Sweet Illusion Of Love

Capítulo 4

E aqui estou eu sendo obrigada a entrar em uma enorme casa e a comer da melhor das comidas vestida em um vestido estupidamente rosa e extremamente delicado. Não que eu não goste de rosa, mas nesse caso só estou usando para passar uma impressão de inocência, e tudo isso para agradar pessoas que eu nunca vi na vida! Apenas para verem se me acham digna de seu filho. Isso é completamente ridículo, eu me sinto uma tola, parece que estamos em outro século, era melhor eu simplesmente ter negado. Ah! Esqueci do fato de eu não ter tido escolha!

— Você vai ver que não é tão ruim, pense pelo lado positivo, você vai poder ostentar muito. Sem falar que o garoto é bem bonitinho — falou minha mãe sorrindo. Ela só quer se sentir menos culpada pela minha infelicidade.

— A senhora fala como se eu me importasse com isso. Ficaria contente em ser uma adolescente normal, obrigada! — Em outro momento eu teria achado o que ela disse um ótimo argumento para me convencer, mas agora meu único desejo era poder escolher com quem casar.

— Na verdade ele é só um babaca que você vai ter que aturar por 5 longos anos — Disse meu belo irmão enquanto tocava a campainha.

— Luka, não está ajudando! — Minha mãe o repreendeu emburrada.

Enquanto não vinham nos receber eu imaginava diversas situações de como aquele primeiro contato seria. Desde manhã penso em uma maneira de assustá-los. Talvez se eu demonstrar ser pior do que seu filho eles cancelem o contrato. É uma ótima tática. Eu poderia comer com as mãos! Deve ser uma calúnia para pessoas chiques como eles. Só sei que esse casamento não vai rolar e eu vou fazer o possível para que eles me odeiem.

— Filha, tente se esforçar, por favor — implorou meu pai e eu revirei os olhos.

Minha pose de durona se esvaiu por completo quando entrei na mansão, me encantando com aquele belo jardim, muito verde e rudimentar. Na verdade, a mansão lembra muito os tempos antigo, estilo clássico e até meio vampírico, inclusive esse casamento me lembra os tempos antigos. Logo minha pose voltou; uma casa bonita não  é o suficiente para me desestabilizar.

Fui caminhando lentamente pelo caminho de pedras com flores de inúmeros tipos dos lados. No final do longo caminho, se encontrava um homem de meia idade com o cabelo levemente grisalho parado como uma estátua. Ao chegar lá, tentei ser o mais desagradável possível, comentando de sua aparência, mas ele pareceu não se importar, apenas resmungou um: "seus pais disseram que você seria desagradável".

— Entrem e se sintam em casa. Nathalie, mostre a eles onde iremos degustar, por favor — a moça ia saindo, mas então ele exclamou: — ah! — Ela rapidamente se virou, parecendo muito preparada para esse tipo de trabalho, ou muito acostumada a lidar com um homem como esse — em breve descerei para me juntar a vocês. E Nathalie, tente contatar o Adrien, ele já deveria ter chegado a tempos... — congelei ao ouvir o nome, espero que seja apenas alguém com o mesmo nome que aquele embuste, já é dificil aturá-lo na escola, imagine fora dela? Deus me livre e guarde de uma coisa dessas acontecer, já estava comemorando de esse ser meu último ano naquele inferno. O sonho de nunca mais ver o Adrien começou a sumir. Não me imagino cinco anos condenada com o Adrien, dormindo em um sofá enquanto ele se despede de mais uma garota burra e inocente que passara a noite com ele. Seria um pesadelo! Ele sempre levaria mulheres para casa e eu teria que aturar aquelas pessoas. Meus planos vão ser todos destruídos com esse casamento. nada de morar com a Alya enquanto faz faculdade, nada de viver preocupada e correndo atrás de emprego enquanto sofre com a cargo horaria pesada. Parece terrível, mas eu preferia mil vezes isso do que ter que fazer uma faculdade paga sem me preocupar com nada e tendo tudo do bom e do melhor. Sinceramente, isso não é pra mim, eu quero crescer na vida pelos meu próprios méritos, não porque o meu sogro falso e idiota me bancou. Quero ter uma história de superação para contar pros meu filhos e netos um dia. Isso parece idiota, talvez seja, mas continua sendo algo que eu almejo.

