Chloé e eu temos uma amizade estranha. Eu sei que ela sempre foi apaixonada por mim, talvez porque eu fui seu único amigo por anos antes de ela ter a Sabrina, claro que ela consegue ser bem insuportável com o grude dela, mas eu aturo; ela também foi minha única amiga por muito tempo e eu não quero estragar sendo insensível com ela, apesar do disfarce tem muita coisa por trás daquela cara de metida e sei que ela não se importa com a opinião de muitos, mas eu seria um dos poucos capazes de lhe magoar, inclusive acho que, milagrosamente, Chloé é uma das únicas pessoas que conheço que eu trato com alguma espécie de carinho.
— Oi Adrienzinho — gritou pulando em meus braços.
— Chloé — falei me afastando um pouco.
— Você veio mesmo chuchu — disse fazendo seu típico biquinho.
— Por que eu não viria? — Respondi meio mal humorado. Não estava bem para ficar ouvindo os teatros da Chloé. Ela sabia que eu vinha.
— Eu convidei quase toda a escola para meu aniversário, apenas risquei pessoas irrelevantes da lista — disse com tom de desprezo.
Ao entrar no hotel percebi que não tinha quase ninguém da escola.
— Muitas pessoas são relevantes então — comentei ironicamente.
— Ai, eu sei Adrienzinho, mas ninguém quer um salão vazio, mesmo que esteja repleto de moscas em forma de gente — ela parou e observou ao redor — ridículo, totalmente ridículo.
— Pare de reclamar, é seu aniversário — falei entregando uma caixinha pra ela.
— Um presente — respondeu desanimada pelo tamanho — é alguma jóia né?
Eu sorri e assenti, o que a deixou mais animada em relação o embrulho.
— E agora pare de abrir e guarde isso, vamos dançar um pouco — falei entendendo a mão pra ela.
Nós dançamos boa parte da noite. Mesmo sem demonstrar eu percebi que ela estava meio deprimida, porque quando fica assim é ainda pior com as pessoas do que o normal, então fiz de tudo pra anima-la, mas dançamos e comemos tanto que no fim tive que vir mais cedo. Meus pés já não aguentavam mais! Mas pelo visto 21 horas é muito tarde pro meu pai. Eu só podia ficar fora até as 20, e isso só porque era aniversário da Chloé.
— Está tarde — disse meu pai com a voz autoritária de sempre assim que eu abri a porta.
— Como se o senhor se importasse — sussurrei pensando que ele não ouviria.
— Claro que eu me importo, Adrien. Por que acha que planejei esse casamento? — rebateu instantaneamente.
— Pensando em mim que não foi, você só se preocupa com a sua reputação e em como eu posso arruina-la — falei sem conseguir o encarar.
— Agora eu virei "você"? — Disse se aproximando e ignorando completamente o resto da frase.
— Senhor — respondi — melhor assim?
— Melhor vai ser quando você deixar de ser uma decepção. Você não é mais uma criança, Adrien — exclamou mantendo a calma e a frieza em sua fala, se virando para voltar ao seu local de trabalho.
Fui para meu quarto e me joguei na enorme cama fechando os olhos. As palavras ditas pelo meu pais martelaram na minha cabeça, querendo ou não cada palavra me magoava e se repetia como um disco arranhado. Como tudo de ruim em minha vida eu simplesmente ignorei, já estava acostumado com aquele tratamento, e a dor da rejeição não era pior do que as regras que eu tinha que seguir, porque isso eu não podia ignorar. Segui - las não era fácil, mas preferia cumprir minhas obrigações como filho do Gabriel Agreste do que perder os privilégios que eu tinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Illusion Of Love
FanfictionImagine você sendo obrigada a se casar com alguém que odeia? A perder cinco anos da sua vida com alguém que você não ama? Foi exatamente isso que aconteceu com Marinette Dupain-Cheng, uma jovem de 17 anos com muitos sonhos pela frente, onde, com tod...