estaria muito errado!
Fitei-me mais uma vez ao espelho, observando o meu reflexo. O rímel que tinha colocado nas minhas pestanas estava por baixo dos meus olhos, e o batom que antes era vermelho encontrava-se apenas no canto dos meus lábios. Inalei o oxigénio abafado presente neste espaço, expirando-o de seguida, e passei as pontas dos meus dedos por debaixo dos meus olhos, tentando melhorar a situação que decorria no meu rosto. Peguei num papel e molhei-o com água, limpando o resto do produto que sobrara nos meus lábios. Seguidamente, caminhei até à porta de metal, saindo depois da casa-de-banho acolhedora.
O meu gerente extremamente curioso foi o primeiro a aparecer no meu campo de visão. A sua essência era intoxicante, – só me fazia querer pousar a face no seu pescoço e respirar o seu doce cheiro masculino.
Olhei-o atentamente, – cada detalhe dele foi examinado por mim. Adorava inspecionar o que me era colocado à frente da vista.
Luke parecia um Deus grego, uma estátua valiosa, à espera de alguém que se atrevesse a tocar-lhe.
A sua gravata preta contrastava com a camisa branca que vestia, desabotoada até ao terceiro botão. Não pude parar de pensar no que estaria por debaixo dela.
Arabella! Foca-te nos bons modos.
Esbocei um sorriso nervoso à medida que andava até ele, mantendo a minha distância mínima. Os seus olhos azuis seguiram cada movimento meu. Conseguiam transmitir tantas emoções... Deviam ser o seu ponto fraco.
"Vai parar de me observar?" – constatou o humano à minha frente, fazendo-me olhar de imediato para o chão.
"Não o estava a observar" – engoli em seco, passando as mãos pela minha saia, um pouco amachucada, – devido às ações anteriores.
"Observar, contemplar, é tudo a mesma coisa" – respondeu, com um breve sorriso. Revirei os olhos, arrependendo-me logo deste meu acto, pois o olhar de Luke mudou assim que se apercebeu do que eu tinha feito.
"Vamos para dentro do carro, o motorista já deve estar lá fora" – ele disse e eu apenas assenti – "Espero que saiba que algo a espera, assim que entrarmos dentro de casa, Arabella"
A sua gigante vivenda era de tirar a respiração. Esperava ver imensos quadros e móveis antigos e nobres, – onde nem se podia tocar, com medo que se fossem partir.
Porém, tudo era um pouco diferente. Quase que parecia pertencer a um ser humano normal, e não a um dos mais ricos deste país. Percorri cada canto do seu hall de entrada com o meu olhar. Pequenas molduras estavam pousadas em estantes presas à parede bege. Avancei um pouco, parando à frente das mesmas. As pontas dos meus dedos viajaram até ao material de madeira de que as molduras eram feitas, e quase que soltei um suspiro de admiração. Luke, nesta foto com a sua família, parecia tão feliz, relaxado ao invés de tenso, puro.
Senti uma respiração contra o meu pescoço e uma presença atrás de mim, o que me fez inclinar a cabeça para o lado. Este homem não era só o que demonstrava ser.
"Tem saudades da sua família?" – perguntei, numa voz baixa, com algum receio de ter excedido os limites.
"Não devia responder a perguntas pessoais, mas sim" – formou um sorriso genuíno – "Agora que olho para a foto percebo o quão jovem e feliz eu era" – abanou ligeiramente a cabeça. Virei o meu corpo de imediato, de modo a encontrar a sua vista, de modo a que o meu olhar se cruzasse com o dele, brilhante e vulnerável.
"Não é feliz?" – inquiri. Estávamos tão perto que podia sentir o ar que ele expirava na minha bochecha.
"Já fui mais" – pegou na minha mão, e encostou-a ao seu peito – "O meu coração está congelado. Só continua a bater porque é algo vital que eu não posso controlar" – deixou escapar informação pessoal dos seus lábios. Olhei-o estupefacta, passando a minha outra mão para a curva do seu maxilar.
"O seu coração está congelado porque não dá oportunidade a ninguém para o aquecer, Senhor" – os meus dedos contornaram as suas feições, e ele estremeceu com o meu toque, agarrando depois na minha mão e voltando a colocá-la perto da sua.
"Dei-lhe algo que não costumo dar a muitas pessoas" – murmurou – "Nunca ninguém me interessou suficientemente para o fazer" – sorriu tristemente – "Mas penso que é diferente consigo, Arabella"
"Aventure-se mais!" – aconselhei – "Comece por fazer algo que não faria se estivesse sóbrio, por exemplo" – soltei uma pequena risada. E, o que menos esperava naquele momento seria o toque dos seus lábios junto aos meus.
Arregalei os olhos de imediato, mas a sensação da sua boca perto da minha colocou-me num estado de hipnose. Deixei-me levar pelo momento, e as minhas pálpebras foram-se fechando lentamente, à medida que agarrava o seu braço forte e contraído. O beijo foi algo forte e faminto, coisa que esperava de Luke. A sua grande mão estava pressionada contra a minha anca, mantendo-me segura e no sítio. Quando nos separámos para inspirar algum oxigénio, necessário aos nossos pulmões, senti o meu coração a bater a mil, devido à minha ansiedade. O ser humano espantoso à minha frente encostou as nossas testas e eu não soube o que fazer. Manti-me imóvel, assim como ele, que devia estar impressionado com as suas próprias ações.
"Penso que acabou de despertar uma parte de mim cuja existência não me era reconhecida, Arabella"
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]
Fanfiction[Editada] ✗ ✗ ✗ ❝Arabella, deixar-me-ia retirar a inocência que predomina no seu corpo?❞ - ele perguntou-me, de forma educada, com um sorriso provocador curvado nos lábios. Só me apetecia arrancá-lo do seu atraente rosto. Nem soube o que responder...