- Stella! Stella! Sei que você está aí! Por favor me deixe entrar! -Confusa e semiadormecida, percorreu o caminho até a porta para se deparar com uma Julie frenética.
-Cristo! O que estava fazendo? Estou batendo na porta há séculos! Stella.
olhou ao redor, ainda não completamente desperta. Estava claro e levemente fresco, devia ser de manhã.
- Bem, não vai me deixar entrar?
- Sim, Julie, desculpe, eu estava só cochilando no sofá.
- Deus, você está com um aspecto terrível, Stella -Julie estudou seu rosto antes de lhe dar um grande abraço.
- Uau, obrigada. - Stella girou os olhos e virou-se para fechar a porta.
Julie nunca era evasiva, mas por isso gostava tanto dela, por sua honestidade. Também por esse motivo Stella não estive disponível para Julie no mês anterior. Não queria ouvir a verdade. Não queria ouvir que tinha que dar seguimento à própria vida.
-Meu Deus, está tão abafado aqui, quando foi a última vez que você abriu uma janela? -Julie circulou pela casa abrindo janelas e recolhendo xícaras e pratos vazios.
Levou-os para a cozinha, onde os colocou na máquina de lavar louças e então procedeu à limpeza.
— Oh, você não tem de fazer isso Julie - protestou Stella com voz fraca. - Eu faço...
- Quando? No ano que vem? Não quero você vivendo num cortiço enquanto o resto de nós finge não notar. Por que não vai lá para cima e toma uma chuveirada e, quando descer, tomamos uma xícara de chá?
Julie estava certa, devia estar repugnante com meu cabelo engordurado, roupão sujo. O roupão de Kate. Mas aquilo era algo que ela não
planejava lavar nunca. Queria que ficasse exatamente como Kate havia deixado. Infelizmente, seu perfume começava a desaparecer, substituído pelo inconfundível mau cheiro da própria pele.— Oh, mas não tenho leite. Não tenho saído para...- Stella sentiu-se envergonhada por sua falta de cuidado com a casa e consigo mesma.
-Tchã-tchã - fez Julie, erguendo uma sacola que Stella ainda não havia percebido que ela trouxera. - Não se preocupe. Cuidei disso. Ao que tudo indica, você não come há semanas.
- Obrigada, Julie. - Um bolo formou-se na garganta de Stella e lágrimas lhe subiram aos olhos. A amiga estava sendo tão boa para ela.
- Pare com isso! Nada de lágrimas hoje! Só diversão, riso e alegria. Agora, chuveiro, rápido!
Stella sentia-se quase humana quando voltou ao andar de baixo. Vestia uma calça preta larga, e uma blusa grande. Deixando seus cabelos compridos castanho escuro caírem sobre os ombros. Não podia ter demorado mais de meia hora, mas Julie havia arrumado e esfregado, passado o aspirador de pó e ajeitado, lavado e borrifado purificador de ar em todos os cômodos. Seguiu o ruído na cozinha, onde Julie esfregava os acendedores do fogão.
- Julie, você é um perfeito anjo! Não posso acreditar que tenha feito tudo isto! E em tão pouco tempo!
- Ah! Você sumiu por mais de uma hora. Eu estava começando a pensar que tinha caído no ralo. -Uma hora? Mais uma vez os devaneios haviam assumido o comando da mente de Stella.
- Comprei alguns legumes e frutas, coloquei o queijo e os iogurtes ali e leite, claro. Não sei onde você guarda massa e enlatados, então simplesmente os pus lá. Oh, e guardei algumas refeições para microondas no freezer. Isto deve resolver por algum tempo mas, por sua aparência, vai durar o ano todo. Quanto peso você perdeu?
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Até Nosso Último Momento
RomantikKate e Stella eram namoradas e ficariam juntas para sempre, até que o inimaginável acontece e Kate morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 21 anos se aproxima, Stella descobre um pacote de cartas nas quais Kate, gentilmente, a guia...