– Arabella
Continuava a observar atentamente o homem perante mim. Conseguia sentir a sua respiração calorosa a embater levemente contra o meu rosto. A sua mão viajou inesperadamente até à minha bochecha, deixando uma carícia sobre a minha pele frágil. Arrepiei-me instantaneamente. Como é que o seu toque podia ter este efeito numa pessoa? Em... mim?
As minhas mãos moveram-se sozinhas até alcançarem o rosto esbelto de Luke, que estava a uma proximidade estonteante de mim. Retribui o gesto que me tinha sido oferecido há segundos atrás, enquanto os nossos olhares permaneciam ligados um ao outro. As suas pupilas continuavam dilatadas e os seus lábios humedecidos, levemente inchados e entreabertos. Apetecível.
A ponta do meu indicador contornou a linha do seu maxilar, descendo pelo pescoço até chegar ao seu peito tonificado. Abri completamente a minha mão e fiz alguma pressão sobre a sua camisa branca perfeitamente engomada. Queria sentir o bater do seu coração. Será que pulsava tão rapidamente quanto o meu?
Os meus dedos desceram involuntariamente até aos botões da sua camisa, desapertando-os pausadamente um por um. Assim que cheguei ao último botão, engoli em seco. Não conseguia controlar os meus próprios movimentos.
Retirei a camisa dos seus ombros, revelando o seu tronco perfeitamente esculpido. Luke não me parou, apenas me observou com bastante curiosidade (e alguma vulnerabilidade). Voltei a posicionar a minha mão sobre o seu peito agora descoberto. O homem perante mim tremeu ligeiramente, provavelmente devido à sensação da minha palma gélida sobre a sua pele ardente.
"O que está a fazer, Arabella?" – perguntou, com a voz carregada de emoções. Também gostaria de saber a resposta.
"N-Não sei" – recompus-me, retirando a minha mão do seu peito. Senti as minhas bochechas a ferver e Luke lançou-me um olhar provocador, fitando o meu rosto rosado.
"Não disse que tinha de parar" – ele disse, bastante sério. Arregalei os olhos e abanei a cabeça, quebrando finalmente o contacto visual intenso entre nós.
Percorri cada canto do seu quarto com a minha visão, encontrando a camisa que lhe tinha retirado pousada no chão de madeira. Eu tinha acabado de ser hipnotizada ou enfeitiçada por este homem?
"Arabella..." – ele voltou a falar, receoso – "Podemos acabar com a formalidade sempre que não estivermos em local de trabalho, se assim o desejar"
O que é que ele queria dizer com isto?
"Deixaria de me tratar por você?" – inquiri, confusa – "Não existe nenhuma regra contra o envolvimento de dois colegas de trabalho, pois não?"
"Não, que eu saiba" – riu-se levemente – "Mas porquê? Acha que estamos envolvidos, Arabella?" – ao ouvi-lo, aclarei a minha garganta, tossindo propositadamente.
"Concordo com a declaração que fez anteriormente, Senhor Hemmings, penso que já nos conhecemos suficientemente bem. Além disso, estamos confortáveis em relação ao facto de usar outro tipo de interpelação no que toca à maneira como nos abordamos, não é? Chega de nos tratarmos por você!" – falei rapidamente, sentindo algum nervosismo.
"Afirmativo, Arabella. Estou completamente de acordo" – esboçou um grande sorriso, soltando algumas gargalhadas. Que vista fantástica.
"Agora, por favor, podes sair de cima de mim, Luke? Estás a esmagar-me" – pedi gentilmente, arqueando as minhas costas para que ele se movesse. Admiravelmente, até gostava da maneira como a informalidade soava no meu discurso direto.
"Está bem" – apoiou-se na cabeceira da cama, afastando-se um pouco de mim. Soltei um longo suspiro assim que recebi algum espaço e esbocei um sorriso involuntário. Felicidade?
"Descansa um bocado" – Luke ordenou, agora num tom de voz completamente sério. Assenti e fechei os olhos, posicionando-me confortavelmente na sua cama. Ouvi-o a levantar-se e abri um olho devagarinho, observando os seus movimentos. As suas costas perfeitamente musculadas estavam mesmo à minha frente. Ele debruçou-se para apanhar a camisa do chão e vestiu-a, sem apertar os botões. Caminhou até à porta e parou durante poucos segundos.
"Olhos fechados!" – ordenou com um certo humor presente na voz, e limitei-me a obedecer, sentindo novamente as bochechas a ferver.
Bem, pelo menos ia ter sonhos muitíssimo agradáveis durante esta sesta.
Os meus olhos entreabriram-se lentamente passadas algumas horas. Esfreguei-os, bocejando de seguida. Um aroma delicioso estava presente no quarto.
Curiosa, elevei o meu corpo, olhando em volta. Um tabuleiro preto captou a minha atenção de imediato. Sobre o mesmo encontravam-se uma tigela com sopa sopa lá dentro e uma colher ao lado, pelo que me parecia. Os meus lábios curvaram-se num breve sorriso e dirigi-me à pequena mesa que suportava o peso do tabuleiro. Sentei-me sobre uma almofada, no chão, e comecei a comer a sopa (uma deliciosa canja) que o meu gerente me tinha preparado, surpreendentemente. Ainda estava quentinha!
A porta do quarto abriu-se passados alguns minutos, revelando um homem de rara beleza, Luke Hemmings.
"Ah, já estás acordada" – ele afirmou, andando até mim. Engoli a sopa e assenti, fazendo-lhe sinal para se sentar ao meu lado.
"Está deliciosa, obrigada" – respondi, enquanto Luke se baixava. Será que fazer boas ações pelo bem dos outros era algo ocorrente na sua vida?
"Não foi nada de especial. O veneno é que foi difícil de arranjar"– arregalei os olhos assim que o ouvi – "Estou a brincar, Arabella, podes relaxar"– gargalhou ao observar a minha reação.
"Espero que não tenhas babado a minha almofada" – voltou a tomar a sua postura habitual. Abanei negativamente a cabeça, sorrindo de canto.
"Nada disso" – acabei de comer a sopa rapidamente e espreguicei-me, de seguida. Melhor sesta da minha vida!
Encostei a minha cabeça no seu ombro, cuidadosamente. Luke permaneceu quieto, dando-me permissão para me aproximar dele, tanto fisicamente como psicologicamente. Repentinamente, senti um dos seus braços a envolver o meu corpo frágil, enquanto a sua respiração pesada embatia serenamente nas minhas pestanas.
Não evitei sorrir. Afinal de contas, tinha acabado de assistir a uma atitude genuína e espontânea da sua parte. Senti-me alegre e satisfeita.
Acariciei o seu braço gentilmente, depositando um doce beijo no mesmo. Luke arrepiou-se após o meu gesto, o que me fez gargalhar baixinho.
"Porquê eu, Luke?"– perguntei inconscientemente. Ele separou-nos lentamente, pegou com delicadeza no meu queixo e virou o meu rosto com cuidado, de forma a que eu fitasse os seus profundos olhos azuis. Um sorriso lúdico delineou-se nos seus lábios assim que viu as minhas bochechas rosadas.
"Porque não, Arabella?"
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Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]
Fanfic[Editada] ✗ ✗ ✗ ❝Arabella, deixar-me-ia retirar a inocência que predomina no seu corpo?❞ - ele perguntou-me, de forma educada, com um sorriso provocador curvado nos lábios. Só me apetecia arrancá-lo do seu atraente rosto. Nem soube o que responder...