Acho que tudo bem admitir que, apesar da minha expressão emburrada, no fundo me sinto uma certa alegria por estar cara a cara com Gabriel Agreste. Sou uma grande fã e gostaria de seguir sua profissão. Não o tinha reconhecido na penumbra, mas quando adentramos na sala de estar iluminada, ficou claro que aquele era o Gabriel Agreste, confirmando também que eu me casaria com o Adrien. No topo da escada, um quadro ornamentado e exageradamente grande — como tudo aqui — ilustrava pai e filho com expressões sérias. Somente olhar para a cara do loiro, mesmo que em um quadro, fez meu estômago embrulhar. O homem sai, deixando uma das empregadas nos guiar para a sala de jantar, onde ficamos esperando. Adrien não deve estar em casa. Típico.

— Olá, Marinette. — Meus pensamentos são interrompidos pela voz fria do meu futuro "sogro", incapaz se exibir uma expressão.

— Olá — respondo fazendo uma cara de nojo ao ver ele se sentar. Não sei o porquê, mas estou extremamente ansiosa, talvez pelo fato de estar em um lugar tão chique como aquele, mais ainda por estar na mesa de Gabriel Agreste, um dos mais renomados designers de moda. Se ele estava preocupado com a ausência do filho, não demonstrou.

— Er... onde está o rapaz? — A voz da minha mãe quebra o silêncio desconfortável que havia se instaurado.

— Deve chegar logo, não se preocupe. — Nesse momento, um dos funcionário chega para nos entregar a entrada e encher nossos copos. Todos ficamos parados, caindo em um silêncio desconfortável novamente — Não vou poupá-los por causa dele. Podem comer.

Eu nao iria recusar. Sem muito controle, começo a comer rápido, sem conseguir parar e sem me preocupar com modos. Quando estou nervosa começo a exagerar nesse quesito, além da minha vontade de causar uma péssima impressão no senhor a minha frente. Gabriel Agreste ou não, ele era um obstáculo em meu caminho.

Logo o Adrien chegou, me encarou, mas não comentou nada sobre me conhecer, apenas me cumprimentou com uma falsa educação. Queria muito saber o que se passa em sua cabeça, provavelmente algo sobre ter que me aturar por tanto tempo, ou sobre a quantidade de chifres que vai colocar em mim. Agradeci por um momento pelo Luka só ter nos acompanhado, já que seria muito constragedor se ele nos desmentisse na cara dura. Claro que ele queria vir pro jantar, ele nunca recusaria um evento como esse, iria se divertir muito, porém minha mãe achou que ele seria inconveniente demais e acabaria "queimando o nosso filme", o que seria um sonho pra mim. E agora eu estou me contradizendo, incrível!

— Olá! — sorriu cinicamente — você é mais linda do que me falaram — se ajoelhou e pegou minha mão dramaticamente — Oh dama! Você é estonteante e sua beleza me fascina — beijou minha mão fazendo uma expressão de nojo e eu a puxei rapidamente. Ele se levantou e continuou com o teatro, o qual seu pai não parecia muito contente em apreciar — fico feliz de finalmente conhecer a senhorita que em breve será minha esposa, você verá que não sou tão ruim — ele se senta sem tirar os olhos dos meus. Minha mãe parece encantada com esse "ato de cavalheirismo". Só minha mãe mesmo, qualquer outra estaria assustada.

— Olá — sorri sarcástica — muito prazer em conhecê-lo, você também é um encanto — fiz uma cara de nojo. A tensão no ar era perceptível por qualquer pessoa sensata. Minha mãe não era sensata! Ela realmente achava que tínhamos nos dado bem.

Parei de observar a felicidade ilusória de dona Sabine e foquei na comida. Por um momento eu pensei em como seria se o Nathaniel estivesse sentado no lugar do Adrien, ele provavelmente me detestaria, mas pelo menos eu teria o prazer de passar 5 anos morando sob o mesmo teto que ele e torcendo para conseguir conquista-lo. Por um segundo pensei que não gostaria que nosso relacionamente começasse assim, queria que ele me notasse por que me achou interessante e não por ser obrigado a se casar comigo, mas ia ser ótimo de todo jeito, adiantaria as coisas para mim. Continuei comendo enquanto encarava o Adrien, escutando  seu pai fazendo seus questionamentos idiotas, pensando apenas em como poderia matar algum deles sem levantar suspeitas.