[editado] - 6

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– Arabella

  

    Estava definitivamente empolgada. O sangue pulsava nas minhas veias e, incontestavelmente, eu levava as mãos ao cabelo, tentando dar um pequeno jeito ao mesmo. O meu corpo encontrava-se na casa-de-banho deste lugar que me era desconhecido. Contudo, a minha mente estava desligada, e certamente não estava presente. Mas cada hormona dentro de mim tinha sido despertada assim que Luke afirmou que íamos para a sua casa. Pedi-lhe uma ida à WC, e, impressionantemente, concedeu-me esse desejo.

    Na verdade, tinha algum medo de sair daqui. E se... E se ele decidisse empurrar-me de imediato contra a parede e encostar aqueles seus doces lábios contra o meu pescoço outra vez? Não me importaria muito... Mas, isso estaria muito errado!

    Fitei-me mais uma vez ao espelho, observando o meu reflexo. O rímel que tinha colocado nas minhas pestanas estava por baixo dos meus olhos, e o batom que antes era vermelho encontrava-se apenas no canto dos meus lábios. Inalei o oxigénio abafado presente neste espaço, expirando-o de seguida, e passei as pontas dos meus dedos por debaixo dos meus olhos, tentando melhorar a situação que decorria no meu rosto. Peguei num papel e molhei-o com água, limpando o resto do produto que sobrara nos meus lábios. Seguidamente, caminhei até à porta de metal, saindo depois da casa-de-banho acolhedora.

    O meu gerente extremamente curioso foi o primeiro a aparecer no meu campo de visão. A sua essência era intoxicante, – só me fazia querer pousar a face no seu pescoço e respirar o seu doce cheiro masculino.

    Olhei-o atentamente, – cada detalhe dele foi examinado por mim. Adorava inspecionar o que me era colocado à frente da vista.

    Luke parecia um Deus grego, uma estátua valiosa, à espera de alguém que se atrevesse a tocar-lhe.

    A sua gravata preta contrastava com a camisa branca que vestia, desabotoada até ao terceiro botão. Não pude parar de pensar no que estaria por debaixo dela.

    Arabella! Foca-te nos bons modos.

    Esbocei um sorriso nervoso à medida que andava até ele, mantendo a minha distância mínima. Os seus olhos azuis seguiram cada movimento meu. Conseguiam transmitir tantas emoções... Deviam ser o seu ponto fraco.

    "Vai parar de me observar?" – constatou o humano à minha frente, fazendo-me olhar de imediato para o chão.

    "Não o estava a observar" – engoli em seco, passando as mãos pela minha saia, um pouco amachucada, – devido às ações anteriores.

    "Observar, contemplar, é tudo a mesma coisa" – respondeu, com um breve sorriso. Revirei os olhos, arrependendo-me logo deste meu acto, pois o olhar de Luke mudou assim que se apercebeu do que eu tinha feito.

    "Vamos para dentro do carro, o motorista já deve estar lá fora" – ele disse e eu apenas assenti – "Espero que saiba que algo a espera, assim que entrarmos dentro de casa, Arabella"

    "Vamos para dentro do carro, o motorista já deve estar lá fora" – ele disse e eu apenas assenti – "Espero que saiba que algo a espera, assim que entrarmos dentro de casa, Arabella"

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    A sua gigante vivenda era de tirar a respiração. Esperava ver imensos quadros e móveis antigos e nobres, – onde nem se podia tocar, com medo que se fossem partir.

    Porém, tudo era um pouco diferente. Quase que parecia pertencer a um ser humano normal, e não a um dos mais ricos deste país. Percorri cada canto do seu hall de entrada com o meu olhar. Pequenas molduras estavam pousadas em estantes presas à parede bege. Avancei um pouco, parando à frente das mesmas. As pontas dos meus dedos viajaram até ao material de madeira de que as molduras eram feitas, e quase que soltei um suspiro de admiração. Luke, nesta foto com a sua família, parecia tão feliz, relaxado ao invés de tenso, puro.

    Senti uma respiração contra o meu pescoço e uma presença atrás de mim, o que me fez inclinar a cabeça para o lado. Este homem não era só o que demonstrava ser.

    "Tem saudades da sua família?" – perguntei, numa voz baixa, com algum receio de ter excedido os limites.

    "Não devia responder a perguntas pessoais, mas sim" – formou um sorriso genuíno – "Agora que olho para a foto percebo o quão jovem e feliz eu era" – abanou ligeiramente a cabeça. Virei o meu corpo de imediato, de modo a encontrar a sua vista, de modo a que o meu olhar se cruzasse com o dele, brilhante e vulnerável.

    "Não é feliz?" – inquiri. Estávamos tão perto que podia sentir o ar que ele expirava na minha bochecha.

    "Já fui mais" – pegou na minha mão, e encostou-a ao seu peito – "O meu coração está congelado. Só continua a bater porque é algo vital que eu não posso controlar" – deixou escapar informação pessoal dos seus lábios. Olhei-o estupefacta, passando a minha outra mão para a curva do seu maxilar.

    "O seu coração está congelado porque não dá oportunidade a ninguém para o aquecer, Senhor" – os meus dedos contornaram as suas feições, e ele estremeceu com o meu toque, agarrando depois na minha mão e voltando a colocá-la perto da sua.

    "Dei-lhe algo que não costumo dar a muitas pessoas" – murmurou – "Nunca ninguém me interessou suficientemente para o fazer" – sorriu tristemente – "Mas penso que é diferente consigo, Arabella"

    "Aventure-se mais!" – aconselhei – "Comece por fazer algo que não faria se estivesse sóbrio, por exemplo" – soltei uma pequena risada. E, o que menos esperava naquele momento seria o toque dos seus lábios junto aos meus.

    Arregalei os olhos de imediato, mas a sensação da sua boca perto da minha colocou-me num estado de hipnose. Deixei-me levar pelo momento, e as minhas pálpebras foram-se fechando lentamente, à medida que agarrava o seu braço forte e contraído. O beijo foi algo forte e faminto, coisa que esperava de Luke. A sua grande mão estava pressionada contra a minha anca, mantendo-me segura e no sítio. Quando nos separámos para inspirar algum oxigénio, necessário aos nossos pulmões, senti o meu coração a bater a mil, devido à minha ansiedade. O ser humano espantoso à minha frente encostou as nossas testas e eu não soube o que fazer. Manti-me imóvel, assim como ele, que devia estar impressionado com as suas próprias ações.

    "Penso que acabou de despertar uma parte de mim cuja existência não me era reconhecida, Arabella"

Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]Onde histórias criam vida. Descubra agora